tag:blogger.com,1999:blog-2074010411908709312024-02-19T04:58:37.623-03:00Pequenos Textos Em Um BlogGustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.comBlogger272125tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-43349664120122674652018-06-29T15:22:00.002-03:002018-06-29T15:22:42.573-03:00Estamos Todos Condenados.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</div>
<br />
<br />
<span style="color: red;">"There are places I remember</span><br />
<span style="color: red;">All my life though some have changed</span><br />
<span style="color: red;">Some forever not for better</span><br />
<span style="color: red;">Some have gone and some remain"</span> <span style="color: #3d85c6;">(The Beatles - In My Life)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://st2.depositphotos.com/3915017/7393/i/950/depositphotos_73934977-stock-photo-paper-boat-in-sea.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Resultado de imagem para barco de papel" border="0" height="213" src="https://st2.depositphotos.com/3915017/7393/i/950/depositphotos_73934977-stock-photo-paper-boat-in-sea.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Minhas palavras estão pintadas em branco. Meus sonhos ainda estão com aquela comum neblina à frente, assim como meus desejos, tão translúcidos quanto qualquer transparência de sombra, e um pouco de metáforas em minha vida para que eu possa enfeitar esses textos escondendo minha verdadeira face de dores que eu carrego por toda a minha vida. Ainda me lembro, um pouco vagamente, um pouco dormente, de minhas saudades, de meus amores, tão cheio de defeitos, tão doloridos, que eu amei verdadeiramente senti-los como tal, e amei verdadeiramente as dores infelizes que apesar de ter me matado quase mil vezes, as amei todas as mil vezes. Ainda me lembro, com um pouco de lágrimas em meus olhos, das coisas que vivi, dos mundos que um dia conheci, todos eles, todos eles, eu ainda me lembro, eu juro.<br />
<br />
<br />
Existem dois tipos de mortos, os que estão enterrados e os que ainda respiram. O segundo grupo em questão, se questiona solitariamente sobre como deveria caminhar depois de tanto tempo nessa escuridão fria e vazia, depois de tanto tempo com a aceitação de que as coisas que dão errado continuarão dando errado, e como o caos que há dentro de seu peito continuará devastando tudo o que consegue visualizar pela frente, fazendo com que não sobre pedra sobre pedra naquele pedaço de mundo esquisito. Eles me diziam, que gostariam de se apaixonar pra variar, e que seria uma boa ideia que as coisas dessem certo pelo menos uma vez na vida. Eles prometiam vitórias, prometiam histórias, mas no olhar deles, eram todos impecavelmente destroçados. Eu nunca disse que eu ia voltar pra casa. Eles também não.<br />
<br />
<br />
Muitos ainda sentem saudades de serem de verdade, outros ainda pensam o que é de fato a saudade, eu me questiono o que é sentir. É essa parte vaga minha que chamam de sentimentos? É esse buraco no meu peito que chamam de emoção? Agora me tranco numa dor eterna na qual um dia eu tinha tido uma redenção dela. Espero que algum deus me salve. Porque agora, o inferno me deu um abraço, e nele não existe o diabo, existe alguém pior, eu. Eu choro. Derramo lágrimas como se isso fosse de fato resolver alguma coisa, o barulho que ecoa do lado esquerdo é abafado pelo teclado sendo apertado rapidamente como se dissesse com desespero que precisa de ajuda. Socorro. Socorro. Socorro. O toque do celular não acontece mais. A música para. Eu prometi a Jesus que iria morrer aos 28. Ele não me ouviu. Eu também não.<br />
<br />
<br />
Dizem os poetas que o amor não existe, ele é apenas criado para pessoas terem mais facilidade de criar suas redes de conhecidos. Os amigos que criei através de um suposto amor inventado, muitos deles ruíram como se fossem apenas uma muralha feita de areia, outros ainda resistiram, e outros ainda morreram dentro de mim. Eu não consigo mais ver uma pessoa naqueles olhos, eu não consigo mais ver se eles existem de verdade, ou se conseguiram a transformação de ser mais um de vários nesse ponto azul do céu. Muitos passaram por mim, amigos, farsantes, mentirosos, traidores, todos eles disseram algumas palavras fazendo com que minha cabeça aceitasse abaixada que o mundo é maravilhoso. Ele não é. Tudo o que eles queriam era uma oportunidade de me machucar, me ferir, passar uma faca no meu peito, que quase dizia que não tinha mais sangue pra derramar. Eram todos mentirosos.<br />
<br />
<br />
Chove muito, e eu me perdi faz muito tempo. As palavras ecoam em minha mente, me destroem como se fossem grandes meteoros atingindo a minha cabeça, e eu perdendo o controle disso tudo. Me condeno de novo, e de novo, e de novo, perdendo a minha cabeça. Eu me lembro de tudo. Digo que minha mente é falha, digo que as memórias se apagam, mas nada se perde. Tudo se arquiva de ordem alfabética, tudo se guarda como se fossem grandes decepções de minha vida, e por incrível que pareça, eu não sinto saudade de nada disso. Eu não sinto saudade de meus antigos amigos, não sinto saudade dos momentos que vivi com eles, não sinto com saudade de minhas "preciosas memórias" que muitos costumam vangloriar e guardar. Tudo pra mim é pedra sobre pedra.<br />
<br />
<br />
Você se pergunta, o motivo de eu estar digitando tudo isso nesse momento, por que não tomo atitudes? Porque o único motivo de eu estar vivo é que não quero a lágrima de pessoas que gostam de mim. Não é recíproco, é apenas que não gosto de incomodar, então costumo deixar à deriva quaisquer resquícios de mim mesmo entre essas vielas. Estamos todos condenados. Olho de novo pro céu, me questiono, quando isso tudo vai parar? É pra ser assim tão doloroso acordar todo dia? Eu não consigo mais suportar. Deus, se houvesse a chance de parar meu coração por alguns instantes, só pra eu ver se eu encontro você ou o diabo, e então, eu pudesse conter essa agonia, você pararia? É engraçado ao pensar que eu tenho mais curiosidade na morte que na vida.<br />
<br />Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-56688940513544761092017-11-27T02:00:00.001-02:002017-11-27T02:00:12.659-02:00Esse Texto É Pra Você, Droga<span style="color: red;">"Me deixa ser </span><br />
<span style="color: red;">o seu pingüim </span><br />
<span style="color: red;">de geladeira, </span><br />
<span style="color: red;">eu fico uma semana inteira </span><br />
<span style="color: red;">sem mexer</span><br />
<span style="color: red;">Me deixa ser</span><br />
<span style="color: red;">O passarinho do relógio </span><br />
<span style="color: red;">que de hora em hora </span><br />
<span style="color: red;">pode aparecer, </span><br />
<span style="color: red;">pra eu te ver"</span><span style="color: #ffd966;"> </span><span style="color: #6fa8dc;">(Qualquer Negócio - Clarice Falcão)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://78.media.tumblr.com/a0c1be3183449f0d207a022c28f4bbf7/tumblr_ocbt8kqBUi1qbb77eo1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="500" height="256" src="https://78.media.tumblr.com/a0c1be3183449f0d207a022c28f4bbf7/tumblr_ocbt8kqBUi1qbb77eo1_500.gif" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Ela me disse que gostava de textos fofos, mas achava aquilo tudo uma besteira. Disse que amava filmes românticos e sem sentido, mas não queria vivê-los. Tudo isso era uma mentira, ela me disse. Tudo isso era apenas coisas criadas para acalentar corações partidos que em vão foram perdidos. Ela era uma poeta, só que ela não sabia. E eu tentei dizer isso para ela de alguma forma, mas você sabe como eu sou, eu sou tão sem jeito, que acaba de uma forma completamente desastrosa, e eu acabo ficando sem palavras. Mas eu queria dizer algo. Bom, aqui vai então. Esse texto é pra você, droga. Sim, você que está lendo esse texto agora mesmo pensando, "será que ele está falando comigo?". Você foi a primeira pessoa que passei esse texto, então provavelmente é você. Você disse que gosta de textos fofos? Então aqui vai uma enxurrada de palavras aleatórias que você pode pensar que é romântico.<br />
<br />
<br />
Ah, só pra você saber, você não tem ocupado minha cabeça. Como diria o ditado, mente vazia, oficina do diabo. Desde que eu não tenho você grudada em minha cabeça como uma parasita, eu pude controlar a minha vida, ser mais organizado, coisa que você adora implicar, estudar, trabalhar, e coisas assim. Pelo menos de tarde, a noite. Mas, eu não tenho controle quando eu durmo. E isso é um problema que eu gostaria que você resolvesse, por favor. Você resolve aparecer em meus sonhos, pintá-los com cores esquisitas, dizer palavras que jamais sairiam de sua boca, me dar os beijos que você nunca daria, me abraçar com a vontade que você nunca demonstraria, e escrever palavras que eu sei que você deve pensar uma vez ou outra, mas jamais me diria, você é orgulhosa demais para isso. É, eu sei.<br />
<br />
<br />
Não, eu não estou dizendo pra você mudar. Eu não sou manipulador, e muito menos obsessivo com pessoas perfeitas. Perfeição é algo entediante. E eu não escondo que eu sou cheio de defeitos, esse blog é infestado deles. Mas, eu penso tanta coisa pra você, por você e em você, que eu acabei escrevendo de forma aleatória e confusa, talvez você nem entenda o texto, mas eu pelo menos no fundinho do fundinho do fundinho do meu peito, eu vou entender. Eu só jamais admitiria. Eu só queria que você soubesse que eu andei pensando em nós dois, sabe? Tenho um jeito distorcido de ver as coisas. Você pode parar de ler se quiser agora, e fazer coisas mais importantes. Se eu fosse você, eu faria isso. Porque só vai piorar.<br />
<br />
<br />
Como eu posso dizer, sabe aquele erro? Sim, você nesse momento lembra-se como se fosse ontem. E nesse momento, deve estar sentindo toda a sua fúria por dor, e todos os sentimentos ruins que fiz você sentir. É, eu sei. E vou tirar tudo o que eu penso sobre isso do meu peito agora. Eu falei para você parar de ler. Eu cansei. Se pra você dói por lembrar sentimentos antigos, para mim são sentimentos novos como se fossem criados minutos atrás. Eu sinto o arrependimento até o fundo da minha alma me queimando por dentro, a sensação de ser imperfeito, a sensação de machucar alguém, te consome de uma forma que só mesmo quem fez isso, entende. O remorso. O arrependimento. O desejo de voltar no tempo e fazer tudo diferente. Mas nós dois sabemos que as coisas não são assim. O tempo não volta. E eu sei disso, só que você não sabe. Seus olhos não me dizem nada além de que foi minha culpa, seu sorriso não me diz nada além de que tem medo de mim, e seu abraço tem sua desconfiança de que a qualquer momento eu vou embora. É, eu sei.<br />
<br />
<br />
Então, vamos lá, faça sem dó, me xingue depois desse texto, me odeie, diga que eu sou o culpado de tudo, me conte uma novidade. Só não diga que gosta de mim. Não diga que me acha uma pessoa especial e me peça para esperar, porque eu prefiro simplesmente ser odiado. Eu não sou um copo na mesa para você passar e volta e meia tomar um gole. Você pode me mandar mensagem agora. Eu não vou responder. Não sumi, eu só tenho um trabalho e uma prova nesse dia. Só me mande mensagem se for pra dizer que gostou desse texto, ou pra me xingar, mas não diga para eu esperar. Não faça isso. A não ser que ache que eu não tenho sentimentos, e eu sou um monstro, e que eu poderia sim sentir mais um pouco de dor. Aí não tem problema. Mas ok. Já foi a parte ruim, prometo que você pode voltar a ler agora. Você vai gostar agora.<br />
<br />
<br />
Como eu posso dizer, sabe aquela garota? Claro que sabe, você vê ela todos os dias em seu espelho. Você provavelmente reclama do cabelo dessa garota, reclama de como sua roupa fica amassada de manhã, ou esses detalhes pífios que eu não me importo. É, eu não me importo, não é nada pessoal, não que eu não ligue pra sua aparência, eu só ligo com a parte que você liga. Se você se sente bem com isso, eu estou ótimo com isso. Se as pessoas te conhecessem, e eu dissesse o que eu acho de você, todas elas iriam me dizer que eu era uma pessoa maluca de pensar isso de você. Diriam para me afastar de você, você me disse isso uma vez. É, eu sei. Mas, eu não tenho muito controle disso aí, simplesmente aconteceu de eu querer falar com você direto, e gostar de suas implicâncias, de seu jeito peculiar de me elogiar, de seu oi e tchau no mesmo dia. E olha que eu nem falei de domingo.<br />
<br />
<br />
Como eu não falaria? Eu senti o tempo parar aquele dia, e eu nem entendo muito de relógios. Você fez confusões e derramou coisas, falou bastante e eu não falei quase nada, você achou esquisito, é que eu estava te admirando o tempo todo e querendo sentir o seu calor mais perto de mim. Essas horas você deve estar pensando que eu só estou sendo idiota, e que é só uns coraçõezinhos e um emoticon sorrindo que vai resolver. Você não tem ideia de como suas palavras fazem efeito em mim. Se você me dissesse simplesmente coisas simples como "eu quero te abraçar agora", que isso me faz querer saltitar no meio da rua. É, eu sou um idiota. É, você não entenderia. Eu também não entendo.<br />
<br />
<br />
E você me fala que namorar é complicado, é algo sério, envolve família. É, eu sei. E é por isso que eu estou nesse nível de seriedade. Eu acho que depois de muito tempo, eu entendi o que era ter alguém. Não é alguém que você fala todos os dias, não é alguém que você precisa falar de amor o tempo todo, e precisa ser fofo o tempo todo, mas é simplesmente alguém que quando essa pessoa não aparece nem que seja pra dizer um oi no dia, o dia parece meio vazio, meio confuso, como se estivesse esquecido o guarda chuva em algum lugar. O dia, simplesmente não é o dia completo. E se você me perguntasse agora, vamos, já? Eu diria sim. Eu sei que você me levaria para um lugar bom. Quer dizer, sua presença já faz com que o lugar seja bom. Mas sim, é disso que eu estou falando.<br />
<br />
<br />
E não estou dizendo pra te forçar a nada, longe de mim. Você já é confusa sozinha, não precisa de mim para piorar as coisas. É, eu sei. É que eu calculei todas as formas de tudo isso dar errado, e todas elas, eu refutei. Eu só achei que a gente daria mais certo junto. Só isso. Mas isso é só algo da minha cabeça, não ache que eu estou dizendo para você comprar a primeira passagem para minha cidade e vir me beijar aqui em casa (não que eu não fosse gostar disso). Eu tenho saudades de uma pessoa que eu converso o tempo todo. Irônico. Eu estou bêbado, e nem bebi, eu estou com cirrose, e nem fumei, eu estou apaixonado, e nem... Você sabe. É, você sabe.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-7935106282947951492017-05-14T23:59:00.001-03:002017-05-14T23:59:35.317-03:00Homicídio<span style="color: red;">"Hold onto hope if you got it</span><br />
<span style="color: red;">Don't let it go for nobody</span><br />
<span style="color: red;">And they say that dreaming is free</span><br />
<span style="color: red;">But I wouldn't care what it cost me"</span> <span style="color: #6fa8dc;">(Paramore - 26)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1UKf8MVXXXXb.XVXXq6xXFXXXD/-font-b-Poker-b-font-path-font-b-theme-b-font-studio-backdrop-back-color.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1UKf8MVXXXXb.XVXXq6xXFXXXD/-font-b-Poker-b-font-path-font-b-theme-b-font-studio-backdrop-back-color.jpg" width="195" /></a></div>
<br />
<br />
Talvez, ele andasse por ruas que não são feitas de terra. Talvez, ele acendesse fogueiras em dias em que as chamas se apagassem facilmente. Ele só era um jovem, diziam as histórias. Ele só era um jovem com uma mochila nas costas, e um olhar triste. Ele caminhava como se existissem trilhas, mesmo que não existisse alguma. Mesmo que não existisse ninguém por esses locais, ele ainda tentava andar. Era bonito aonde ele estava, as árvores derrubavam folhas e o vento era fresco. As terras eram fofas, as páginas de textos das quais ele escrevia com todas as suas forças já eram amareladas, e precipitadamente, ele fechou os olhos como se fossem apenas mentiras. Tudo o que ele era estava como se fosse cacos.<br />
<br />
<br />
Seus olhos transbordavam água como se fosse um oceano, tudo o que ele sentia parecia como se fosse uma história mal contada, tudo estava a ruir novamente. Será que ele errou em alguma coisa de novo? Sentia sua pele desejar estar em algum outro lugar. Talvez seu corpo fosse mais aproveitado se fosse uma outra pessoa no lugar, talvez se outra mentalidade estivesse aqui talvez as coisas fossem diferentes, ele se sente realmente como se estivesse a caminho do hospital, e estivesse prestes a uma cirurgia de risco. Está tudo ruindo, ele me disse. Está tudo indo mal, ele me disse. O que eu fiz? Foi dar respostas vagas, sem preocupações, eu tinha as minhas, é, as coisas são assim mesmo.<br />
<br />
<br />
E assim terminava a cerimônia, ele perguntava, eu respondia coisas vagas, estávamos preparados para entrar novamente na segunda-feira. Menos ele. Ele não quis acompanhar junto com a gente. Não quis seguir em frente, não quis enfrentar o mundo. Ele não era um guerreiro. Ele não era um soldado que estava preparado para ir ao front de batalha, com as armas nas mãos, e preparado para derramar sangue de adversários. Ele não era assim. Eu me lembro a sua caligrafia, ele dizia palavras simples e bobas, como que gritasse um desejo de harmonia e paz dentro de todos nós, como se quisesse que tudo se resolvesse da melhor forma. Ele era realmente um soldado sem armas, e sim uma caneta.<br />
<br />
<br />
Eu vi fumaças. Eu vi sirenes, polícia, ambulância, na direção da casa dele, eram quase duas horas da manhã. Não questionei. Liguei para lá, ninguém atendeu. Liguei para os meus contatos, ninguém sabia de nada. Fui até lá, vi o inferno. Estava tudo em chamas, estava tudo indo aos pedaços. O que ele estava pensando? Por que ele queimaria tudo como se fosse jogado tudo para trás, sem pensar duas vezes? Ele era um amigo meu, por que ele iria jogar tudo o que tivemos como se fosse lixo e nos deixar para trás? Não pensou no que iríamos sentir quando ele fosse embora? Será que ele realmente se importava conosco?<br />
<br />
<br />
Foi então que a polícia me deu um pedaço de papel, era a letra dele. Eu comecei a chorar instantaneamente, como se tudo fizesse sentido agora. Ele não precisava de milhares de amigos, e sim de apenas um. As palavras diziam: <i>"Talvez eu não me importe tanto de ir embora, minhas malas estavam prontas antes mesmo das pessoas me conhecerem direito. Eu já conhecia o caminho, li coisas do tipo. Era tarde pra me fazer voltar atrás, mas não era tarde pra dizer adeus. Mas ninguém disse. Ninguém mesmo, nem mesmo uma mensagem, estava tudo preparado para ir embora. Eu reconheci como o mundo não foi feito para mim, e resolvi partir com um milhão de lágrimas na minha mão."</i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Desde o início, só pensei em mim. Desde o início, pensei somente em como eu me sentia perante a ele, como eu pensava e como meus problemas estavam me atingindo. Mas não pensei nem por um segundo que aquele sorriso era de plástico. Não lembrei que ele me disse uma vez, que queria ir embora. Não me lembrei, que ele me disse que estava tudo mal, que ele precisava de um abraço agora. Essas palavras foram as últimas coisas que eu cogitei lembrar. Eu só cogitava coisas banais, eram sempre os mesmos assuntos, eram sempre as mesmas derrotas, mesmas mentiras que eu fazia para parecer um pouco mais maduro. Ele não era assim.<br />
<br />
<br />
Ele tinha a mentalidade sincera de uma criança, ele tinha o pensamento de alguém honrado, com ideais e ideias que fariam inveja a qualquer artista. Ele era um artista sem precisar ter apresentações, era um gênio que eu devia ter admirado mais cedo. Ele era a minha melhor parte dos meus amigos, e eu não valorizei nem mesmo por um instante. Eu era uma mentira. E quando eu vi, ele foi embora sem dizer adeus. e eu te escrevo agora, para não cometer o crime que eu cometi, matei alguém e fui considerado inocente. E eu matei sem dó, sem piedade, por simples desprezo. O nome dele? Gustavo.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-8237935487010026282017-04-03T22:23:00.001-03:002017-04-03T22:23:39.192-03:00A Arena<span style="color: red;">"Vendo daqui, chove demais</span><br />
<span style="color: red;">Os momentos desse filme podem ser finais</span><br />
<span style="color: red;">Algum horror, nenhuma paz</span><br />
<span style="color: red;">Já que esses olhos verdes só me olham sem amor</span><br />
<span style="color: red;">E na ponte sobre o nosso rio corre algum rancor</span><br />
<span style="color: red;">Dos fantasmas que passeiam soltos pela escuridão</span><br />
<span style="color: red;">Do vestido da princesa e a mina de carvão" </span><span style="color: #3d85c6;">(Darvin - Epílogo)</span><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://dlmgvfu16d6d1.cloudfront.net/wp-content/uploads/2016/02/10080000/1.-2012-Arena-di-Verona_Foto-Ennevi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="https://dlmgvfu16d6d1.cloudfront.net/wp-content/uploads/2016/02/10080000/1.-2012-Arena-di-Verona_Foto-Ennevi.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Encosto meus dedos em um teclado de computador sujo, talvez eu repare em detalhes até imperceptíveis a olho nu. Eu vou empilhando meus sonhos como se fosse uma grande torre de Babel,<br />
com a esperança que ela alcance os céus. Destruí minha vida várias vezes com apenas palavras inventadas na minha cabeça, reparei erros que eu achei que eles eram feitos aço. Eu fui um mago sem magia, um guerreiro sem espada, um cantor sem voz. Eu fui pessoas que foram mais verdadeiras que eu mesmo. Eu sangrei sem precisar que uma adaga atravessasse o meu peito, e rezei pra deuses os quais eu não acreditava. Eu vivi muitas vidas com poucos anos. E o que eu carrego na minha mochila, é um punhado de pedras. Um punhado de pedras com lascas vermelhas, um punhado de dores feitas de verdade. E hoje eu sinto uma saudade.<br />
<br />
<br />
Aonde eu estou agora, me diga? Com tantas lágrimas e dores feitas de pesticida, investi meu tempo em vão para que meus gritos fossem ouvidos. Eu estava sendo feito de pedaços de vidro, criando espelhos para que eu pudesse esconder minhas rachaduras. Mas não pude. Percebi que minhas rachaduras se aumentavam a medida que as maquiagens eram passadas nas feridas, e percebi que eu era feito apenas de rachaduras, e não de vidro. Eu percebi que era falho. E estava tudo bem ser assim. Confesso que entrei em choque, como poderia de tal forma existir e ser imperfeito? Por que não posso lutar contra os meus defeitos? E quase entrei em erupção. Meus olhos pediam um pouco de descanso, mas o meu corpo pedia mais uma luta.<br />
<br />
<br />
E eu entrei na arena, com dois pedaços de pedra, e um escudo feito de latão. Olhei ao meu redor, e todas as pessoas que conheci estavam lá na arquibancada da arena, algumas torcendo por mim, outras torcendo pelo meu adversário. E então, entra o favorito, o meu adversário. Eu mesmo. Ele vinha carregando uma espada negra com punhal vermelho, um escudo preto com detalhes vermelhos e os olhos que pareciam estar em chamas. Sua armadura completamente escura já dizia o que todas as pessoas sabiam: Ele era meu executor. Olhei distante, vi um outro rosto meu na arquibancada lá em cima, escondido entre panos e mais panos, com as mãos juntas, como se fizesse oração aos céus. Percebo que ele está com medo.<br />
<br />
<br />
A medida que vou vendo mais detalhes, perco por um instante a concentração e quase sou ferido por um golpe mortal desferido pelo meu lado negro. A ferida passou de raspão, mas começo a sangrar. O meu medo aperta as mãos com mais força, como se a sua esperança fosse tudo o que ele tinha. E então, volto meus olhos a luta, eu vou desviando, mas ele é rápido demais, quase que eu tomo golpes fatais. Ele levanta sua espada banhada à auto-destruição, e passa perto demais. Se não fosse meu escudo de latão feito de sorrisos forçados, eu já tinha caído. A luta é grande, a arquibancada treme. Os olhos das pessoas me dizem que eu vou morrer. Eu vou morrer.<br />
<br />
<br />
Olho o dono da festa, o que organizou o evento, era eu mesmo, mas esse eu, não usava roupas extravagantes, ou mesmo tinha servos. Ele tinha roupas simples, estava sentado distante no topo da arena, e não tinha a companhia de ninguém. Ele olhava sem expressão para a nossa luta, como se essa luta fosse um gatilho para alguma coisa. Ele espera pacientemente. E então, a espada atravessa o meu peito. O cavaleiro negro, sorri e sussurra no meu ouvido: <i>"Seja bem-vindo ao seu inferno pessoal. E não, isso não é normal". </i>Eu caio. As vozes são cessadas e minha visão borra, olho pela última vez o rapaz entre os panos, ele chora. Olho para o topo, o meu lado quieto se levanta e vai querendo partir. Eu quero também.<br />
<br />
<br />
Mas, eu não poderia de tal forma permitir que isso terminasse assim. Depois de uma hora esticado ao chão, quando a arena, já praticamente vazia, meu adversário, depois de celebrar a vitória, começa a sair da arena, Eu encho minhas mãos de areia, e meus punhos se fecham. Meus olhos abrem, meu corpo deseja um último golpe, um último olhar. Olho ao redor da arena, vejo que o rapaz entre os panos chora e continua sentado torcendo com as mãos fechadas, e no topo, o meu lado silencioso não estava mais lá, parece que ele está descendo para entregar algo para o cavaleiro negro. Eu não vou deixar. Começo a deixar meu corpo tremer. Começo a sentir a adrenalina. Começo a sentir.<br />
<br />
<br />
Devagar, eu me levanto. A espada, ainda fincada no meu peito, faz meu sangue derramar e continuar quente. Meu olhar pede mais uma luta, meu corpo já disse adeus. <i>"Eu voltei do inferno". </i>O cavaleiro negro me olha assustado, começa a deixar o seu corpo ficar paralisado. O rapaz entre os panos se levanta, e tira os panos. É o meu rosto, mas agora não mais chorando, e sim aplaudindo. Ele sozinho ecoa a arena com suas palmas. O cavaleiro está irritado com as palmas, e meu lado silencioso, que caminhava devagar em direção ao cavaleiro, fica parado no meio das escadas da arquibancada. Como se dissesse, é sua chance, não desperdice.<br />
<br />
<br />
Eu tiro a espada do meu peito, o sangue cai ainda mais, mas não vou deixar, seguro a espada com as duas mãos, jogo meu escudo de latão pra longe. É um último golpe, com todos os clichês de adeus. O cavaleiro tenta usar seu escudo feito de lágrimas, a espada o destrói, e a espada parte sua cabeça em dois. O sangue jorra no meu rosto, acho que finalmente acabou. Eu não sei exatamente como estou de pé. O jovem eu da arquibancada cheio de panos chora de alegria e aplaude com força, o meu lado silencioso vem em minha direção carregando algo. Eu caio no chão, como eu conseguiria fazer algo agora? <i>"Você fez bem. Não sei o que aconteceria com todos nós se ele tivesse vencido."</i> Ele me entrega um anel, e coloca nos meus dedos. Diz que ele é o lado dos sonhos, da criação, da invenção, ele é quem luta por mim nas horas em que eu preciso inventar. Diz que ele vai lutar por mim agora. É hora de um descanso. Reconheço o jovem da arquibancada, é o meu lado otimista. Meu lado pessimista, era o cavaleiro negro. E eu, era o real. Fecho os olhos, deixo que o ferimento me abrace. Não vai existir adeus enquanto tiver esses três caras lutando.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-19491752710518259352017-03-14T22:27:00.001-03:002017-03-14T22:27:25.972-03:00Incoerência<span style="color: red;">"Let's run away</span><br />
<span style="color: red;">Let's go and waste another year</span><br />
<span style="color: red;">Let's spin apart while racing through the atmosphere</span><br />
<span style="color: red;">We tumble through the night</span><br />
<span style="color: red;">We burn so bright</span><br />
<span style="color: red;">We're teenage satellites" </span><span style="color: #3d85c6;">(Blink 182 - Teenage Satellites)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://68.media.tumblr.com/30d607677f4cded9db172cc0a948fec7/tumblr_ngfcwkfooC1u5bewjo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://68.media.tumblr.com/30d607677f4cded9db172cc0a948fec7/tumblr_ngfcwkfooC1u5bewjo1_1280.jpg" width="236" /></a></div>
<br />
<br />
Atualmente, tento escrever com um pouco de dificuldade. Antes as palavras dançavam em minhas mãos de forma tão natural, mas confundindo todos ao meu redor. E esse é uma boa noite pra ver até onde elas vão. Não vou dizer que eu sou a melhor pessoa do mundo. Nós todos sabemos que isso não é verdade. O sono bate na minha porta, eu não abro. O silêncio é minha companheira de dança esta noite, apesar de ouvir notas de guitarra nos meus fones de ouvido. Sigo em frente, escrevo palavras de novo e de novo em busca de uma nova redenção, como tenho feito nesses longos anos. É incrível que algumas coisas nunca mudam, não é mesmo? Me construí com emoções de vidro, e as quebrei de modo instantâneo. E por incrível que isso possa soar, isso não me assusta ou me incomoda.<br />
<br />
<br />
Mas por que eu faria isso? Porque eu resolvi caminhar. Resolvi parar de ser a criança sentada sozinha no banco da praça com lágrimas no rosto, Eu acho que eu me cansei de chorar e resolvi fazer algo a respeito. Todos tem algo pra proteger. Mas ao mesmo tempo, de alguma forma, isso pode condenar outras coisas que as pessoas protegem. Mas, qual é o erro em ser, em proteger? Por que isso soa de alguma forma errado, quando suas atitudes são erradas mas tem um bom motivo? Como é o procedimento? Não tem. Não existe tal coisa como procedimento. Pois quem criou o termo "procedimento" foi algum humano, e isso só foi aceito porque um bando de gente aceitou essa ideia junto. Percebe a incoerência?<br />
<br />
<br />
A incoerência é que definições e coisas do tipo é algo único e individual. Se eu quiser que a palavra "amor" seja a definição de ficar seis horas sentado assistindo um filme e comendo porcarias, esse vai ser meu amor. É o que eu acredito. É o que eu vou lutar pra acreditar. Não se deve, não se pode, não se aceita coisas de cabeça abaixada, lute por você mesmo. Você existe. Você não é intangível, você pensa, você tem fé, você tem sonhos e tem ideias. Acredite. Não é porque alguém acha que a faculdade é o inferno que pra você vai ser por causa das palavras dessa pessoa. Perceba você mesmo.<br />
<br />
<br />
O que eu defino pra minha vida de agora em diante, é que liberdade não é apenas sair para o mundo, ou independência, ou até mesmo sentir o vento contra o seu rosto. Liberdade não é isso. Liberdade é dar valor de verdade pelos seus sacrifícios, conhecer a trilha que você deixou até agora. Você não é uma mentira. Esses anos provam isso. Sem mais ser quem eu não sou, hoje eu busco ser eu mesmo. Mas, eu ainda ando. Perdi tantas coisas na minha vida, que eu sei o valor da perda. Eu sei como é o sentimento vazio feito de coisas podres, como se tivesse algo que estivesse te corroendo por dentro. Eu já estive aí. Eu já caminhei nessas pedras. Eu sei como é.<br />
<br />
<br />
Mas nem por isso eu coloquei uma bala na minha cabeça. Cogitei, não minto. Entretanto, eu percebi que eu não sou um soldado que prefere perder a guerra antes mesmo de ir pra linha de frente. Nunca fui dos soldados que sabem lutar, mas eu sempre fui daqueles que costumam curar os outros. Nem percebia minha feridas. E eu ainda estou aqui. Mesmo sendo eu, eu caminhei, percebi que uma bala é pequena perante a mim, percebi que acabar comigo é um teatro triste. E não quero que a palavra triste e teatro se associem. A tristeza é algo natural, é algo que é um fato. Mas isso não pode fazer com que suas lágrimas sejam mais que seu suor. Quando ficar mal, soque sua perna, grite, ande, corra, faça alguma coisa, só não deixe suas lágrimas serem as donas do seu mundo.<br />
<br />
<br />
Fiz um post no ano passado, que eu dizia que eu iria pintar meu céu das cores que eu quisesse e que minha lua é feita de queijo, estou tentando. Minha lua ainda está na parte de transformação para queijo, e as cores ainda estão bagunçadas. Eu estou tentando. Espero que você que esteja lendo, esteja fazendo o mesmo, o mundo é feito pra você inventar. Não mate o seu mundo.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-79608006270621266522016-11-20T22:29:00.002-02:002016-11-20T22:29:21.620-02:00Até.<span style="color: red;">"And I think it's gonna be a long, long, time</span><br />
<span style="color: red;">'Til touchdown brings me 'round again to find</span><br />
<span style="color: red;">I'm not the man they think I am at home</span><br />
<span style="color: red;">Ah, no no no</span><br />
<span style="color: red;">I'm a rocket man</span><br />
<span style="color: red;">Rocket man</span><br />
<span style="color: red;">Burnin' out his fuse up here alone" </span><span style="color: #3d85c6;">(Elton John - Rocket Man)</span><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://static.tumblr.com/ciofeps/c9rm61y51/4576imagem-background-ceu-estrelado_1_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://static.tumblr.com/ciofeps/c9rm61y51/4576imagem-background-ceu-estrelado_1_.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Impérios feitos de cartolina, os espelhos colocados no fundo do apartamento para parecer que este império seja um pouco maior do que ele é. Tudo encaixado como se fosse um grande quebra-cabeça feito pra ser assim, mas as coisas nunca funcionam como deviam. Me enviaram ele pronto, mas eu recebi o quebra-cabeça e o desmontei peça a peça para que as coisas não funcionassem direito. Preenchi lacunas com cimento e escrevi vários nomes, para que pelo menos estes que escrevi nunca fossem esquecidos, mesmo que bata um tornado na minha porta e destrua tudo o que eu tenho. Mesmo que a chuva seja forte, mesmo que o mar encontre a minha janela, o cimento com os nomes jamais será afetado. Assim, eu os protejo, com toda certeza, e meus olhos estarão contentes de vê-los eternizados em um chão.<br />
<br />
<br />
Imprima as notas falsas, e as coloque para trabalhar em lugares que não querem, talvez elas ainda funcionem mesmo com suas má impressões, mesmo que contenham números errados. E aqui está, o novo chá que preparei para conversar depois de um longo dia, depois de passar um longo dia sem acreditar num sol novo. É incrível como acordamos e vivemos com o mesmo sol, e com a mesma lua, e nossas vidas continuam patéticas sem percebem o tamanho da nossa existência perante tudo isso. Eu consigo tapar um pouco do céu com a minha mão e ainda não sabemos se nossas vidas são tão boas assim. Nós damos parabéns em dias de aniversário por respirar. O que somos nós?<br />
<br />
<br />
Ouça aquela música que toca no seu rádio, aquela dos anos 80 onde as pessoas falavam de amor e falavam sobre como era importante a gente ter um abraço de vez em quando. Olhe pras estrelas e veja o quão pequeno você é perante a um universo e perceba que as estrelas brilham mesmo que você não queira fazer nenhum desejo. Quando criança eu achei que a lua era feito de queijo, e eu queria ir viajar pra lá pra eu experimentar o queijo da lua. E então, fiquei mais velho, e descobri que não tinha queijo nenhum na lua e no máximo eu iria encontrar era pegadas e buracos. Eu queria ainda que minha lua fosse o que eu achava e não o que diziam. Uma pena.<br />
<br />
<br />
E então, eu percebi que as minhas estrelas e minha lua, não estavam penduradas por um barbante, e o céu não era uma lona. Percebi que tudo isso envolvia estudos científicos, percebi que só o fato de pensar tinha até nome, uma tal de "filosofia". O que diabos estava acontecendo com minha cabeça? Parece que pegaram a minha casa feita de lego e deram um chute forte pra desmontar tudo. E então, eu fui crescendo e fui desacreditando nas coisas bobas que eu quando criança acreditava. Parei de acreditar que existiam super heróis pra salvar as mocinhas presas em prédios em demolição, parei de ver as pessoas como algo real, e sim um bando de ampulheta feita pra acabar.<br />
<br />
<br />
E então, eu percebi que eu era alguém sem visão alguma. Eu tinha olhos feitos cinza, eu desacreditei em tudo o que eu podia ter. Eu era alguém sem nada, eu era um poeta sem palavras, um cantor sem voz. E o que poderia tirar alguém desse fundo de poço? Músicas já não faziam milagre, e poesias já não tinham tanto efeito assim. O que eu poderia fazer? O que eu fazia quando criança e sentia que meu céu estava tendo previsão de chuva permanente e estava sem ideias? Eu desmontava. Eu jogava os panos, tirava os barbantes, pegava um papel e desenhava de novo. Fazia tudo do zero. É o que eu preciso.<br />
<br />
<br />
Hora de resetar. Construir um prédio feito de branco onde o pintor e o arquiteto será eu, e um mundo onde eu possa moldar do zero,e poder acreditar de novo. Parar de me matar todos os dias, parar com essas histórias onde eu encontro o meu corpo estirado no banheiro com litros e litros de lágrimas. Hora de começar um papel. Um papel onde não existe preto e branco, e sim uma caixa da Faber Castel de 100 cores onde eu posso moldar um mundo só meu. O céu de dia vai ser laranja e de noite roxo, e ninguém vai questionar. Minhas estrelas irão brilhar tanto que irão cegar as pessoas ao meu redor, e minha lua derrubará queijos e mais queijos.<br />
<br />
<br />
O céu é muito mais bonito quando você percebe a existência dele. E você, sim, a pessoa que está lendo esse texto, também é mais bonita quando você se aceita e percebe a sua existência. Somos pequenos, mas somos grandes por entender que somos pequenos. Não desperdice a sua vida pensando que somos fracos e que as coisas estão difíceis. O seu relógio toca todo dia, mas ele não conseguirá entender sentimentos, emoções. Então, ande, corra, pule, ande de bicicleta, dê abraços e mais abraços, desperdice só sua voz pra elogiar alguém, sorria... Respire e viva. O mundo está cheio de porcaria, que tal fazer uma porcaria boa de vez em quando? Não sou um ditador de felicidade, eu sou só um cara tentando fazer alguma coisa, nem eu sei o que tô fazendo pra falar a verdade.Eu só estou indo, se eu descobrir aonde eu vou, eu te conto. Até.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-89199092427337424612016-08-31T19:26:00.001-03:002016-08-31T22:07:09.905-03:00Poesia Sobre Um Poeta<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;">"Separô pra prensar o que a gente faria</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;">Se não houvesse poesia</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;">Se não restasse farinha pro nosso pão"</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #3d85c6;">(O Teatro Mágico - Separô)</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://static.tumblr.com/dfb10486dc5613953d1d77351e9170fe/dqj9iks/ktwnftmvy/tumblr_static_2riufms5t24gk4s88go8so44g.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://static.tumblr.com/dfb10486dc5613953d1d77351e9170fe/dqj9iks/ktwnftmvy/tumblr_static_2riufms5t24gk4s88go8so44g.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Ele era um poeta</div>
<div style="text-align: center;">
Poeta, um imortal no meio de sinceridades</div>
<div style="text-align: center;">
Seguia torto em plena linha reta</div>
<div style="text-align: center;">
Apenas para ver as luzes das cidades</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Eu o encontrei numa esquina esses dias</div>
<div style="text-align: center;">
Nunca vi tamanha imaginação em cabeça sã</div>
<div style="text-align: center;">
Quem diria que com ele aprendi que palavras tinham vida</div>
<div style="text-align: center;">
E soube que apesar dos problemas, todo dia tem um amanhã</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
O sol nasce mesmo que você não queira</div>
<div style="text-align: center;">
E a chuva realmente costuma parar alguma hora</div>
<div style="text-align: center;">
As noites de escuridão nunca levam a noite inteira</div>
<div style="text-align: center;">
O mundo é muito mais do que a janela lá de fora</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Ele me disse que eu não precisava guardar lágrimas</div>
<div style="text-align: center;">
Elas só iriam umedecer minha velha mochila esfarrapada</div>
<div style="text-align: center;">
Que as minhas memórias eram muito velhas</div>
<div style="text-align: center;">
Estava na hora de dar uma limpada</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Eu pensei muito depois de conversar com o jovem poeta</div>
<div style="text-align: center;">
Ele me falou tantas coisas que eu fiquei maravilhado</div>
<div style="text-align: center;">
Eu irei correr atrás dos problemas como um atleta</div>
<div style="text-align: center;">
Percebi que era inútil ficar correndo pelo lado errado</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
A poesia é a coisa mais bela que o homem já inventou</div>
<div style="text-align: center;">
E a cicatriz é a melhor palavra pra quem precisa</div>
<div style="text-align: center;">
Pois só quem mesmo um dia, se escondeu e chorou</div>
<div style="text-align: center;">
Sabe o quanto tudo isso significa</div>
Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-33946304292463985482016-08-28T02:35:00.001-03:002016-08-28T02:35:15.563-03:00Qualquer Um<span style="color: red;">"Nunca me deram valor</span><br />
<span style="color: red;"> E eu não sei o quanto valho</span><br />
<span style="color: red;"> Nunca te deram amor</span><br />
<span style="color: red;"> E isso como sei que vale"</span> <span style="color: #6fa8dc;">(Supercombo - O Calculista)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://66.media.tumblr.com/tumblr_m8pwuffgqS1qbfmi7o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://66.media.tumblr.com/tumblr_m8pwuffgqS1qbfmi7o1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
E pensar que versos simples impressionam pessoas que acham poesia muito complexa. Aqui estou novamente, deitado no chão, colocando palavras para aquecer meu coração feito pra explodir. Não achei que fosse precisar deste blog novamente, me perdoem minhas palavras, mas eu nunca quis que isso fosse algo que eu fosse guardar com tanto carinho. Mas eu guardei, porque de alguma forma eu sempre estive pensando que a balada da eterna tristeza nunca iria terminar e eu não podia ir para o jardim gritar com todas as minhas forças. Eu precisei ficar. Eu acabei segurando as mãos, e rezando pra todos os deuses e acabei no meio de um salão vazio com mesas viradas e uma banda ruim tocando "Love me Tender".<br />
<br />
<br />
Muitos me disseram que iriam ficar. Muitos disseram também que a tristeza era passageira, e muitos me disseram até que era bobagem da minha cabeça, que eu não podia ficar dessa forma, que não fazia sentido. É, realmente, mas o que posso fazer sobre isso? O que posso fazer se todos os dias a minha mente cria mil formas de dizer adeus pra todos que eu encontro, e o que diabos eu poderia fazer para escapar dessa maldição onde eu acabo a noite escrevendo textos que me deixem me sentindo o ser humano mais horrível? Isso é como se arrancassem minha alma pra fora e colocassem pra dentro, incessantemente.<br />
<br />
<br />
Minha memória tem falhado como se fosse um computador mal programado. Não sei o que eu fiz, mas acabo me esquecendo fácil das coisas, de coisas que eu deveria lembrar, e apenas guardo na memória feridas que eu sei bem que são vivas. Existia um cara uma vez que me disse: "Garoto, você está indo para uma avenida onde as ruas são feitas de plástico". Primeiro passo que dei eu afundei, percebi que tudo em minha volta era incerto, como se fossem apenas uma coisa da minha cabeça. O que aconteceu além de mentiras cobertas de verdade? Eu nunca vou me perdoar. Esse texto vai pra qualquer um. E esse qualquer um, espero que leia até o final.<br />
<br />
<br />
O silêncio me dá boas-vindas, fala que eu desapareci e pergunta por onde andei. Não respondo, eu tenho que escrever minhas palavras bagunçadas. Qualquer um que leia, se você por favor notar, eu tento todos os dias me livrar do peso que carrego em minhas costas. Seja lá o que eu tenha feito, eu devo ter feito, eu sei que fiz, eu juro que fiz, mesmo eu não sabendo o que eu fiz, mas eu cometi algo que tenha machucado qualquer um. E meus olhos lacrimejam. Minhas mãos tremem, e nem é por causa da epilepsia. Quem diabos está cantando essas horas da madrugada? O vizinho é irritante. Espere. O texto ainda não terminou.<br />
<br />
<br />
Lembra? Se lembrar, prontifique-se de me avisar. Faça o que eu não faço, lembre-se de coisas importantes, salve sua vida. A minha está condenada ao eterno buraco negro feito de lágrimas enquanto eu te olho voar. Eu estou aqui no chão, vendo os anjos brincando de serem felizes. Eles são lindos. Os anjos um dia provavelmente irão segurar sua mão pra brincar também, e eu vou continuar olhando da onde estou. Afinal, eu não posso. Tudo o que eu posso fazer é olhar, fingir que em alguma parte minúscula da minha imaginação seria feita de felicidade. As verdades não me perdoam. E eu nunca irei me perdoar.<br />
<br />
<br />
O tempo é falho, a brisa é inútil. Quem diria que palavras toscas pra mim fazem sentido? Todas elas, todas elas tem algo. Pois elas, são tudo o que eu tenho. Minhas mãos tocam o chão, e eu derrubo meu resto de amor que eu tinha. Carrego como papéis desorganizados, brinco como se fosse um soldado armado. Eu lembro de memórias ruins de novo, <b>m</b>entiras feitas em minha cabeça jamais serão reveladas novamente. Elas brincarão de se esconder num cofre a setenta e cinco chaves e nunca mais sairão. Eu nunca mais vou ver essas mentiras. Nunca mais irei segurá-las e falar "ok, está tudo bem".<br />
<br />
<br />
E vai-se uma noite em insônia. Emito as minhas últimas palavras, dessa vez, qualquer um pode ler. Está tudo bem se dessa vez eu não consiga segurar meu império de papel. Está tudo bem eu fingir que minha armadura não está feita de reparos ridículos. Está tudo bem, foi o que me disseram. Já está na hora de eu parar de lutar. Ridículo foi o dia em que eu tentei e falhei miseravelmente. Está chegando a hora em que o baile enfim, vai chegar ao final. A banda está parando aos poucos aquela música maldita, e eu vou poder abrir a porta do salão. Estamos chegando ao fim, dance de forma contínua mais um pouco. Está tudo bem. Está tudo bem.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-30161577926234855212016-06-02T01:31:00.003-03:002016-06-28T18:59:35.835-03:00Desculpa<span style="color: red;">"Socorro, não estou sentindo nada</span><br />
<span style="color: red;">Nem medo, nem calor, nem fogo</span><br />
<span style="color: red;">Não vai dar mais pra chorar</span><br />
<span style="color: red;">Nem pra rir</span><br />
<span style="color: red;">Socorro, alguma alma, mesmo que penada</span><br />
<span style="color: red;">Me empreste suas penas</span><br />
<span style="color: red;">Já não sinto amor, nem dor</span><br />
<span style="color: red;">Já não sinto nada"</span><span style="color: #45818e;"> (Socorro - Arnaldo Antunes)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFvRxo5Ne8n9jjyM84H7vM-KT7a65NX9PyHqIsgdE9Z3uo9IQVFkvgCBDM4kutVcmXYti3LhV1aBzBHNQkoPXm4zEqun26My-Dy8adljdajNJfmuYXc2QZ8zoL06t1pLMXevoLsMC2_J1n/s640/tumblr_loi4x15VhA1qzfsnio1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFvRxo5Ne8n9jjyM84H7vM-KT7a65NX9PyHqIsgdE9Z3uo9IQVFkvgCBDM4kutVcmXYti3LhV1aBzBHNQkoPXm4zEqun26My-Dy8adljdajNJfmuYXc2QZ8zoL06t1pLMXevoLsMC2_J1n/s640/tumblr_loi4x15VhA1qzfsnio1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Já é 1:00 da madrugada e eu ainda acordado. Minha mãe vive reclamando muito tarde, e que isto faz mal para minha saúde. Ah, mãe, se tu soubesses como andas minha vida, meu sono seria uma das últimas coisas que tu iria se preocupar. Ando cansado, como se não tivesse tempo para respirar. Ando com dor, como se tivesse passando por uma cirurgia sem anestesia. Ando com todo tempo do mundo, como se estivesse apaixonado. Ando, ando, ando, e ao mesmo tempo, continuo no mesmo lugar. Seria metafórico se eu estivesse escrevendo uma poesia neste momento. Seria engraçado se eu fizesse um trocadilho como eu faço todos os dias toda vez que eu não sei o que dizer.<br />
<br />
<br />
Desculpa, dessa vez não vai ser um texto bom. Dessa vez, não vai ser o texto que eu vou colocar em palavras o que eu geralmente digo, que eu sinto solidão sendo as minhas veias, e não vai ser o texto que digo que carregar o mundo parece algo que eu faria. Não, dessa vez eu vou falar o que eu não sinto. Dessa vez, vai ser o oposto. Vai ser aonde eu vou dizer tudo o que eu não queria, escrever o que eu não pensaria, e principalmente, sentir o que eu não sentia. E provavelmente, será um raro texto. Palavras não vão me tirar do inferno. E palavras também não sabem a diferença entre inverno e verão. Mas eu sei.<br />
<br />
<br />
E começa dizendo que quando eu era mais novo, quando eu tinha lá meus oito anos, eu achava que o mundo era um tipo de cubo mágico que eu não conhecia, e aquilo me cativava. Era um tipo de teste que eu reprovava sempre, e que as pessoas eram as questões que eu nunca soube responder. Nem mesmo meus pais escapavam dessa minha análise. <i>"O que eles estão pensando?", "O que eles estão sentindo?", "Como o corpo responde tudo isso que o cérebro diz?" </i>e <i>"Qual é a próxima atitude se fizesse tal coisa?"</i>, tudo isso passava na minha cabeça de modo constante e rápido, como se fossem moscas e deixando meu cérebro uma loucura.<br />
<br />
<br />
E até hoje, eu nunca respondi nenhuma delas. Deixei todas elas em branco, como algumas provas de faculdade que acabei fazendo. Olho pela janela, me faz pensar, tanto tempo passei com isso na minha cabeça, e acabei indo meio que com a maré até aqui. Eu nunca questionei essas ideias decisivas, esse negócio de decidir sempre acabava me passando insegurança, e ou eu fugia, ou eu deixava isso nas mãos de alguém conhecido, no caso, amigos e família. Quão infantil eu era, e o pior, eu queria passar a imagem de intelectual, maduro, e alguém que sabia de tudo ao tentar aconselhar sobre os mais variados assuntos, quando nem mesmo eu sabia o que estava fazendo. Convenhamos, se alguém que está mais ferrado que você dar conselhos fosse ajudar, todo o mundo estaria em harmonia.<br />
<br />
<br />
Ah, eu costumava decorar palavras como "obrigado", "por favor" e "bom dia", diziam que fazia bem, e eu achava engraçado de ser o único que dava a mínima para isso. E aquele cubo mágico, acabava ficando cada vez mais complexo a cada dia que passava, como se eu ficasse mais burro, ou talvez ele que ficava mais confuso. Eu era o único que via desta forma, provavelmente, afinal, eu era o único que tinha ideias e ideias de formatos engraçados. Os outros tinham a ideia básica do "Carpe Diem", de viver um dia de cada vez. Eu não. Eu sempre quis ver o futuro.<br />
<br />
<br />
Se fosse possível, eu queria ter visto para evitar tudo o que aconteceu. Evitar muitos dos erros que cometi, evitar beber aquelas mentiras e sorrisos falsos à seco, de modo que eu não fosse o maduro o tempo todo. Mas isso não é possível. E então, eu segui, de forma informal e incorreta, de modo que eu realmente não soubesse nada do que estivesse acontecendo. E aquele cubo, hoje em dia, carrego no meu bolso, o mundo não é gigante pra mim. Na verdade, ele está mais pequeno do que eu imaginava, e tudo é óbvio para mim.<br />
<br />
<br />
E o que eu estou sentindo? Eu sinto que não sinto. Como é essa coisa de gostar de alguém? Como é essa coisa de simpatia? Como é essa coisa de se importar? Como é essa coisa de sentimentos? Parece complicado, como a matemática mais complexa. Parece que é um tipo de amnésia de sentimento, algo esquisito e perdido dessa forma que eu meio que perdi o controle. O pior, é que eu não dou a mínima, porque eu não sinto. As pessoas podem se assustar, podem ficar preocupadas, mas eu não ligo, desculpa. Desculpa, mas vocês criaram um monstro. Quer dizer, acho que sempre teve um, a diferença que vocês mataram o herói.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-51845157585456695672016-04-06T01:28:00.000-03:002016-04-06T01:28:17.188-03:00Frases de Efeito<span style="color: red;">"If you're lost you can look--and you will find me</span><br />
<span style="color: red;">Time after time</span><br />
<span style="color: red;">If you fall I will catch you--I'll be waiting</span><br />
<span style="color: red;">Time after time"</span> <span style="color: #6fa8dc;">(Cindy Lauper - Time After Time)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzPM5_1iGfddtRyd1fN9Czks9krD22evpAB4eEdHhH97PIUNYDpLXz-AfRyjirGpCxMlzeH1Syf4FG7A1s3JnrKYIeEsxl1U9Towwwi6Q08-MPIgNJueeQ4rtS66Ljr-IS2sDdp944v4I/s640/tumblr_ml7zxk6tnM1s30oeoo1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzPM5_1iGfddtRyd1fN9Czks9krD22evpAB4eEdHhH97PIUNYDpLXz-AfRyjirGpCxMlzeH1Syf4FG7A1s3JnrKYIeEsxl1U9Towwwi6Q08-MPIgNJueeQ4rtS66Ljr-IS2sDdp944v4I/s640/tumblr_ml7zxk6tnM1s30oeoo1_500_large.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
É meio tarde, não acha? Quase o horário do meu remédio, e quase o seu horário de sono. Passou um bom tempo onde a gente ficou conversando, quer dizer, um bom tempo onde a gente se conheceu naquela rede social onde eu não confiava, naquela hora onde eu não me achava. Eu não sei quanto tempo exato a gente ficou conversando, e também tem um monte de informações suas que eu confesso ter esquecido. É, minha amnésia não mudou muita coisa desde o começo, e acho que sua teimosia também não.<br />
<br />
<br />
Um texto que não existem momentos pra dizer a verdade, um texto confuso onde as palavras fluem de maneiras erradas e que você provavelmente vai só me dizer que eu fui um idiota em tentar escrever algo do tipo. É, você não mudou. Eu costumo sempre fazer as coisas que você não esperava, e suas palavras me dizem as mesmas coisas que costumo só aceitar e ignorar. Bom, eu tento realmente escrever algumas coisas, mas aparentemente eu perdi muitos rumos em minha vida, eu só ando tentando não perder o seu. Frases de efeito malditas.<br />
<br />
<br />
Eu comecei este texto tentando apenas te desafiar de uma forma pra te dizer que eu ando empolgado. Sim, empolgação não é uma frase comum nesses textos que coloco-me a escrever, porém, ultimamente isto tem me dado forças pra seguir em frente. Sabe por que eu ando empolgado? Sua culpa. Ter aquela chance de poder conversar com alguém de maneira firme sem esperar aquela velha companheira solidão te esperando no velho sofá da sua sala de jantar, assistindo um programa que você nem sabe o nome. Ter aquela chance, poder sentir de volta a diversão que é conversar com alguém, sem precisar das armaduras. Sim, aquelas.<br />
<br />
<br />
Ainda não vi seus olhos, e provavelmente eles não são como diamantes ou algo assim, e seu sorriso não é feito das mais belas pedras preciosas. Porque não são, afinal, seu jeito é o que é encantador. Você não precisa ser uma princesa, afinal, princesas não são sarcásticas e irritantes, e você não é uma jóia rara, afinal, jóias raras não vivem em cidades pequenas como aquelas. Você é uma garota qualquer. Você provavelmente neste final de parágrafo quer me xingar bastante, mas espera mais um pouco. Espera, espera, espera, palavra que te irrita. Sua impaciente.<br />
<br />
<br />
Eu não sou o cara que vai te seguir sempre e vai aceitar tudo o que você diz, você sabe que eu sou assim. Sabe que meu sarcasmo ácido é muito forte, e ele não tem medidas. Esse mesmo cara, é arrogante, egoísta, prepotente, rancoroso, preguiçoso, desorganizado, e distraído. E ele mesmo me disse que apesar de tudo, ele está ok com tudo isso. Ele não quer apressar as coisas, como sempre fez, ele não quer correr em direção desesperada como se não houvesse amanhã. Ele não quer ventos fortes ao te encontrar, ele quer apenas uma brisa leve cantando ao fundo do encontro. Isso porque é você.<br />
<br />
<br />
Você tem vários defeitos, e eu podia realmente passar a tarde toda escrevendo todos eles, mas não precisa. Porque simplesmente, eu não dou a mínima, e é muito divertido esse tempo que a gente tem passado. Eu te conheço mais que muita gente só de ver suas palavras, eu consigo ler as entrelinhas mesmo não tendo elas, e consigo chegar mais perto mesmo eu estando em outra cidade. O que diabos é isso, pode me explicar? Bom, eu não vou ficar aqui tentando decifrar coisas que eu tenho muita preguiça. Já é tarde pra eu te dizer as coisas, e é muito tarde pra eu te mandar o texto. Só não é tarde pra ligar, nunca é tarde pra ligar.<br />
<br />
<br />
Só que eu não liguei, meu telefone não colabora. Eu odeio admitir, mas tenho deixado de alcançar o céu por sua culpa. Eu podia ter ido correr atrás das estrelas há muito tempo, mas você insiste em correr por essas terras. Então eu finjo voar planamente, te acompanhando, te seguindo, como se eu fosse um estranho guardião. Eu não estou tão longe assim. E ria se quiser desse texto, eu não me importo, seu humor eu já estou acostumado. Me encantas com palavras, deixe-me retornar o favor. Espero que durma bem, e deixa a janela aberta, meu beijo pode chegar por ela.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-71075953018072593982016-03-26T18:15:00.000-03:002016-03-26T18:15:51.101-03:00Lucy<span style="color: red;">"Now that it's over</span><br />
<span style="color: red;">Just wanna hold her</span><br />
<span style="color: red;">I'd give up all the world to see </span><br />
<span style="color: red;">The little piece of heaven</span><br />
<span style="color: red;">Looking back at me"</span> <span style="color: #6fa8dc;">(Skillet - Lucy)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://41.media.tumblr.com/tumblr_lu42465zgx1qicayuo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://41.media.tumblr.com/tumblr_lu42465zgx1qicayuo1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Como sábado se tornou desta forma? As paredes não tem uma cor específica, e elas se perdem em palavras que eu não consigo entender. Está um pouco escuro aqui, e meus olhos já não podem iluminar o caminho. Já não consigo mesmo acompanhar meus próprios passos, aparentemente meu passado é mais rápido que eu. Minha cabeça está igual a uma bomba, prestes a explodir, com planos e ideias que eu não sei como passar para o papel. Eu queria tanta coisa, alcançar tantos anjos, mas nenhum deles consegue me ouvir agora. E pensar que eu até me apaixonei por um.<br />
<br />
<br />
Venho me perdendo ao me lembrar das coisas, por onde andamos, por onde passamos, por onde pensamos. Será que você pode ler esta carta que estou escrevendo? Consegue lembrar? Inimigos fortes que enfrentamos, armadilhas e florestas que caminhamos. Demorou um pouco pra gente se entender não é mesmo? O que se poderia esperar de um zumbi enfaixado que utiliza correntes e caminha pela escuridão? E eu era apenas uma criança em busca de vingança, fixado nessa ideia de que tudo iria se resolver atrás dela. Belo engano.<br />
<br />
<br />
Mas eu nunca te disse não é mesmo? Eu não disse o quanto eu te procurei, e nossa, demorou muito até eu te achar. E quando eu te encontrei, foi como se meu coração batesse de novo, mesmo sabendo que ele estava tão podre que eu acho que ele nem sabia o que era isso mais. Poder te abraçar depois de tanto tempo, nossa, fazia dez anos, onze, nem lembro mais. Eu não tive mais noção de tempo depois de eu perder meus passos, e eu só sabia que o que importava eram seus olhos que não mudaram desde quando a gente era criança.<br />
<br />
<br />
E quando você começou a andar junto com a gente, minha nossa, eu percebi que eu tinha pedaços de diamantes amarrados às minhas mãos. Diamantes, ouro, não importa qual pedra preciosa você queira designar, o fato não é a pedra, e sim o fato de que vocês eram preciosos pra mim. Era a sensação antiga de família que eu não lembrava como era. Mesmo que a palavra "confiança" ainda estava conturbada, não era ela que nos fazia parar de caminhar juntos e também rir juntos perante a lua daquele inverno.<br />
<br />
<br />
Você limpava minhas ataduras, lembra? Seu olhar de envergonhada, e meus olhos que diziam pra eu te falar que eu tinha medo de mostrar essas ataduras, você não merecia ver tal coisa desprezível. Mas, como eu poderia te dizer "não"? Eu não tinha defesa alguma contra você, e eu me perdia só de ouvir sua voz. Mas eu era muito covarde pra te dar um beijo. Muito covarde pra te pedir um. Eu só precisava de uma hora do teu lado pra apagar toda aquela bobagem de vingança, solidão e dor. Você era minha preciosa anja.<br />
<br />
<br />
Quando vi você com aquela casa e aquelas crianças, eu ri. Eu ri não de achar aquilo uma piada, mas sim de ver o seu lado gentil ser completamente mostrado a todos, e como você ficava fofa daquela forma. Eu via você prender o seu cabelo, eu vi você sorrir, e eu queria mesmo que o tempo parasse por alguns segundos só pra eu ter aquele momento só pra mim. E só de saber o fato de você sentir o mesmo por mim, já me fez o monstro mais feliz do mundo. Não sou um homem, não sou mais o garotinho que você conheceu há 10 anos atrás. Mas eu sinto o mesmo que ele sentia.<br />
<br />
<br />
Lucy, fico me perguntando se você ainda está por aí. Eu lembro de tudo, eu lembro até mesmo do tom da sua voz, e não se preocupe, eu não vou te soltar, nunca mais, nunca mais! Eu sei que em algum lugar você consegue ver a mesma lua que eu neste momento, e sei que também consegue ver as estrelas ao redor. Adoraria que alguma delas fosse uma cadente, pra eu pegar uma viagem e chegar mais perto de você. Eu só preciso do seu sorriso, apenas mais uma vez. Eu preciso de um último beijo, apenas mais uma vez. Eu não tive tempo de te dizer adeus. Nem eu te amo.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-89357155359774137572016-03-04T23:47:00.000-03:002016-03-18T22:53:11.395-03:00Atualização Da Minha Vida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="color: red;">"Me deixa sonhar (na frente do espelho)</span><br />
<span style="color: red;">Todo dia após o jantar</span><br />
<span style="color: red;">Me deixa cantar (não só no chuveiro)</span><br />
<span style="color: red;">Pra quem quiser escutar</span><br />
<span style="color: red;">Me deixa sonhar... (talvez eu possa te dizer o quanto</span><br />
<span style="color: red;">eu posso ser de verdade) "</span> <span style="color: #6fa8dc;">(2ois - Olá, Eu Sou Um Fantasma)</span><br />
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<br /></div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img src="http://umtravesseiroparadois.com.br/wp-content/uploads/2014/06/tumblr_lkc62zzcri1qbm6mjo1_500_large.jpg" style="-webkit-user-select: none;" /></div>
<br />
<br />
<br />
Hoje é um dia de chuva. Não aquelas onde derrubam casas, onde as águas chegam ao seu pescoço e você realmente já não sabe o que fazer. É simplesmente aquele dia que mesmo que você está sem guarda-chuva, você chega em casa com alguns pingos nos ombros e o cabelo molhado. E antes que você me questione, sim foi uma metáfora sobre minha vida. Está ruim, mas não está péssimo. Está confuso, mas não o suficiente pra me enlouquecer. Está difícil, mas nada que uns <i>"reset" </i>resolva. Eu estou cada vez mais sozinho, mais triste, mas mais forte. Eu estou aprendendo a carregar minha cruz, eu estou conseguindo caminhar em meus passos e estou ainda na procura do meu foco da minha vida. Mas aqui estou.<br />
<br />
<br />
Enfim, essa carta eu escrevo para dizer todas as atualizações de minha vida depois de um tempo. Quando eu era criança, achava que o mundo era menos perigoso. Achava que eu podia realmente pegar algum ônibus e ir pra qualquer lugar em qualquer horário, e que ninguém tinha segundas intenções ao me ver vagando por aí. Nunca estive tão errado. Para começar, esse negócio de ir em qualquer horário não existe, existem apenas horários específicos para o ônibus sair de uma rodoviária. Segundo, para chegar em alguns lugares tem toda uma burocracia, e isso geralmente só me estressa. Não somos livres. Somos livres apenas pra acreditar que somos livres.<br />
<br />
<br />
E então. Eu cresci. O tempo realmente passou muito rápido, não consegui acompanhar, fui simplesmente na onda. Eu não queria uma posição de destaque, eu não almejava ser o cara que todos se preocupavam. Eu queria ser apenas um qualquer, alguém que sabia a direção de casa. Mas eu nunca soube o caminho de casa. O tempo me ensinou que o caminho que eu sigo sempre é pra algum lugar, mas o lar doce lar continua longe de mim. Meus passos me ensinam a dançar no ritmo da solidão, condenado a lutar sempre com um violão com cordas enferrujadas e minha garganta amarrada em dores adversas. E o inverno vai me dando hipotermia, quem diria, logo eu que gostava de frio.<br />
<br />
<br />
E em todo esse tempo, acabei me tornando um alguém que observa as dores. Consegue ver as feridas, não citando-as, mas reparando a lágrima seca perdida no olhar das pessoas. Eu pude ser várias vezes o confiável, o responsável, o legal, o gente boa, o "brother", o irmão, o cara que te ouve, enfim, todos esses adjetivos, todas essas palavras, todas elas vão acabar indo no meu lixo. Porque no fim de tudo, quando der meia-noite e todos acabarem indo deitar, eu vou acabar sangrando na minha cama sozinho. Mas não é como se eu fosse morrer por isso, essa hemorragia dura há anos, e bom, eu ainda estou aqui escrevendo, não é mesmo?<br />
<br />
<br />
Mudei muito durante todos esses anos. Meu rosto acabou mudando, meus cabelos estão sendo cortados de outra forma, deixei a barba crescer, as roupas acabaram encurtando e o jeito delas também estão sendo compradas de outras formas. Eu aprendi tantas coisas através apenas do meu silêncio ao ouvir a voz alta das pessoas alcançarem o volume do som ruim da caixa de som. O que as pessoas queriam, o que as pessoas almejavam, o que elas sabiam sobre determinado assunto, tudo isso eu fui guardando e selecionando como se fossem conchas em um vasto campo de areia.<br />
<br />
<br />
Talvez se eu não fosse tão inseguro, talvez se eu não fosse tão pensativo e fosse um pouco mais forte, se eu fosse alguém com uns defeitos diferentes do que eu tenho agora, as coisas mudassem e eu encontrasse a fina linha por onde eu devo caminhar. Talvez, talvez eu pudesse ser alguém que eu gostasse quando eu olhasse no espelho. Droga, eu acabei desanimando antes mesmo que eu pudesse notar. Eu queria tentar fazer um texto onde as pessoas pudessem ver a minha face de "está tudo bem". Bom, acabaram de me desmacarar só de rolar a página abaixo.<br />
<br />
<br />
Mas eu ainda deito antes da meia-noite, pra eu poder digitar tudo o que eu penso, tudo o que de fato o que sinto e bom, o que sinto atualmente, é que eu queria alcançar as estrelas esta noite. Poder voar distante e alcançar os cosmos e universos e ver as explosões de cores que se pode ter lá, e poder acreditar que as luzes do céu poderão iluminar esse mundo que anda num estado crítico. Diga a eles que eu sou um fantasma, e se você pode me ver, tenta fechar os olhos e ver se não é algum sonho seu.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-10584087595362738922015-11-25T22:53:00.001-02:002015-11-25T22:53:19.453-02:00Apenas Dezenove<span style="color: red;">"Pray tomorrow - gets me higher high high</span><br />
<span style="color: red;">Pressure on people - people on streets</span><br />
<span style="color: red;">Turned away from it all like a blind man</span><br />
<span style="color: red;">Sat on a fence but it don't work</span><br />
<span style="color: red;">Keep coming up with love</span><br />
<span style="color: red;">but it's so slashed and torn</span><br />
<span style="color: red;">Why - why - why ?</span><br />
<span style="color: red;">Love love love love love"</span> <span style="color: #6fa8dc;">(Queen - Under Pressure (feat. David Bowie))</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://41.media.tumblr.com/tumblr_lsinxauv2Q1qjxanho1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://41.media.tumblr.com/tumblr_lsinxauv2Q1qjxanho1_500.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Quase dezembro. Esse ano realmente passou muito rápido pra mim. Eu meio que me perdi no meu relógio várias vezes e muitas vezes perdi compromissos irreparáveis, acho que a palavra "compromisso" se tornou algo bem marcante na minha história. Vários motivos me levaram a crer que a cidade onde morei não é a cidade que eu sou bem vindo, entre eles há o fato de que os amigos que tive não são os mesmos que me têm, as paredes das escolas que há meu sangue invisível desenhado e meus olhos só vendo cinza toda vez que passo aquelas quadras repetitivas.<br />
<br />
<br />
Óh, meus pais, o que pensaram quando eu disse que odiava aquela cidade? O que eles disseram quando conversaram sozinhos no quarto, quando eu lhes disse que não queria voltar, que quanto mais eu ficasse longe seria melhor? Pois bem, aqui estamos de novo, neste mesmo blog, neste mesmo horário, escrevendo algo que eu sempre escrevo todo ano. Este blog tem quase cinco anos de história, e nele eu coloquei quase todas as minhas cicatrizes, está registrado aqui todas as palavras engavetadas na garganta, que eu deixei de falar seja por medo, seja por vergonha, seja por timidez.<br />
<br />
<br />
Eu construí aqui uma história que mesmo que eu um dia resolva apagar esse blog, um dia eu queira queimar todos os registros dessas palavras melancólicas, ela ficará marcada como se fosse uma cicatriz direto na bomba do peito. Cada palavra que eu escrevi aqui, foi com a minha alma que elas dançaram. Cada dia que eu chorei enquanto colocava essas dores, todos eles me fizeram o que eu sou agora. E quando eu escrevi que eu estava pedindo socorro, eu realmente estava dizendo socorro baixinho no meu quarto. Mas é claro, ninguém podia ouvir.<br />
<br />
<br />
Entretanto, ninguém me salvou. Ninguém bate na porta das pessoas e diz <i>"vim te salvar".</i>Não existe super-herói. Se existisse, provavelmente estaria salvando pessoas de prédios em chamas e cidades em guerra. Eu não sou aquela coisa de prioridade, pelo menos, não no momento. Mas, eu acabei esperando, porque eu sou ótimo em ser idiota. Sempre esperando, sempre andando em círculos, sempre achando que se eu continuasse esse ciclo sem fim uma hora eu ia travar o sistema e tudo ia reiniciar de um jeito diferente. Só que a vida não é um computador.<br />
<br />
<br />
Foi aqui a única vez que reli todos os textos de algum autor, e foi aqui que eu neguei a mim mesmo que eu tinha depressão. Mas eu tinha. Acho que se eu forçar bastante a memória eu consigo lembrar a ordem das carteiras no meu último ano do ensino médio. Ah, aquela época, panelinhas, briguinhas, coisas de adolescente tentando ser grande. Foi lá que eu reparei que história existe em qualquer lugar, a diferença é saber qual delas você precisa ler. Todas as que eu podia, eu li. Todas as que eu consegui chegar perto, eu tentei adicionar observações e comentários. Digamos que eu era um intrometido. Mas eu gostava de ajudar as pessoas a escreverem as histórias.<br />
<br />
<br />
Eu sempre costumo dizer que minha memória anda queimada, só funciona pra coisas inúteis. Eu não lembro de todos os rostos que eu conheci, eu consigo apenas deixar os nomes marcados como se fossem alguma escrita antiga sem interpretação. Guria que eu dei o meu primeiro beijo, me perdoe, mas onde quer que você esteja, eu nunca vou lembrar de teu rosto, mas acho que teu nome era Amanda. Não, eu não estava bêbado, eu só tenho memória ruim pra essas coisas. Acho que beijei umas sete gurias em todos esses anos, e namorei umas duas. Mas me apaixonar? Acho que passa de vinte vezes.<br />
<br />
<br />
Eu lembro também quando foi criado uma panelinha entre várias idades e várias coisas,e depois disso veio aquela história de gerações dessa panelinha. Por favor, um bando de adolescente retardado querendo falar de gerações? Mas o que se pode fazer numa cidade parada, é criar um mundo onde tudo corre rápido. Foi naquela cidade que eu arranquei minha alma várias vezes e coloquei de novo pra me ferir mesmo, e mano, pensando bem, foram várias vezes que eu tive que me esconder ou correr pra fugir de brigas que eu me meti sem querer. Eu era um ímã de confusão.<br />
<br />
<br />
Ah, esses anos me proporcionaram uma confusão de sentimentos, talvez eu fosse uma cobaia de Deus. De qualquer forma, nesse final de ano, eu estou controlado. Quer dizer, continuo com ideias doidas, ideias simultâneas do nada, mas eu mudei. Mas, com tudo o que eu me tornei até hoje, todas as cicatrizes que eu fiz e que outros fizeram, me mostram minhas mãos tremendo de ansiedade e de empolgação. Dizia um poema, <i>"sou sernhor do meu destino, sou comandante da minha alma". </i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Mesmo que por um pouco, eu mudei. Uma mensagem às pessoas que me conheceram esse ano, vocês não fazem ideia o quão fundo eu sou, e cara, o meu mundo é grande. Meus olhos tem apenas dezenove, mas minha alma é uma anciã andarilha criadora de histórias. Ela me diz que esse ano mostrou o mundo pra mim de verdade, e não aquele preto e branco que eu morava. Ela me fez conhecer histórias e pessoas novas, gente que eu posso realmente encostar e colidir mundos. Ela me mostrou que eu posso dançar e sentir a vida. Eu posso. Eu vou. Eu sou.<br />
<br />
<br />
<span style="color: red;">**não esperem textos nos próximos meses, já que é época de festividade e férias então provavelmente estarei meio ocupado. Mas se aparecer texto é algo incomum, deixando claro.</span>Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-27144636297592359342015-11-12T16:00:00.001-02:002015-11-12T16:27:20.417-02:00Diários Estranhos De Lita (com participação especial) #4<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">"Vamos sair na rua gritando</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">o fim está quase chegando</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">e só nos resta morrer abraçados.</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Mesmo que faltem cem anos</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">pra uma última guerra</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">varrer do planeta terra</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">todo os pobres humanos</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">que não conhecem o amor..."</span></span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; line-height: 18.4px;"> </span><span style="color: #3d85c6;">(Darvin - Aurora)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://uploads.socialspirit.com.br/fanfics/historias/fanfiction-resident-evil-destrua-esse-diario-2600273,141020142347.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://uploads.socialspirit.com.br/fanfics/historias/fanfiction-resident-evil-destrua-esse-diario-2600273,141020142347.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Eu realmente não vejo motivos para especificar como minha vida amorosa anda, ainda mais quando somente eu leio este diário (mentira). Antes de começar a falar (escrever, minha cara), quero ressaltar que eu odeio romance. Sim, odeio de odiar (ahhh, não pode ser verdade). Não gosto de ver os romances clássicos e nem antigos, odeio rosas, e também me irrita só de pensar numa serenata na minha janela. Acho que eu sou uma garota que não é garota (espero que não). Mas enfim, era dois de julho...</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Dois de julho. Outono. Ah, cara, é uma bosta sair nesses climas só pra entregar um livro na biblioteca. Um frio terrível naquela manhã, tudo porque a doente da minha irmã “ainn, precisa entregar hoje de manhã senão leva multa”. Guria chata. Então, eu andei toda aquela bosta de avenida pra chegar aos confins do puteiro do inferno e encontrar a biblioteca (awn, que lindo, ele marcou um encontro com a biblioteca. Casamento é quando?). Eu cheguei ao balcão eu congelei.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><span style="color: #7030a0;">Congelou mesmo. Até eu que sou distraída reparei. Ah, não foi por algo bom não, ele passou mal porque pegou uma mini-hipotermia (aquele treco de ficar congelado). Galerinha do atendimento colocou umas roupas quentes nele (sim, aparentemente ele não sabe a estação e também não sabe que pijama não é roupa para sair</span> [tenho meus motivos]<span style="color: #7030a0;">). Mas ele era bonito. Sim, eu sou fria, não burra. Ele tinha uns cabelos pretos bagunçados, meio por causa do vento, meio visto que ele desarrumava, e só mostrava apenas o olho esquerdo, que era preto. O outro olho estava tampado com um tapa-olho, acho que é aquelas pira de cosplay.</span></span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Depois de eu ter recebido roupas quentes e ter tomado um café quente que me deram, melhorei. Eu estava com aquela roupa porque tinha acabado de acordar e eu estava de pijama, sim aqueles calções ridículos e camiseta solta. A bermuda era listrada azul e branca, e a camiseta era verde com uma estampa tosca de marinheiro. Digamos que eu demore pra acordar e seja um idiota<span style="color: #7030a0;"> (você e a torcida do Corinthians acha isso). </span>Mas depois daquilo, reparei na moça que estava sentada numa mesa, lendo um livro, tentando não rir e apontar pra minha cara<span style="color: #7030a0;"> (claro, eu tenho culpa se um doente sai da porta de pijama entregando livros). </span>Então, eu reparei. Ela tinha miopia, usava uns óculos esquisitos e seu cabelo parecia que uma vaca fez o corte <span style="color: #7030a0;">(não estava tão ruim assim </span>[pra você]<span style="color: #7030a0;">).</span></span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Merda, ele reparou. Ele me encarava como se fosse algum psicopata, e mesmo tendo entregado o livro, ele continuou sentado me observando. Eu tentei focalizar o livro, nem lembro agora, acho que era algo sobre terror. Dá pra notar que eu perdi totalmente a concentração. Eu estava ficando com vergonha, eu não queria realmente estar sendo observada por um estranho (no sentido de ser um desconhecido, e por ser estranho também).</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">“Eu vou lá”, dizia mentalmente. Mas tudo o que eu fazia era olhar e tomar um gole do café. Como puxar assunto com alguém estando de pijama? Acredito que nem mesmo James Bond seduziria alguém de pijama. Mas eu dei um passo, e segui. Ela não estava bonita, e nem mesmo ajeitada. Ela era um tipo de garota que normalmente eu não conversaria.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">“- Ahn, eu posso estar de pijama, mas eu sou um cara bacana. E também, sei fazer rimas, com oxítonas e com a palavra visitas. Mas esquece. Tudo bom?”. Eu não acredito que eu achei engraçada essa montanha de merda. Eu ri. “- Tudo bem, mas por que está falando comigo? E quem é você?”. Ele ficou em silêncio por alguns minutos e me solta: “Eu posso ser quem você quiser. E eu te achei linda, e por isso estou falando contigo”.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Que merda eu estava falando, brigava comigo mesmo mentalmente. Tá brega, tá ridículo, tá estranho. Consigo ouvir cochichos das mesas ao lado, das pessoas rindo do meu jeito de falar com ela. Fico imaginando o que ela pensa de mim, provavelmente algo do tipo, “que cara é esse meu Deus, ele é louco?” <span style="color: #7030a0;">(eu realmente pensei isso). </span>Ela ficou vermelha. Vermelha. Meu Deus. Não é possível que algo como uma cantada tão ruim dessa funcionou.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><span style="color: #7030a0;">Sim, eu fiquei envergonhada. Pela última frase, especialmente. De repente, aquele cara estranho de tapa olho e de pijama me cativou, sabe quando você está com muita fome, e de repente o cheiro te guia? É mais ou menos isso que me fez sentir </span>(caralho, eu sou uma comida agora)<span style="color: #7030a0;">. E de repente, sem obter qualquer tipo de controle, eu já era dele. Sim, eu já era dele, era a primeira conversa, primeiro olhar, e ele já podia dizer que eu era apenas dele. Digamos que ele tenha me ganhado </span>(nossa, gente, eu preciso de troféus)<span style="color: #7030a0;">.</span></span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">E a gente, subitamente começou a conversar. Ela me falou seu nome, o que fazia, onde morava, do que gostava e do que não gostava<span style="color: #7030a0;"> (nota: não quis fazer isso, mas perdi o controle). </span>Eu ri, e de repente, eu era dela. É algo esquisito de dizer, é algo indescritível. Sabe aquela sensação de quando você chega ao seu quarto, olha pra sua cama, dizendo que é aqui que quer ficar? Eu queria ficar pra sempre ali.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Ficamos quase duas horas conversando, até que ele disse que precisava ir embora. Eu era fria, mas eu sentia aquele negócio infantil de “por que precisa ir? Fica.” Mas eu não disse nada. Ele me pediu meu telefone. Minha nossa gente, tudo isso no primeiro dia e na primeira vez que o vi na vida. E pasme, eu dei meu telefone. Sem pestanejar. Sem reclamar. Sem sequer um “por que tu queres meu telefone?”.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Ela me deu o telefone. Ela. Me. Deu. O. Telefone. ELA ME DEU O TELEFONE, CARALHO. Eu me segurei pra sair calmamente como se fosse a coisa mais natural do mundo. Segui calmamente até a saída, esperei ir umas quadras a frente e comecei a pular e correr que nem como se tivesse ganhado na loteria. Doença mental é foda mesmo. Sorri pra gente mal-humorada, abracei crianças desconhecidas, e dancei ao passar a faixa de pedestre. Era um sentimento tão vivo e tão esquisito.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Ele acha que eu não vi fazendo essas doideiras. Ele acha que eu não reparei a felicidade no único olho dele, como se eu tivesse salvado a sua vida. Ele tinha algo. E assim, de repente, foi. Quando eu reparei, eu já estava namorando fazia cinco anos com esse imbecil. E quando eu reparei de novo, mesmo passando cinco anos, parecia que era os primeiros meses. Claro, brigas é natural. Por idiotice também. Mas, nada que uma boa bebedeira e uma boa noite de sexo não resolvam.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Eu a achei esquisita naquele dia. Mas, depois que saímos na segunda vez, ela estava linda. Ela tinha uns olhos claros, bem verdes, e usava aqueles mesmo óculos que parece que agora encaixava perfeitamente no rosto dela, e aquele sorriso, meu bom e querido Deus se isso for teu sinal eu acho que eu acredito em você. Ela me contou que odiava romances (eu sempre adorei), odiava música lenta (eram as que tocavam no meu rádio), odiava filmes românticos e de terror (eu gostava de ouvir o povo gritar de medo no cinema e assistia filmes de romances pra agradar minha irmã), e não suportava a ideia de comer pizza (meu Deus, que mundo é esse onde não se gosta de pizza?). Mas, mesmo com todos esses opostos, eu a quis.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Ele era algo completamente diferente de mim, era estranho e tosco. Mas mesmo assim, mesmo com todos essas manias dele, eu o quis. Eu o quis quando terminou o encontro, ele podia fazer uma cirurgia em minha alma como quisesse. Ele me deu um beijo, e sutilmente, eu retribuo. Droga. Eu tinha regras de primeiros encontros que eu seguia à risca, mas ele me fez esquecer todos eles. Beijos, beijos e mais beijos. Beijos no carro dele. Beijos no portão de casa. Beijos em casa. Beijos no sofá de casa. Corpos nus no sofá. Sexo. Amor. Fazia tempo que as palavras “beijo”, “amor” e “sexo” não apareciam na minha vida.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Cara, eu era virgem. Eu tinha quase vinte e três anos e era virgem. Sim, like a virjão lvl paladino 99. Eu zerei quase todos os RPGs<span style="color: #7030a0;"> (pesquisa se não souber, eu também não sabia), </span>e sabia de cor a sequência de filmes do Star Wars e Lord of the Rings. E ela, seus olhos, me guiavam em todos os movimentos que eu fazia. Eu era um bosta mesmo comparado com o que ela era. Ela dizia que “não dou a mínima por quem você era, eu ligo pra quem você é agora. Meu”. Meu coração pareceu que ia entrar em combustão espontânea. E sim, eu era dela. Consenti.</span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><span style="color: #7030a0;">Ele era virgem. E eu a experiente. Me senti meio mal por ser alguém que “transou mais que ele”. Mas, ele sorriu pra mim e disse “você é perfeita”. Meu Deus, que homem </span>(obrigado, obrigado, *barulho de aplausos*)<span style="color: #7030a0;">. E assim, estamos completando cinco anos. É algo que se deve comemorar não?</span></span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Cinco anos. Cinco anos aturando aquele bicho que amo. Cinco longos anos aguentando a TPM, aguentando o ciúme, aguentando até mesmo as manias toscas de aparentemente querer marcar local no banheiro com seu punhado de cabelo<span style="color: #7030a0;"> (não é de propósito, seu idiota). </span>Eu a quis. Eu a quero todos os dias de minha vida. E não ligo se ela ficar feia no futuro, porque eu também vou ser feio, então tá de boa<span style="color: #7030a0;"> (idiota²).</span></span></span><br />
<span style="color: #7030a0; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><span style="color: #7030a0;">Ele me disse o motivo do tapa olho depois de um ano de namoro. Ele disse que tinha perdido a visão quando quis defender um amigo numa briga. O cara passou uma faca cortando o olho direito. Ele me mostrou, e tinha uma lente vermelha. Ele disse que achava daora, por isso usava. Meu Deus que piá tongo </span>(é daora mesmo, sou duocolor)<span style="color: #7030a0;">. E assim, termina um simples texto </span>(simples? Tá mais pra um rascunho da Bíblia)<span style="color: #7030a0;">, sobre eu, o idiota do meu namorado </span>(lindo, como mamis me disse)<span style="color: #7030a0;">, e de como eu amo ele </span>(repete, preciso disso)<span style="color: #7030a0;">.</span></span></span><br />
<br /></div>
Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-38484970929537582992015-11-03T23:15:00.002-02:002015-11-03T23:18:16.761-02:00Sobre Eu, Você e Como me Tornei Seu<span style="color: red;">"Entra pra ver</span><br />
<span style="color: red;">Como você deixou o lugar</span><br />
<span style="color: red;">E o tempo que levou pra arrumar</span><br />
<span style="color: red;">Aquela gaveta</span><br />
<span style="color: red;">Entra pra ver</span><br />
<span style="color: red;">Mas tira o sapato pra entrar</span><br />
<span style="color: red;">Cuidado que eu mudei de lugar</span><br />
<span style="color: red;">Algumas certezas</span><br />
<span style="color: red;">Pra não te magoar"</span><br />
<span style="color: #6aa84f;">(Cícero - Açúcar ou Adoçante)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://36.media.tumblr.com/084ef19325bfa1a117fa32fda002eb35/tumblr_muy52tIDsy1sa86g0o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="205" src="https://36.media.tumblr.com/084ef19325bfa1a117fa32fda002eb35/tumblr_muy52tIDsy1sa86g0o1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Apodrecendo como se fosse nada menos que um ovo podre, deixando meu sorriso despedaçar como se fosse com um vidro. Bom, pelo menos as cicatrizes não pegam fogo. Carrego nas minhas costas o remorso e a vergonha de caminhar nessa chuva torrencial. Sinto saudades dela. Ouvi numa canção que é difícil encontrar anjos no inferno, e nunca tinha visto uma frase tão verdadeira. Meus olhos seguem qualquer rua, e tentativas falhas de tentar sobreviver. Eu consigo ouvir o barulho que me cerca nas ruas de novembro, cara, é pós-finados, e realmente, o tema combina. Talvez por ter matado a mãe e a filha de cinco anos seja tenebroso o suficiente para quem consegue ler essa carta.<br />
<br />
<br />
Se você está lendo esta carta, provavelmente ou eu estou morto ou estou preso. Tanto faz, dessa vez eu encontro ela ao invés de mandar mensageiros. São quase quatro e meia da manhã, e eu ainda não lembro o porque de começar a escrever essa carta. Minha memória está uma bagunça, vejo os flashes maltratando meu cérebro. Ah, cara, por que diabos você teve que aparecer em minha vida, realmente, estava tudo certinho, tudo em seu devido lugar. Acho que amor serve só pra ferrar com tudo. Droga, eu não queria ter que te contar isso.<br />
<br />
<br />
Estou começando a lembrar o motivo o porque de eu estar escrevendo. E também me lembrando o motivo de eu estar esquecendo. Eu bebi muito até te escrever, tem mais vodca do que sangue correndo em minhas veias. Como começar a te falar as coisas horríveis, hein? Me responda, como eu posso te falar as coisas? Como eu posso descrever nesta carta as coisas que eu antigamente cometia, as coisas assustadoras que provavelmente você irá ficar com medo de mim, me diz! Droga, acho que agora é tarde demais pra falar alguma coisa.<br />
<br />
<br />
Quem eu era antigamente? Dessas coisas eu me lembro como se fosse ontem. Quando eu era pequeno, costumava jogar os animais que eu tinha de estimação do andar onde eu morava. Era bem alto, não lembro exatamente o número. Bom, como eu ia dizendo, eu costumava jogá-los, adorava a sensação de vê-los voar e encontrar ao chão. Me questionava como seria se fosse algo maior. Sim, desde garoto eu era assim. Podem procurar inúmeras razões de eu ser assim, seja meu pai que vivia ausente pra sustentar a família, seja minha madrasta que me espancava e mandava o meu meio-irmão abusar de mim sexualmente, enfim. Digamos que minha vida não foi das melhores.<br />
<br />
<br />
E assim, eu cresci. Aos 15, numa crise de tantos abusos, esfaquei meu meio-irmão quando ele estava saindo do banheiro. Primeira vez que vi o sangue em minhas mãos, e junto a ela, a sensação de prazer. Ver o olhar desesperado dele ao ver a ferida, ver que estava tendo uma hemorragia, e o pior, vendo eu sorrir lambendo a faca com o sangue dele. Essa foi a primeira vez que matei alguém. Claro, por ser de menor, tudo foi acobertado, de alguma forma eu acabei com tratamento psicológico (como se adiantasse, a pessoa que o doutor encontrava era um personagem bem trabalhado), e passei minha vida assim até os 20 anos.<br />
<br />
<br />
Aos 17, meu pai cometeu suicídio. Por incrível que pareça, eu não dei a mínima. Aparentemente, coisas como família, laços e amor fraterno era algo meramente ilustrativo. Fiquei com minha madrasta um tempo depois, mas não iria demorar muito. não é mesmo? Quando completei meus 18 anos e consegui minha carteira, a sequestrei e a amarrei numa árvore de um bosque que é bem pouco movimentado de madrugada. Acelerei o carro com toda a velocidade, e bati ele nela inúmeras vezes. O barulho não alcançava pois é bem afastado da cidade. Eu sorria cada vez mais. E assim começou minha sede insaciável de sentir alguma coisa.<br />
<br />
<br />
Coisas como amor, amizade e sentimentos e emoções são como arte abstrata pra mim, nunca entendi, parece algo tão bizarro quando falam disso pra mim. E sim, quando sai de casa, graças as minhas notas altas em concursos e vestibulares, eu consegui um emprego de CEO de um banco multinacional. Mas nada que impedisse o meu hobby de se desenvolver, na verdade, eu virei um especialista. Os corpos que antes eram bastante escrachados e cheio de falhas em planos, se tornaram corpos perfeitos. Guardo uns 20 no meu quintal, acho que umas 15 são secretárias que contratava.<br />
<br />
<br />
Apesar de ser uma merda não sentir muita coisa, eu vivia. Estava tudo plenamente organizado. Estava tudo ótimo, até você aparecer. Maldita hora em que você apareceu na minha vida, bagunçando tudo o que eu construí em todos esses anos. Eu fui na delegacia uma vez, aparentemente os vizinhos reclamaram do barulho que eu fazia ao escutar música alta (por incrivel que pareça todos eles são idiotas e nunca repararam nada), e eu fui lá prestar declarações. E então, eu te vi. Você me aguardava na sala. Você era a delegada. Droga. Filha da puta. Instantaneamente no momento que eu te vi, eu congelei. Ao encontrar seus olhos, parecia que você conseguia me ler como se eu fosse um banner gigantesco na sua frente.<br />
<br />
<br />
Você foi fazendo perguntas, e eu dando respostas prontas e rápidas, aquelas do meu personagem. Mas bastava um derrapão e eu já deixava tudo ruir, pois o que eu prestava atenção era mesmo os seus olhos. Os seus olhos azuis perfeitamente encaixados nos óculos com as hastes rosa-claro. Merda. Merda. Saí de lá e eu não conseguia tirar você da minha cabeça. Era diferente. Era como se eu sentisse você em qualquer parte, como se eu estivesse conectado num GPS ambulante em você. Será que é isso que chamavam de amor?<br />
<br />
<br />
Eu nunca perguntei o seu nome. Nunca nem falei com você. Mas eu pesquisei. Até deixei de matar pessoas por causa disso, tanto que ouvi dizer que a polícia estava preocupada por eu ter parado de fazer as coisas. Descobri o seu nome, endereço, idade, telefone, estatura, peso, hobbys e o que odiava (digamos que eu seja um especialista). Só falta ligar. Eu te liguei naquela noite fria de inverno, lembra? Você estranhou a minha voz, nunca ouviu falar de mim. Eu te expliquei que eu sou o seu pior pesadelo que pode virar um sonho se você permitisse. Você riu. A gente começou a conversar.<br />
<br />
<br />
E na tua casa eu te beijei pela primeira vez depois de quase quatro meses. Eu senti toda aquele vulcão de sentimentos que as pessoas diziam. Merda, eu não sabia. E você sabia. Sabia que eu escondia algo, e cada vez estava mais difícil de eu esconder o lado errado. DROGA. Era tarde pra eu consertar as coisas que fiz. No último dia, quando vi que as coisas eram difíceis de esconder, e quando vi que vocês estavam um passo atrás de mim só, resolvi. Era tarde pra eu tentar salvar.<br />
<br />
<span style="color: red;">*******Pessoal, o texto agora tem 3 finais alternativos, que estão aqui embaixo, escolham o jeito que vocês gostariam que terminasse:</span><br />
<br />
<br />
<span style="color: red;">#Eu Te Amo Pra Sempre</span><br />
Eu queria mesmo te dizer, eu nunca tive coragem. Por isso, eu saí de madrugada. Eu te beijei naquela noite uma última vez, com você dormindo. Eu fui covarde o suficiente a ponto de nunca ter dito adeus, nunca ter dito um eu te amo. Você pode me xingar agora, eu deixo. Mas esse eu te amo eu nunca disse, pra você não precisar devolver. Assim, com essa carta, o eu te amo fica pra sempre. Toda vez que tu ler, eu estarei dizendo um eu te amo.<br />
<br />
<br />
<span style="color: red;">#Desculpa, Sarah</span><br />
Você insistia cada vez mais na história de que eu escondia alguma coisa. E eu insistia cada vez mais na história do personagem que eu tinha criado, mas você não era como os outros, você era a guria mais inteligente que eu já vi. Você disse que iria plantar uma plantinha no quintal, e eu com relutância permiti, mal sabia que era porque você sentia que tinha algo de errado ali. Você encontrou a única falha que eu deixei, uma pulseira de uma das minhas vítimas. Você me questionava, e eu em silêncio. Sabia que não tinha mais nada a se fazer. Você começou a cavocar e encontrou os corpos. Eu comecei a chorar, não queria que acabasse assim. Quando você estava distraída, acertei a pá na sua nuca. Foi o maior momento de aflição que tive. Matar sentimentos é assim? E então, com todas as minhas forças e lágrimas, te enterrei ali mesmo, não tive a capacidade sequer de tirar a sua vida com minhas próprias mãos. Desculpa, Sarah. Eu logo te encontro.<br />
<br />
<br />
<span style="color: red;">#Papel Do Vilão</span><br />
Era uma confusão na minha cabeça, me perdia em todos os passos que eu tinha. A polícia e você cada vez em meu encalço, mas eu era somente um cara que não aguentava mais essa dor. Um dia, te puxei ao quintal. Era madrugada, e eu te fiz ligar pra polícia. Eu me denunciei na sua frente. Eu disse que eu era o culpado por todos os crimes e que eu podia apontar aonde estavam todos os corpos. Você estava em choque. O que me partia o coração era te ver chorar. Espero que garotas como você vão para o céu, porque se não forem, eu não faço ideia quem vai. E eu entrei na viatura, deixei você ir, deixei tudo pra trás. Algumas vezes temos que fazer o papel do vilão. Pena que eu fiz ele por 25 anos.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-43330149230065721662015-10-19T19:21:00.002-02:002015-10-19T19:21:22.566-02:00Memória Desgraçada<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;">"Eu gosto tanto de você</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;">Que até prefiro esconder</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;">Deixo assim ficar</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;">Subentendido"</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #3d85c6;">(Lulu Santos - Apenas Mais Uma De Amor)</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://30.media.tumblr.com/tumblr_lrixl1W81P1qlv2jlo1_r1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://30.media.tumblr.com/tumblr_lrixl1W81P1qlv2jlo1_r1_500.jpg" height="215" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Há quem diga que cacos de vidro são presunções</div>
<div style="text-align: center;">
Há quem fale que poesias são canções</div>
<div style="text-align: center;">
E escrevo para muitos que vão ler</div>
<div style="text-align: center;">
Mas querida, esta poesia é pra você</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Você é conto de fadas do meu mundo de cristal</div>
<div style="text-align: center;">
Você é meu sol em pleno dia de temporal</div>
<div style="text-align: center;">
Posso ser reservado, estranho, estragado</div>
<div style="text-align: center;">
Mas os teus olhos azuis me levam à um novo estado</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Fazem tantos (perdi as contas dos) dias sem conseguir te ver</div>
<div style="text-align: center;">
Se romances já foram verdades, as espadas não ultrapassam</div>
<div style="text-align: center;">
As velhas verdades que tive tentando te esquecer</div>
<div style="text-align: center;">
O mais incrível desta grande universo pessoal, que ela nunca vai saber</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Persigo os pós de estrelas que você deixou antes de ir embora</div>
<div style="text-align: center;">
Aqueles abraços que você nunca quis me dar de verdade</div>
<div style="text-align: center;">
Aqueles beijos imaginários que todo dia dá saudade</div>
<div style="text-align: center;">
Nunca pensei que um dia eu iria decorar aquela hora</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
(São oito e treze daquela cansativa noite,</div>
<div style="text-align: center;">
É o último ponto antes da minha vírgula solitária</div>
<div style="text-align: center;">
Consigo enxergar de tão perto nos seus olhos o trâmite</div>
<div style="text-align: center;">
Que parece que Deus está cobrando de mim uma taxa alfandegária)</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Minha linda, por favor, não me escute agora</div>
<div style="text-align: center;">
Tente dormir mais um pouco, eu sei que está cansada</div>
<div style="text-align: center;">
Mas eu acredito vêemente que olhar da janela não valerá de nada</div>
<div style="text-align: center;">
Eu nunca existi de verdade na sua história</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Eu acho que eu decorei o título da sua música favorita</div>
<div style="text-align: center;">
Decorei também a coisa que mais te irrita</div>
<div style="text-align: center;">
Seus sonhos e planos estão escritos num livro no meu balcão</div>
<div style="text-align: center;">
No meu quarto não cabe mais coisas de decoração</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Jazidas podem tentar imitar o brilho dos seus olhos</div>
<div style="text-align: center;">
Feridas tentaram em vão lembrar dos seus sorrisos de modo falho</div>
<div style="text-align: center;">
Por isso eu canto "Apenas mais uma de amor" antes de ir embora</div>
<div style="text-align: center;">
Quem sabe essa memória desgraçada de você desapareça agora</div>
Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-58088134621264580642015-09-22T13:07:00.001-03:002015-09-22T13:07:22.885-03:00Oi, Eu Sou Um Fantasma<span style="color: red;"> "Se eu dissesse pra você<br />Que eu sou um fantasma (uhuhuhuhuhuh)<br />Qual seria a reação, Que você teria? (uhuhuhuhuhuh)<br />Pois eu acho que ninguém, Me leva a sério (me leva a sério)<br />Eu quero ser, perfeito<br />Do jeito que sou...<br />Eu acho espantoso ver, A falta de atenção (uhuhuhu)<br />Ver que ninguém da valor, aos próprios fantasmas (fantasmas)"</span> <span style="color: #3d85c6;">(2ois - Olá, Eu Sou Um Fantasma)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://ilarge.lisimg.com/image/1260664/1118full-(500)-days-of-summer-screenshot.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://ilarge.lisimg.com/image/1260664/1118full-(500)-days-of-summer-screenshot.jpg" height="136" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Tic, tac. Tic, tac. Os minutos se encaixavam em minha cabeça como se fosse uma espécie de música destruída em minhas entranhas. Eu tenho estado numa espécie bizarra de meditação em busca do entendimento da loucura que são as batidas do meu peito, espreitando eu mesmo para que eu caia em minhas armadilhas ridículas. É deplorável tentar buscar alguma coisa quando nem mesmo você consegue dizer se sente alguma coisa, mas apesar de não saber aonde ir, eu sei como ir. Primeiro pé esquerdo, depois direito, esquerdo, direito, até eu bater na porcaria de algum poste ou algo assim.<br />
<br />
<br />
Os tempos são modernos, dizem as canções que ouço no rádio. Modernização, hein? Tão modernos, ao ponto de matar por um punhado de papel verde. Modernos, ao ponto de enganar uma população inteira apenas para conseguir um Rolex no pulso esquerdo. Estou farto de tudo isso. Os carros passam sem tirar o pé do acelerador, e eu, deixo-me ser consumido pelo calor desse verão. Você não pode me enganar, você não é capaz disso, consigo ver nos seus olhos o reflexo do meu suor perante esses meus passos. Eu estou muito velho pra continuar vivendo, mas muito novo pra continuar morrendo. Merda.<br />
<br />
<br />
Nunca desejei que o tempo passasse rápido, ou desejei para que eu não o visse passar. Eu sempre fui dos caras que falavam que "o tempo é algo que eu não gosto", e isso falando do geral, das horas, do clima, da situação em relacionamentos. Talvez eu só fosse aquelas luzes de vaga-lumes, que acendem um tempo e depois estão fadados a apagar, como uma luz que queimou. Eu estou lentamente desaparecendo, sentindo o mundo pouco a pouco se desapegar de meu legado, estou lentamente, me tornando um fantasma que conhece os dois lados. Oi, eu sou um fantasma, prazer.<br />
<br />
<br />
Fantasmas não são necessariamente pessoas que foram mortas. Já me encontrei com muitos, e muitos me ensinaram tantas coisas. Eu sei que os olhos dizem se você está vivo, bem, meus olhos azuis esverdeados estão brincando de suicídio neste momento. E agora estou nesta sala vaga, vagamente perdendo motivações. É sério, eu esperava muito mais dessa vida, e ela é uma vadia e conseguiu me decepcionar. Eu vejo a vida como se fosse o Rock In Rio, paguei pra entrar, me senti confuso ao pisar lá e acabei entrando num barulho infernal que eu adoraria evitar. O problema não é nem o barulho, o problema é quem está lá.<br />
<br />
<br />
Talvez, só hipoteticamente falando, eu acho que me tornei um chato. Sim, me julguem. Eu não tenho mais paciência para aturar gente infantil, não tenho mais paciência pra suportar opiniões incrivelmente fúteis e também não tenho o mínimo de tempo pra gastar com gente que eu não suporto. Podem atirar pedras em mim, não é como se hoje fosse a primeira vez que fizeram isso comigo. Vou acabar me tornando aquele velhinho na praça que só fica criticando os jovens da época, reclamando de como as roupas estão curtas e de como as músicas estão péssimas. Espera, eu já faço isso.<br />
<br />
<br />
Tenho me cansado das redes também. Estar em conversas em grupos, "curtir fotos", "comentar status" e postar fotos de minha vida exige muito de meu trabalho psicológico, só de observar tudo isso já me dá um tipo de refluxo. E ultimamente estar em eventos sociais, com pessoas reais, exige demais de mim. Ficar em rodas, conversas e falar bobagens me cansa, me destrói internamente pouco a pouco como se retirassem pedaços e mais pedaços de mim. Eu só cansei dessa história de ser. Fiquei tanto tempo sozinho que quando eu começo a ficar junto eu acabo me sentindo um merda.<br />
<br />
<br />
Por isso, eu muitas vezes acabo me isolando. Entre a minha força e a forca, tem apenas um cedilha de diferença. O resto, bom, o resto dá pra providenciar. Consegue ver minhas cicatrizes, querida? Consegue ver o sangue seco em cima das feridas? Se conseguir, vamos fazer uma competição de quem chora menos, você por me ver assim, e eu por não dar a mínima sobre a sua preocupação. Me perdoe, mas eu não consigo mais levar a sério o que as pessoas levam a sério. E isso inclui, eu, minha dor, minhas lágrimas, e se tiver mais um pouco, minha cor. Vamos brincar de desaparecer. Eu começo.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-88419294038857571872015-09-02T23:10:00.000-03:002015-09-02T23:10:17.207-03:00Cartas Pra VocêNós<span style="color: red;">"I never conquered rarely came</span><br />
<span style="color: red;">Sixteen just held such better days</span><br />
<span style="color: red;">Days when I still felt alive</span><br />
<span style="color: red;">We couldn't wait to get</span><br />
<span style="color: red;">Outside the world was wide</span><br />
<span style="color: red;">Too late to try</span><br />
<span style="color: red;">The tour was over, we survive"</span> <span style="color: #45818e;">(Blink 182 - Adam's Song)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://41.media.tumblr.com/tumblr_m7mw245iir1qbwxizo1_500.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://41.media.tumblr.com/tumblr_m7mw245iir1qbwxizo1_500.png" height="134" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Eu nunca pensei que fosse me transformar em uma espécie de irmão mais novo. Observar todos os dias ele com os mesmos dogmas, com os mesmos passos errantes me revirava o estômago. Era difícil aqueles dias em que eu precisava passar horas e horas observando para que ele não cometesse alguma bobagem. Os dias estavam se tornando mais claros, e as noites, escuras. Considerei que ele fosse dormir a noite toda e não iria acordar, quisera eu que ele aparecesse só quando fosse madrugada. Ele sempre levou as coisas muito a sério, gostava de chegar pontualmente nas coisas e costumava ficar ofendido demais quando as pessoas o contrariavam. Era o mais velho, mas ao mesmo tempo, mais novo. Jamais gostei das vezes que as lágrimas escorriam do seu rosto.<br />
<br />
<br />
<i>O barulho do tiro ainda ecoa como se fosse real pra mim. Talvez ele nunca entendesse o que se passava na minha cabeça. Os olhos do rapaz alguns meses mais novo que eu, preocupado e ingênuo, me deixava com uma enxaqueca só de observá-lo por alguns instantes. Eu estava enlouquecendo, mas ao mesmo tempo, queria parecer que estava sob controle para que não preocupasse aquele moleque. Eu não ousaria deixar os problemas nas costas dele, ele não suportaria. Deixe que o tiro passe pela culatra e encontre o meu peito.</i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Eu consigo me lembrar meio ofuscadamente que nós éramos íntimos quando crianças. Ele sempre foi o cara que era o líder de modo automático, nos dizendo aonde ir, quando ir e para quem levar as coisas. Ele era meio que tipo o Ciclope dos X-Man com 8 anos, conseguindo associar todos os problemas e resolvê-los como se fosse bobagem. Ele nunca deixara de ser meu ídolo. Eu ainda me questiono o que o levou a se tornar tão triste, tão sozinho, tão... ferido. Ele me olha com um sorriso sincero, e um olhar simples, dizendo que está tudo bem, que ele vai dar um jeito. Ele sabe que eu não acredito.<br />
<br />
<br />
<i>Eu preciso assumir o controle. Eu tenho a obrigação de assumir o controle. Meus passos ofuscados não são desculpa para que as feridas derramem meu resto de sangue. Pobre situação, estávamos andando em círculos o tempo todo. Eu deveria ter parado de desabafar para ela, ela não tinha como me dizer algo que pudesse diminuir minhas feridas...</i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Por que nunca me deixou falar? Por que insistiu em falar tudo, sem medo de se ferir? Qual é o problema em jogar o escudo fora de vez em quando? Por que nunca me deixou no controle, qual o problema em deixar as feridas para mim?<br />
<br />
<br />
<i>O problema não é o escudo, é a espada fincada no meu peito! Eu não ousaria deixar as dores em suas mãos. Esses são meus problemas. Essas são as coisas das quais eu preciso lidar, eu não aguentaria deixar todas elas em suas mãos. Deixe que os momentos de felicidade, como quando eu te vi cantar Wish You Were Here, estampem seu rosto inocente. </i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Eu estou preocupado contigo. Eu posso ser ingênuo, mas não sou idiota. Eu te ouvi chorar aquele dia. EU VI você dizer baixinho que queria dormir pra não sofrer. EU VI você reclamar sozinho no seu quarto que não aguentava mais todas essas coisas, por que exige tanto? Por que tenta fazer tudo sozinho, que tal segurar minha mão? Pare de desafiar seu orgulho, não esqueça que eu estou aqui!<br />
<br />
<br />
<i>Ouça os disparos, caro amigo. Um, para aqueles que foram embora. Dois, para aqueles que estão aqui agora. E três, para mim, que tem jogado a felicidade fora. Eu não posso me salvar mais, eu não sou capaz disso. Eu nunca tinha bebido, e bebi para provar que eu não precisava disso. O álcool nunca fez sentido pra mim. Meus olhos estampam dor, desistência, e obviamente, solidão. Esta noite, pra variar, ela vai ser meu colchão.</i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Droga, de novo, lá vou eu te abraçar. Lá vou eu escrever cartas sobre tudo o que você quer dizer, mas não é capaz. E cá estou sozinho aqui, escrevendo tudo o que tu queria dizer, mas sua voz já não sai mais que ar. Afinal, as suas palavras que não conseguem sair, é a dor que não consigo sentir. Nós somos piores, não é mesmo caro amigo? Nós somos os mesmos, não é pior caro amigo?Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-56132955278700057332015-08-06T21:18:00.000-03:002015-08-06T21:18:29.070-03:00Destroços<span style="color: red;">"Agora eu era o rei</span><br />
<span style="color: red;">Era o bedel e era também juiz</span><br />
<span style="color: red;">E pela minha lei</span><br />
<span style="color: red;">A gente era obrigado a ser feliz."</span><span style="color: #6fa8dc;"> (Chico Buarque - João e Maria)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://s.yimg.com/bt/api/res/1.2/vwjDNVFdLDA7bXoAs4di4w--/YXBwaWQ9eW5ld3M7cT04NTt3PTYzMA--/http://media.zenfs.com/en/homerun/wp_tumblr_migration_provider_889/ea6580143ce093f5e5773cec061eb4cc" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://s.yimg.com/bt/api/res/1.2/vwjDNVFdLDA7bXoAs4di4w--/YXBwaWQ9eW5ld3M7cT04NTt3PTYzMA--/http://media.zenfs.com/en/homerun/wp_tumblr_migration_provider_889/ea6580143ce093f5e5773cec061eb4cc" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Encontros e desencontros me trouxeram nas verdades que eu nunca vivi. Caminhei pelas calçadas cantando músicas tristes, trazendo comigo o peito aberto com as cicatrizes. Histórias eu inventava enquanto pisava, que eu era um herói salvando um mundo que nunca existiu realmente. Existiu somente aqui, escondido, apagado no meu coração. Olho para trás, vejo só ruínas do castelo que construí. Pedra sobre pedra, diziam os podres humanos que ajudaram a destruir. Agora, me condeno a caminhar pelas ruas vazias como um errante sem medo de morrer. A morte nunca me assustou de verdade. Virar pó para voar ao vento não parece tão ruim assim.<br />
<br />
<br />
Já fui um príncipe. Já fui o cara que subia no cavalo branco e ia buscar princesas para salvar. Hoje sou só um andarilho fadado à carregar espadas enferrujadas nas costas. Dizem que a gente é feliz. Dizem que a gente pode tudo. Mas, o tudo não pode com a gente. Então a gente se torna nada. Pecados são tudo o que eu tenho. O último olhar que consegui ver foi aquele que me disse adeus. O único sonho que consegui ter foi aquele que me destruiu por dentro, perdendo os cortes em minhas entranhas. Eu me tornei o destruidor de almas, o líder dos sonhadores desiludidos.<br />
<br />
<br />
Passos largos, olhos fechados e memórias bagunçadas. Me tornei um alguém desprezível, com cadarços preparados para eu pisar e tropeçar. e com as mãos manchadas de sangue. E continuo caminhando, decorando paisagens e locais que as pessoas nunca passaram. Cravo tudo o que eu tinha na terra, fincado sem esperança de que ela pare no mesmo lugar. Olho em volta, e só vejo papéis esmagados com a minha solitária lembrança de vida. Lembro-me das vezes em que tentei ressuscitar em vão meu coração estraçalhado. Me tornei só, somente eu, o cara abandonado.<br />
<br />
<br />
Eu vi a moça vindo ao meu encontro daquela vez, e eu me lembro quando me tornei o resto de todos os destroços da minha vida. Eu me lembro ela me olhando, e sorriu, talvez por pena de minha aparência que demonstrava quase que claramente que eu estava destruido por dentro. Ela me mostrou o quanto de cor azul um olho é capaz de carregar, e o quanto um sorriso mesmo sem querer pode representar tanta coisa pra alguém que não tem nada. E assim, eu decorei o meu sonho com os olhos dela, para que ele me mostrasse que ele realmente era lindo se eu pensasse nele de manhã.<br />
<br />
<br />
Mas aquela moça, por mais forte que eu desejasse, ela nunca seria minha. Ela nunca iria querer enfrentar tamanho risco com os meus dedos entrelaçados no dela, caminhando sem destino em matéria descrita como escuridão. O mundo é maior que eu pensei, disse eu, ao observar ela parada no mesmo lugar enquanto eu colocava meus mantimentos nas costas. Sorri antes de dizer tchau, mesmo sendo uma mentira, mesmo sendo que meus desejos fossem ficar lá, ser alguém pra ela, ser alguém que representava algo na vida dela.<br />
<br />
<br />
E continue a caminhar, foi o que eu falei antes de desaparecer ela detrás de mim. Meus passos começaram a se tornar fracos, meus sentidos se tornaram fracos, e minhas memórias, bom, nem sei se ainda posso considerar que ainda tenho uma. A caminhada se torna mero detalhe com tanto cenário perfeito para se perder. Histericamente, escolhi palavras aleatórias para dizer os sentimentos confusos que venho tido sem explicação, com plataformas para saltar e não saber o que tenho feito. Um andarilho perfeito pra ser alvo de um tiro de bala perdida.<br />
<br />
<br />
Eu li o poema de Drummond uma vez, quando eu me senti realmente mal, quando senti o meu peito descoberto pelos demônios que me afligem, e vi tudo se tornar pleno caos das misérias que me tornei. Ele dizia que, em suas palavras, <i>"Entretanto você caminha melancólico e vertical. Você é a palmeira, você é o grito que ninguém ouviu no teatro e as luzes todas se apagam. O amor no escuro, não, no claro, é sempre triste, meu filho, Carlos, mas não diga nada a ninguém, ninguém sabe nem saberá.</i><br />
<i>Não se mate". </i>Pobre eu, mal pude saber que as minhas palavras são melancolia em essência, e acho que nem mesmo a ciência pode entender o que diabos eu penso de tudo o que vejo.<br />
<br />
<br />
Os olhos de meu pai, ao me ver longe de casa, enche de lágrimas orgulhosas, ele nunca saberá que as cicatrizes que eu carrego nas costas é muito grande pra explicar com minhas palavras. Queria ser melhor do que eu pensava, queria ser o cara que ele esperava. Droga, acho que não consegui alcançar as metas que eu queria. Acho que eu serei apenas um cara que vai contar histórias que nunca viveu, e explicar que eu sou mero caminhante, contando meus passos e torcendo pra que eu consiga chegar até o inal. Espero, pelo menos.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-88025182212252589202015-07-30T21:12:00.000-03:002015-07-31T09:09:51.397-03:00História De Apenas Mais Um Cara<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://media.tumblr.com/tumblr_m0hklkKoQn1r8427e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://media.tumblr.com/tumblr_m0hklkKoQn1r8427e.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
E lá estava ela. Eu comecei a reparar aquela moça que passava sobre mim todos os dias, apressada com o passo firme naquelas escadas que eu costumava ficar. E eu, bom, eu era só mais um cara, um cara com a barba descuidada, o cabelo desarrumado e um olhar que já passou da validade,e muito provavelmente, mofado. Quando eu a conheci, eram dias confusos. Eram dias que a gente se pergunta como diabos ele passou, e o que foi que a gente perdeu. Estávamos no mesmo ônibus lotado, ela sorriu pra mim, eu retribui. Droga, eu me esqueci de dizer pra ela como ela sorria de um jeito que nem mesmo a melhor dublê do mundo conseguiria imitar.<br />
<br />
<br />
A conversa foi de um modo tão natural daquela vez, que parecia que eu estava tirando uma música de ouvido. Claro, aquela voz suave era tão linda que eu entrava numa espécie de transe idiota que eu me tornava um tipo de bobo-da-corte que tentava fazê-la rir de todos os modos. As piadas ruins, minhas histórias toscas, alguma coisa que me mostrasse aquele sorriso de novo. Meu peito inflava ao ver aquilo, "Como eu ajo perto de uma guria desse tipo?", dizia eu. Eu nunca disse a ela, diretamente, o quanto eu a achava linda, e o quanto eu precisava do diálogo que a gente criou aquele dia.<br />
<br />
<br />
O cheiro dela ainda guardo num pote de margarina. É ridículo, eu sei, mas é a única forma de eu ainda me lembrar de como ela era incrível. Aquele abraço eu gravei nos meus discos, eles tocam o tempo todo pra eu cantar sobre ela. Ela provavelmente faria uma careta e iria se afastar de mim se soubesse esse texto romântico meloso desesperado que eu escrevo. Bom, provavelmente ela nem saberia de tal existência de palavras simplórias deste cara, afinal, eu sou mais um cara. Eu nunca fui mais que um cara na imensidão de planetas do universo dela. Eu queria ser mais que isso.<br />
<br />
<br />
Naquela época eu não sabia que as coisas teriam tantas reviravoltas. Depois daqueles dias, nossos passos deixaram de ter o mesmo ritmo. Ela, promissora do jeito que era, inteligente do jeito que era, seguiu um rumo difícil, sabia que teria uma recompensa no final de tudo. Bom, eu era só um cara qualquer, meus olhos se guiavam por qualquer lugar. Segui meus rumos de modo que eu nem sei como, eu era só mais um adolescente idiota que realmente não sabia o que fazer da vida. "É isso, ou isso, ou isso". A indecisão era uma parte de mim já. Cravava-me palavras com a esperança de acabar com tudo isso de uma vez.<br />
<br />
<br />
Ela me convidou para a cerimônia de casamento. Vesti uma roupa social, um sapatênis e fiz a minha barba, deixei impecável. Eu tinha que parecer incrível uma última vez, pelo menos só pra ela me enxergar. Que idiota ingênuo, acreditou que logo no casamento dela com outro rapaz ela iria olhar pro lado. Eu só a observei dando aquele beijo apaixonado naquele cara, naquele cara que podia ser eu. Podia mas nunca será, era o mundo me dizendo isso. Mas na festa cumprimentei os dois, tirei até foto. Eu não podia transparecer o que ela podia acreditar que podia ser. Éramos dois lados de moedas diferentes, histórias enterradas em terras distantes.<br />
<br />
<br />
E por último, mas não menos importante, preciso falar dos olhos. Aqueles olhos que me encantavam cada dia, que eu costumava olhar todo dia a foto dela (por quê? porque eu sou um idiota e mereço ser espancado, por isso), sonhando que um dia ela me olhasse de um jeito e me abraçasse com força. Era isso que eu queria. Querer não é poder, dizia o mundo. E agora, pelo menos observo os olhos dela passando rapidamente todos os dias. Eu sentado nessas escadas do metrô, observando as pessoas passando, perco totalmente o foco ao vê-la indo ao trabalho pela manhã. Eu nunca perguntei a ela o que ela achava. Eu nunca fui o que ela precisava. E eu deixei o meu mundo na história, e o dela, na minha memória.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-72389012568377009262015-07-07T00:52:00.001-03:002015-07-07T16:50:51.316-03:00Carta Para Ele<span style="color: red;">"Please, remember me</span><br />
<span style="color: red;">Mistakenly</span><br />
<span style="color: red;">In the window of the tallest tower call</span><br />
<span style="color: red;">Then pass us by</span><br />
<span style="color: red;">But much too high</span><br />
<span style="color: red;">To see the empty road at happy hour</span><br />
<span style="color: red;">Leave and resonate</span><br />
<span style="color: red;">Just like the gates</span><br />
<span style="color: red;">Around the holy kingdom</span><br />
<span style="color: red;">With words like 'Lost and Found' and 'Don't Look Down'</span><br />
<span style="color: red;">And 'Someone Save Temptation'"</span> <span style="color: #3d85c6;">(Iron & Wine - Trapezene Swinger)</span><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://41.media.tumblr.com/75e8f523279a1cf89854a313b6341974/tumblr_n602lx3RPJ1qd7fwro1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://41.media.tumblr.com/75e8f523279a1cf89854a313b6341974/tumblr_n602lx3RPJ1qd7fwro1_500.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: inherit;">Eu não estava ali quando aconteceu. Eu não o procurei quando achei que tinha algo de errado. Eu também não ouvi seus gritos internos quando tudo o que ele precisava era de alguém para ouvir sua voz rasgada com palavras puramente sangrentas. Ele nunca me disse o quanto seu peito sangrava, e também nunca me falou sobre suas palavras emotivas naquela carta. Eu sempre achei que fosse bobagens, eu sempre pensei que ele fosse um covarde chorão que usasse do coitadismo sua redenção. Ele nunca foi.</span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;">Eu estou escrevendo palavras das quais provavelmente não adiantam mais. Ele nunca vai me perdoar. Mesmo que ele, antes, me jurasse de pés juntos que me perdoaria por tudo. Droga, por que ele era assim? Por que ele se esforçava ao máximo para ser o melhor? Para que essa lealdade imensa para comigo? Droga. Eu nunca tive a coragem de dizer, eu nunca pude ser o que ele precisava. Mas ele nunca me pediu algo em troca. Nunca me disse que queria ser ouvido, nunca ouvi sua sincera e serena dizer que precisava algo equivalente. Ele nunca me disse que precisava ser salvo.</span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;">Sou patético. Onde ele está? Onde? Ele podia aparecer do nada depois de todo esse tempo, podia me dizer que era um grande trote e que adorou a cara que eu fiz sobre o que aconteceu. Podia. Eu o perdoaria por isso, eu ficaria bravo, mas perdoaria. Pois eu nunca pude dizer a ele que ele era um amigo importante pra mim. Ele se camuflava em nossas conversas, sorrindo superficialmente, e fazendo parecer que ele fosse o mais fraco psicologicamente de todos nós. Não era. Ele, bem no final, foi o qual se tornou o mais forte de todos nós. Ele foi o mais forte de todos. E eu nem reparei quando seu escudo ficou em pedaços.</span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;">Eu estava acordado pelas duas da madrugada. Eu podia ter falado alguma coisa. Eu podia ter mandado uma mensagem qualquer pedindo pra ele me ligar. Eu podia. EU DEVIA. Mas não. Me distrai. Fiz coisas que eu fazia toda madrugada. Toda noite, aqueles jogos que apenas me norteavam. Eu nunca pude ser o que eu devia ser. Ele merecia um amigo melhor que eu. Ele merecia, dentre todos nós, as melhores coisas. Ele devia ter sido visto como uma pessoa. Ele devia ser visto como um alguém de verdade, não como uma carcaça. Acho que agora é tarde demais para qualquer um de nós falar alguma coisa para ele.</span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;">Essa minha carta é para ele. Mesmo ele não podendo lê-la. Mesmo ele nunca poder segurar essa carta. Mesmo ele nunca mais estando perto de mim. Aqueles dias, aqueles, será que ele lembrou deles segundos antes de seu último tiro? Será que ele hesitou por alguns segundos antes de tomar suas atitudes desesperadas para parar de sangrar? Aqueles dias em que eu vi ele sorrir sincero, aqueles dias onde apenas éramos um bando de gente querendo curtir? Será que ele lembrou?</span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;">Eu devia ter tido uma conversa sincera com ele por aqueles dias. Eu devia ter perguntado algo sobre suas feridas. Mas não, de novo, eu apenas deixei pra lá. Eu nunca pensei que ele estivesse ali o tempo todo no front de batalha. Nunca pensei que ele, o tempo todo, levava os tiros. Nunca quis saber. Ás vezes me questiono por quanto tempo ele permaneceu de pé, suportando. Quanto tempo ele sobreviveu, com todas as dores que ele tinha, com todos os seus textos melancólicos? Eu nunca i um texto sequer. Eu nunca quis saber. Eu podia saber. Eu tive a chance de salvá-lo. Eu tive a chance de segurar a mão dele tempos antes dele simplesmente se apagar. Mas eu não quis. E agora, a vida me condena por isso.</span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;">Mas eu aceito o julgamento. É um preço do qual eu preciso pagar. Esse remorso e arrependimento é algo que eu preciso carregar nas minhas costas pelo resto de minha vida. É algo que eu preciso, por ele, por mim, por todos nós. Não é nada perto do que as cicatrizes que ele tinha. Preciso acabar com minhas palavras. Não importa o que eu faça, eu nunca vou alcançar ele com toda essa voz que eu grito com toda a minha força. Não importa o quanto eu tente, ele nunca vai voltar. Ele era um andarilho, foi o que ele disse num texto uma vez, que eu li depois de tudo o que aconteceu, e bom, eu sou um alguém que apagou suas pegadas. Desculpa. Imploro misericórdia pelos meus pecados. Espero que ele me abrace antes de eu ir pro inferno. É isso.</span></blockquote>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
Adeus,</div>
Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-56159526649413722202015-05-16T16:34:00.001-03:002015-05-16T16:34:20.768-03:00Texto Do Cara Que Não Queria Crescer4 da manhã. As luzes da cidade cantam para que em algumas horas o sol dê as caras. Histórias sobre como foram os bravos guerreiros em sua aventura em caminhar pelas ruas escuras após a festa. Estávamos todos amarrados, estávamos todos quebrados, eu tenho que te dizer isso para que não pense que a gente tem a vida mais incrível do mundo. Eu lembro bem, meu melhor amigo tinha perdido o pai, minha namorada visitava sua mãe todos os dias no hospital por causa do câncer, e o resto estava com o coração emendado com farpas. E a gente andou por muito tempo por tantos lugares que eu nem lembro direito, estávamos apenas brincando, Cristo, por que tantas perguntas?<br />
<br />
<br />
A gente bebeu demais, bebemos tanto para esquecer os problemas, que esquecemos as soluções também. Bom, nada importava, tudo o que a gente queria era apenas... a gente. Nos deixamos ser possuidos pelo sentimento de "distante-do-mundo" e criado um nosso. Um mundo onde só os membros poderiam entrar, como se fosse algum tipo de clube incrivelmente secreto ou algo assim. Mas na verdade aquilo era apenas nossa fábrica, onde a gente se consertava. Aquelas canções tocadas no violão eram as músicas-tema de nossas vidas. Aquilo era nosso. Tudo era nosso. Tudo era a gente.<br />
<br />
<br />
Oh, Deus, eu posso jurar que eu queria parar o tempo. Eu adorava aquilo, adorava abraçar eles, adorava tudo o que eu via naquela madrugada. As piadas eram mais engraçadas do que costumavam ser, e quando a melancolia batia, eu suportava. Eu suportava porque não estava sozinho. Ela não era espantada, mas também não era "persona non grata", a gente simplesmente sabia como lidar com ela. Como é mesmo aquela coisa que bate quando você sente acolhida, um calor gostoso, e prazer em estar em determinado lugar? Ah é, alguma coisa com "amor".<br />
<br />
<br />
E eu estava com ela. Eu até dancei no meio da rua com ela, e ela simplesmente riu daquilo e me acompanhou. Mesmo que passassem os carros, mesmo que os postes iluminassem bem a gente fazendo aquela coisa ridícula, ninguém se importava. Nossos amigos nos acompanharam, alguns fizeram pares e dançaram também, outros cantavam "Wonderful Tonight" imitando Eric Clapton no microfone como se fossem uma banda, fazendo que fôssemos um bando de loucos felizes. Ela disse "eu te amo" e me beijou, e eu correspondi. Foi naquela noite a última vez que eu a vi sorrir. Foi a última vez que aqueles olhos verdes foram meus.<br />
<br />
<br />
E de repente, tudo desandou. Os planos que passei tanto tempo planejando se tornaram de outros. Primeiro, as brigas começaram. O mundo começou a implodir, amigos brigando uns com os outros, mentiras, desconfiança, raiva. E assim, vagarosamente, foi diminuindo o número de pessoas que caminhavam juntas depois da aula. Antes, éramos um time de futebol. Depois, um de handball. E depois, quando eu vi, já estávamos iguais aos três mosqueteiros. Nunca vi uma dissolução tão rápida em minha vida, nem percebi quando as coisas estavam ruins. Eu me arrependo de não ter feito algo quando eu podia.<br />
<br />
<br />
O tempo passou. Com isso, chegou a faculdade, os trabalhos, e outras responsabilidades. O tempo para a gente se encontrar diminuiu muito. Os assuntos que a gente costumava inventar em questão de segundos, foram tomados pelo silêncio. A gente não conseguia mais conversar, e as conversas restantes eram tão superficiais e banais, como se fôssemos um bando de estranhos escolhidos aleatoriamente para estar juntos, eu deixei de reconhecer eles. Sem querer, eu os perdi pro mundo. E eu jurava que a gente não ia perder, até chegar os 45 do segundo tempo e tomar um chute da vida. Droga. Droga. Droga.<br />
<br />
<br />
Depois, quem foi embora foi ela. As brigas que eram a cada um ano, se tornaram em meses, e de meses, semanas. O amor nunca morreu, porque eu costumo dizer que o que a gente tinha era de um "amor zumbi". Mas ela não suportava mais, e eu fazia o máximo para não chegar em casa mais cedo. Queria permanecer longe dela o quanto eu pudesse, constantemente desligando o celular e demorando pra responder as mensagens. E ela, ah, ela fez o possível para salvar a gente. Teve uma hora que ela desistiu. Ela veio até em casa. Disse "oi" para meus pais de forma mais natural possível, e me abraçou chorando. Disse a palavra "desculpa" umas dez vezes, e depois um "adeus". A porta ficou aberta até ás 3 da manhã aquele dia.<br />
<br />
<br />
E por fim, quem foi embora de mim foi eu. Eu perdi a vontade de fazer as coisas, eu perdi os momentos de felicidade e as coisas como elas são. Eu deixei tanta coisa para trás, e quando as pessoas mais importantes da minha vida foram embora, eu deixei tanta coisa para frente também. Os retratos estão empoeirados, as canções eu costumo cantar pra me lembrar. O que eu posso fazer? Digo, eu não tenho muita escolha. Eu só posso seguir adiante. Eu só posso tentar de novo e de novo, porque se eu não fizer isso, ninguém vai. Eu só não posso fazer isso agora, me desculpe, tente outra hora. Eu sinto saudade, caras. Muita.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
****Esse texto não é verídico, porém, me baseei muito nos meus amigos. :/Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-90540093973325258632015-05-01T20:19:00.001-03:002015-05-01T20:19:24.312-03:00Sinto Muito<span style="color: red;">"Eu procurei</span><br />
<span style="color: red;">Jurei que não iria mais falar de mim</span><br />
<span style="color: red;">E o que eu achei</span><br />
<span style="color: red;">Que eu tinha tanta história pra contar" </span><span style="color: #3d85c6;">(Fresno - Relato De Um Homem De Bom Coração)</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/7654682/tumblr_lhjyyt5wR01qgfo7wo1_500_large.png?1299302108" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/7654682/tumblr_lhjyyt5wR01qgfo7wo1_500_large.png?1299302108" height="320" width="318" /></a></div>
<br />
<br />
É, eu jurei que nunca mais iria fazer textos depressivos e tal, mas acabei mudando de ideia. Achei que a ideia de não poder dizer exatamente o que eu queria dizer era uma algo forçado demais. Vez ou outra eu acabarei desabafando por aqui mesmo, pelo simples fato que minha cruz é zoada demais para eu carregar sem gritar. Bom, vamos lá. Eu nunca me vi de tal forma, eu juro. Eu nunca me vi como se eu precisasse de ajuda, quer dizer, eu nunca dei muita moral para mim mesmo e meu ego, sempre priorizei a dor alheia e de como as feridas dos outros estavam abertas. E é nessas horas, que essas malditas feridas gostam de duplicar o tamanho.<br />
<br />
<br />
De alguma forma, acabei criando um campo de força, uma maneira de eu caminhar sem eu estar sendo açoitado com palavras e atitudes, eu carinhosamente chamo isso de "piloto automático". É a maneira que consigo acordar, trabalhar, estudar, conversar, e ainda digitar coisas para os meus amigos sem mesmo pensar de maneira concreta. Faz muito tempo que eu não sei o que é "deixar no manual", me levar, sem ter medo de alguém me ferrar. Acho que perdi minha capacidade de acreditar nas pessoas por completo, a ponto de deixar meu coração aberto. Acredito que nem mesmo meus pais adentraram neste campo. Não é como se eu me importasse também. Tá ótimo assim. Tudo tá bem.<br />
<br />
<br />
Tá bem o caralho. O caminho que eu escolhi é ruim, esquisito e sem trilhas certas. Meus passos estão em uma corda bamba, e parece que logo vou perder o equilíbrio. <i>"Eu preciso correr, desculpa"</i>, foi o que todos disseram antes de sair daqui. E eu não acompanhei, digo, nunca acompanhei. Sempre vi esse negócio de apressar as coisas de modo ruim, como se não pudesse ser aproveitado as coisas de maneira correta. Apesar de eu ser um pouco afobado, acabo sempre cedendo à música melancólica e a solidão, e vejo as pessoas no horizonte me acenando ao longe. A beleza da vida é quando você sabe o que é sentir algo, mesmo estando incompleto.<br />
<br />
<br />
Eu senti. Muitas vezes, foi o que eu disse para mim mesmo. <i>"Sinto muito". </i>A pena que tenho de mim mesmo é extraordinariamente grande. É esquisita a sensação que tenho dentro de mim, como se eu tivesse duas partes de mim mesmo, nos quais intercalam minhas atitudes. Talvez seja essas as partes que dividem o controle de mim, "automática" e "manual". Provavelmente a parte automática seja mais forte, por isso sempre suporta as dores que eu tenho e consegue fazer piadinhas ruins mesmo sabendo que são só para disfarçar a raiva e a melancolia que tem por dentro de si mesmo. É frio, mas acho que dá para aguentar, não é como se o frio fosse a pior coisa que já enfrentei.<br />
<br />
<br />
Eu tive muitas oportunidades de ter o meu mundo na minha mão, mas deixei para lá. Ele se tornou tão descartável, tão inóspito que eu sempre deixei nas mãos do cara que faz tudo no automático, parece que ele é a pessoa mais confiável para deixar a administração do meu coração. Sei lá, coisas como gostar das pessoas, se envolver com outras, não parece algo que eu posso deixar acontecer dentro de minha parte frágil. Não mais. Chega de deixar as coisas acabarem comigo de qualquer jeito, sem nem mesmo um pingo de misericórdia. Ninguém vai mais entrar no meu campo de força, ninguém mais vai ter liberdade em mim mesmo.<br />
<br />
<br />
Nunca pensei que meus textos faltariam palavras para expressar exatamente como me sinto. Talvez seja isso que é crescer. Talvez seja isso que disseram que seria a vida quando você era moleque, você se torna meramente um nada com alguns órgãos e pele com a habilidade de falar. Eu nunca quis que as coisas fossem assim, mas o que posso fazer, me diz? Desculpa. Mas meus sorrisos já não sabem mais como ser sinceros, meus olhares perderam a habilidade de derramar lágrimas e meus braços perderam a mania de carregar a dor. O mundo não pertence mais ao meu mundo. E as pessoas não pertencem a mim mesmo. Eu não vivo mais por mim. Eu não vivo mais.Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-55243749603406510602015-04-03T22:33:00.001-03:002015-04-03T22:33:57.628-03:00Diários Estranhos De Lita #3<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://bbyme.files.wordpress.com/2014/03/louca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://bbyme.files.wordpress.com/2014/03/louca.jpg" width="320" /></a></div>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estamos todos escrachados, de maneira geralizada. Esta frase parece esquisita vindo de primeira sem contexto algum, mas acho que logo você vai me entender. E sim, é a Lita. Eu achei engraçado que o fato de que eu escrevo textos que ninguém lê, e ao mesmo tempo, parece que eu consigo algum feedback sobre tudo isso. Eu só me meto em confusão, devo ser um ìmã para essas coisas. Enfim, como eu estava dizendo, estamos todos escrachados, esculhambados, numa tremenda bagunça que parece que deram uma festa dentro da gente, derrubaram todos os nossos objetos importantes e saíram sem apagar a luz. E a gente termina assim, observando de maneira panorâmica, tudo o que acabou de ser feito com você mesma.</span></i><br />
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas também seria lógico que iriam acabar comigo, meu coração é o local mais inóspito possível, tanto que poucos conseguiram chegar até lá. Não que eu seja fria, ou mesmo insensível, eu só não acho que eu devo deixar minha porta sem cadeado. É sério. E quando você tira o cadeado, você pergunta. Eu não tiro, as pessoas simplesmente entram e saem, arrombam minhas portas, quebram as janelas e não me avisam quando vão embora. Eu não ligo de sair daqui, tô nem aí, mas porra, pelo menos vê se deixa um aviso prévio para eu comprar outro cadeado. Odeio termos indeterminados, ou contratos sendo quebrados.</span></i><br />
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E nem citei que tipo de relacionamento estou citando. Todos. Nossa, isso me faz pensar quanta gente já foi embora e nunca mais vi o sorriso e/ou choro dessa pessoa. O que posso fazer se eu sou boa nesse negócio de escutar os outros? Não que eu manje, mas é que eu sou preguiçosa demais para tagarelar que nem uma matraca e tudo o que pensa sai pela boca. E assim, as pessoas pensam que eu estou criando aberturas para elas desabafarem, e maldita educação que recebi de meus pais. Me faz pensar que se eu cobrasse por cada vez que ouvi os problemas dos outros, eu estaria numa vida confortável agora.</span></i><br />
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Intencionalmente, eu atravessei a linha de sanidade. Sei lá, ser louca me deixa entorpecida em relação aos meus problemas. Eu não preciso mais ter motivo para simplesmente gritar o mais alto que eu puder no meu quarto, porque afinal, é o meu quarto. Acredito na ideia de que a solidão é algo como uma parede, sólida, e toda vez que você se sente mal, você adiciona mais concreto nessa parede. E como enlouquecer é meu hobby, eu não tenho tido esse problema, mas era ruim em outros tempos. E o que eu fiz para resolver? Eu soquei essa parede. Eu soquei essa massa que me apertava e fazia eu me sentir terrível, e me fez perceber que eu não sou uma garota frágil, eu sou a garota que eu quiser. E isso inclui ser uma heroína ou uma vilã, a médica e a louca. Ou seja, para alguém lidar comigo direito, terá que aprender quatro maneiras diferentes de lidar com meu sorriso. </span></i><br />
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É isso por hoje, tenho umas coisas para fazer amanhã, tipo bater na minha amiga de novo e dizer pela sexta vez na semana que é para ela parar de ser retardada e deixar de escutar os pais o tempo todo. Sério. A única diferença entre a gente e os nossos pais é que eles são mais velhos e fizeram a gente. Mas continuam sendo humanos com falhas e erros. Então se você acredita em algo que seus pais não acreditam, manda à merda. Bom, vou para minha cama, até mais leitores imaginários.</span></i>Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-207401041190870931.post-77418483588619527612015-02-25T17:22:00.004-03:002015-02-25T17:22:48.751-03:00Flor Em Chamas<div style="text-align: center;">
E pensar que eu iria escrever uma poesia</div>
<div style="text-align: center;">
Sem qualquer traço de rima</div>
<div style="text-align: center;">
Sem qualquer padrão </div>
<div style="text-align: center;">
Melhor, logo eu escrever de tal forma?</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Encaixando meus padrões com o silêncio da voz</div>
<div style="text-align: center;">
Os gritos desesperados da minha mente</div>
<div style="text-align: center;">
E a expressão confusa das minhas palavras </div>
<div style="text-align: center;">
Faz com que você me veja de tal forma desprezível</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Um conto de fadas iniciado em uma lata de lixo</div>
<div style="text-align: center;">
Me lembro de ter visto como seus olhos são as peças restantes do céu</div>
<div style="text-align: center;">
E eu lá, parado no meio de restos do meu quarto</div>
<div style="text-align: center;">
Querendo que eu fosse alguma nuvem para te observar de perto</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
A única música que toca pra gente dançar, quer dizer, utopicamente falando</div>
<div style="text-align: center;">
Seriam as sirenes da ambulância, o grito do policial, a euforia da multidão</div>
<div style="text-align: center;">
E mesmo eu estando infestado de gente ao meu redor, só consigo ver nós dois como casos isolados</div>
<div style="text-align: center;">
Talvez eu te perceba como um detalhe microscópico, como se fosse uma parte descuidada do mundo</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Esperando o próximo ônibus passar, cogitando trocar de novo os fones de ouvido</div>
<div style="text-align: center;">
Estão como tantos outros que eu comprei, com o som de apenas um lado, irritantemente</div>
<div style="text-align: center;">
Eu observo como as pessoas ficam tão próximas da cor acinzentada, como se estivessem apagadas</div>
<div style="text-align: center;">
E é só você amarrar seus tênis vermelhos, que as pessoas desaparecem, como se não aguentassem tamanho brilho</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Se eu soubesse que iria escrever trechos tão compridos, eu teria colocado em formato de texto</div>
<div style="text-align: center;">
Mas não ligo muito pra isso, pelo menos aqui não existem restrições</div>
<div style="text-align: center;">
Enfim, como eu dizia, você não precisa fazer muita coisa para ser uma parte estranha do mundo</div>
<div style="text-align: center;">
Você só precisa existir... E bom, eu adoro isso</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Meu quarto parece estranhamente bagunçado</div>
<div style="text-align: center;">
E o mais estranho ainda, eu prefiro assim</div>
<div style="text-align: center;">
Talvez seja porque eu consiga me localizar</div>
<div style="text-align: center;">
E mesmo assim, é tão... abandonável</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Assim como eu mesmo, como se fosse algum resto podre da casa</div>
<div style="text-align: center;">
Adorável solidão, considere que eu sou jovem demais para me sentir assim</div>
<div style="text-align: center;">
Por que não a deixa vir aqui me salvar, por que não posso deixar a janela aberta?</div>
<div style="text-align: center;">
Odeio suas preocupações estúpidas e inquietantes, como se você entendesse alguma coisa de dor</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Tá, você pode até entender, porque afinal você é parte de mim</div>
<div style="text-align: center;">
Chega de falar de como a solidão é irritante, vamos falar daquele pedaço de céu que vi passar</div>
<div style="text-align: center;">
Eu me senti morto várias vezes, me senti apagado como se não tivesse mais lugar</div>
<div style="text-align: center;">
E então, com uma piada tosca, ela me fez rir, e não foram poucas vezes</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Aquela sensação esquisita de ter para quem ligar, além dos seus parentes</div>
<div style="text-align: center;">
Aquela outra sensação esquisita de não compreender o que pensa sobre determinada pessoa</div>
<div style="text-align: center;">
E além disso, aquela questão de vida ou morte de mandar pelo menos um "oi"</div>
<div style="text-align: center;">
Como se toda a sua história ou destino dependesse da resposta</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
De qualquer forma, isso ainda não é o suficiente</div>
<div style="text-align: center;">
Ainda acordo pensando em querer morrer, ainda acordo pensando com curiosidade sobre a pós-vida</div>
<div style="text-align: center;">
Eu tenho a necessidade de um abraço e um beijo, aqueles que dizem sem querer que te apoia</div>
<div style="text-align: center;">
E bom, atualmente tudo o que eu tenho é um violão e um blog que algumas pessoas leem</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Eu a entreguei uma flor, uma flor incomum</div>
<div style="text-align: center;">
Onde ela queima toda vez que a vê</div>
<div style="text-align: center;">
Ela estranhou,é que eu não disse pra ela o significado</div>
<div style="text-align: center;">
Ela queima toda vez que ela me diz não</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
E bom, algumas pétalas já foram, quero ver se ela vai conservar a flor ou não</div>
<div style="text-align: center;">
Se vai deixar as pétalas queimarem como cinzas, ou se vai transformá-la como uma rosa de verdade</div>
<div style="text-align: center;">
O que posso fazer se carrego em minhas mãos um papel e uma caneta</div>
<div style="text-align: center;">
E um coração aberto feito de pano, e outras besteiras que a gente nem sabe o que é</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Como eu vinha dizendo, meu quarto é meu único espaço do mundo</div>
<div style="text-align: center;">
O resto do mundo, é apenas uns cômodos incômodos que atrapalham minha jornada</div>
<div style="text-align: center;">
E espalhando minhas lágrimas para irrigar o plantio, vou deixando partes de mim como espelhos</div>
<div style="text-align: center;">
Para que alguém, algum dia, consiga ver parte de tudo o que eu vejo<br />
<br />
E nessa gigantesca poesia que proclamo meus problemas, como se isso resolvesse alguma coisa,<br />
Encaixo suavemente uma mensagem subliminar com a esperança que me digam aonde ela está<br />
E que também me mostrem as regras de etiqueta, para eu ter uma ideia do que dizer quando ela estiver por perto<br />
Porque eu sinto que de alguma maneira, ela ficou tão próxima de mim, como átomos, e explodimos<br />
Como se a gente fosse dois universos colidindo, e subitamente, desaparecendo<br />
<br />
E assim, sinto como se eu fosse novamente desaparecer, como se eu fosse feito de pó, feito pra acabar<br />
De alguma forma eu adoraria saber o que ela pensa de mim, e não adianta perguntar, ela desvia o assunto<br />
Eu crio expectativas tão rápido quanto elas são frustradas, do mesmo jeito que eu coloco no papel<br />
O que dessa vez rima, o que desta vez é, um punhado de palavras apagadas<br />
Enquanto fecho com meu punho a parte mentirosa do céu</div>
Gustavohttp://www.blogger.com/profile/09110847239324132893noreply@blogger.com0