sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Crescer Ou Não?

 "Oh darling, don't you ever grow up

Don't you ever grow up, just stay this little

Oh darling, don't you ever grow up

Don't you ever grow up, it could stay this simple" (Taylor Swift - Never Grow Up)



Faz  muito tempo que não sou muito honesto comigo mesmo, entretanto, fazer assim tem me feito feliz. Minhas lágrimas tem se tornado um pouco mais que chuva, talvez a liberdade tem sido minha meta mais ambiciosa desde então. Pouco a pouco tenho brincado de colagem com as minhas asas, e esse passatempo é minha nova casa. Agradeço aos céus por ter conseguido paz, sem ninguém tentando me afogar no mar perto do cais. Obrigado vento, por ter jogado fora todo aquele ressentimento, toda aquele lamento que eu guardei desde então.


Cansei de fazer pouco caso de mim, cansei de jogar a pedra preciosa que sou. Alguém algum dia, talvez minere este inferno e consiga me encontrar, alguém que possa me entender, alguém que não me assuste e seja meu novo refúgio. A melancolia é algo que eu não posso me livrar tão cedo, então a única coisa que consigo fazer é conviver com ela, com passos largos e sonhos atirados incansavelmente para os céus, e se for pra ser atirados, que sejam atirados nos meus próprios pés. Propriamente dito, salvo mais um pouco de oxigênio, a vida não tem me perdoado.


Estou crescendo, minhas falhas estão germinando como sementes em terra, as pessoas que passaram por toda a minha vida se tornaram grandes folhas que vai ser molhadas com uma chuva torrencial algum dia por aí, e eu, continuarei a minha caminhada, como um grande viajante sem morada, e uma lágrima sem água. A solidão parte o coração, entretanto, não tenho alguma atitude em minha cabeça pra alterar essa situação, então que seja para sempre esta tortura. Devastaram o meu mundo como se fosse mero pó, e aqui estou eu assistindo tudo isso sem nada a fazer. As correntes foram amarradas à minha garganta.


Então que seja, que as pessoas façam o que quiserem, que se machuquem, se abracem, se beijem, enfim, se amem, e eu ficarei de longe,observando,pensando em como elas são patéticas, e no final de tudo irei descobrir que o mais patético sou eu, um mero fracassado com dores em sua mente, com lágrimas que gostam muito de sair, deixando que elas se queimem, que a dor duplique, e pouco a pouco as pessoas vão me esquecendo, como uma mera lembrança vaga, como uma infância inútil, ou um resto de reclamações que as pessoas não aguentam mais ouvir.


Nunca soube interceptar meus meros sonhos estabanados, o garoto nunca fora de ser um alguém que entendia as coisas rapidamente, seduzir lentamente e cantar versos rápidos. A única coisa que ele sabia mesmo fazer bem depressa era se apaixonar, era uma pena, afinal, ele não podia simplesmente escolher por quem se apaixonar. E assim ele ia, guiando-se com paixões estúpidas, e elas, que de estúpidas não tem nada, deixavam o garoto com o coração na mão pra depois jogar no chão. Elas nunca iriam aceitá-lo fácil, e, bom, ele só queria ser correspondido.


Facilmente controlado por olhos que não se importam com sua maneira bizarra de existir,não se preocupam como o pobre garoto se sente ao ver que ninguém se importa com ele. O rapaz é um desalmado, tecendo uns restos de imagem pra fingir que é do bem, sua tentativa de ser aceito, de um dia ser perfeito, são meros detalhes. E ali ele desmaia, com um poço de lágrimas internas, sempre me ocorre à mente que a solidão já se materializa ao lado do pobre menino, apesar de todo um mundo ao redor dele, ele não tem seu próprio mundo, e por um segundo, deseja jamais ter respirado.


Falo como se fosse terceira pessoa, para que eu finja que essa história não é minha, que eu esteja apenas observando essa vida patética. Respiro profundamente mais um pouco,este ano tem sido bem agitado para um mero humano desgastado como eu. Os termos de conduta que eu inventei já estão mais do que ultrapassados, e por mais que eu queira que esse mundo tenha essas ideias, isso nada mais é que um sonho utópico. Retorno aos meus gritos inúteis e fúteis, talvez as pessoas que conversam comigo tenham razão, eu reclamo sem precisar.


Enfim, destilei meus dias de sono para algo como insônia e pendurei no meu teto um sorriso de alguém qualquer só pra eu ver como as pessoas são felizes sem mim. Sou um mero estorvo, um alguém caminhando de novo tentando matar sua solidão, um lutador que não sabe a hora de parar. Eu me perdi num lugar chamado tristeza, assim como os sonhos acabam com as minhas certezas e vejo que está na hora de eu parar de ser melancólico. Estou envelhecendo, hora de parar de brincar de ser adolescente dramático e paranoico, hora de fazer o que o mundo fez comigo, esquecê-lo.

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