sábado, 14 de julho de 2012

A Madrugada Mais Triste Das Minhas Férias

"I tried to be perfect
But nothing was worth it
I don't believe it makes me real
I thought it'd be easy
But no one believes me
I mean all the things I said" (Sum 41 - Pieces)

Retirado do blog: Penseira Do Caio


Eu não menti quando eu disse que tentaria ser perfeito, não menti quando disse que eu sempre tentei fazer o meu melhor. Eu tentei sempre ser o cara mais legal, não pra ser visto como um cara legal, mas apenas pra as pessoas me respeitarem mais. Você viu, ele viu, todo mundo viu o quanto eu tentei fazer meu melhor, agradar as pessoas e poder apenas viver, apenas... ser o Gustavo que eu nunca fui.


Um Gustavo que ninguém deve ter conhecido, alguém melhor que este idiota que está escrevendo, alguém que te agrade mais do que eu consigo agradar. Esse cara pode conseguir o que eu não consegui, se esforçar onde eu não depositei meu tempo. Esse cara pode agradá-la, pode conquistá-la e até namorar com ela. Também pode acabar com as intrigas dos meus amigos, acabar com as panelinhas... Enfim, esse Gustavo faria mil vezes melhor do que eu fiz.


O que eu fiz afinal? Perdi meu tempo sentado naquela poltrona desconfortável, destruindo minha coluna pouco a pouco, lendo coisas fúteis e deixando pessoas entediadas na janela do MSN. Ficava acordado até de madrugada, olhando a geada atacar lá fora, e perfurar meu coração adentro. Não adiantava, não dava, tudo era assim pra mim. Nada dava certo.


Não é como se as pessoas não tentassem me ajudar, como se as pessoas não fossem legais comigo ou algo do tipo, mas é que talvez eu não fui legal com elas. Eu sempre fui um lixo esparramado na sala de jantar. Eu fui me afogando com minhas próprias palavras, e quando vi, me contradizei. É verdade,eu tentei mudar. Eu tentei ser o cara idiota que você encontra em todas as calçadas, o cara idiota que enche a cara e depois sai transando com todos os tipos de garota. Eu tentei ser idiota.


E bem no fim, "o cara legal" ficou por idiota. Eu fiquei pra trás, eu fui passado a perna. Parece que não consigo mais me enxergar como um homem, apenas um idiota que quebrou sua perna e não consegue encontrar ninguém pra se apoiar. Eu queria que ela me desse um apoio, mas parece que ela está correndo lá longe.


Todos os meus gritos que eu berrei enquanto tocava uma música alta pra ninguém me ouvir, cada palavra que eu escrevi com o lápis forçado ao máximo, como se estivesse marcando com uma faca, cada sorriso que forcei pra fazer as pessoas contentes, cada abraço que eu dei fingindo me importar com elas, cada dor que eu passei, não fazem a mínima importância. Minha história nunca foi feita pra ser lembrada.


O mundo parece tão morto pra mim agora. Sei que o horário já passou, sei que eu deveria estar dormindo, mas escrevo essas coisas sem importância, escrevendo palavras que eu nem uso nos meus dias, tentando reaparecer. Não quero ser o homem-invisível, que só aparece quando precisam de algo ou precisam que eu faça algo por eles.


Parece tão errado eu viver perdendo tempo, olhando pro nada, apenas perdendo o resto da minha vida esquisita. Mas onde está o certo em viver nas festas, beijando desconhecidas, beber e esquecer o que aconteceu e depois fazer tudo de novo? Quero acordar deste pesadelo. Eu não quero mais fazer parte de uma atrocidade da sociedade.


Deixo-me desabafar, canto, reclamo, choro, encanto as palavras para expressarem minha alma. Por que hoje é a madrugada mais triste das minhas férias, com meu coração batendo tão lentamente como uma batida de música lenta, mas ao mesmo tempo, minha alma se mexendo sem parar, querendo parar de participar desse complô municipal, que fizeram pra me prejudicar. Está tão ruim que nem eu mesmo quero me prejudicar, pois parece errado em me fazer chorar. Mesmo assim, as noites frias vão começar a se acostumar a esfriar.

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