segunda-feira, 4 de junho de 2012

Meu Céu Castanho Preferido (Parte 1)

"Eu só queria te lembrar
Que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós" (Charlie Brown Jr. - Céu Azul)

Retirado do blog:Blush Virtual



- Eu amo você!
Pronto, falei. Agora não tem mais volta, quer dizer, não tive nenhuma rota desde que pensei em me declarar. Eu entendo que isso é brega e tal, mas eu sou do estilo retrô. Sou brega e cafona se quer saber. Tá, eu sei que tu vai me dizer que isso é coisa estúpida, mas vou lhe contar como tudo isso aconteceu.


Eu me lembro bem, eu acho que tinha pelo menos uns 5 anos de idade, e meus pais insistiram em ir visitar os novos vizinhos. Quase fiz a casa tremer de tanto choro, afinal, não gosto de vizinhos. Não gostam do que a gente escuta, não gostam do que a gente gosta, decerto gostam de enfiar o dedo...na boca, pensaram besteira né?


Enfim, voltando ao assunto, depois de espernear, fui obrigado a ir visitá-los. É, eu era realmente muito fofo na época, agora estou todo ferrado pelas espinhas e cravos, além de virar um maníaco por desenhos japoneses e coisas assim...


Quando eu pus o pé na porta daquela casa, vi uma garotinha muito bonita. Ela tinha cabelos longos e morenos, e os olhos castanhos parecia que ela era um anjo. Parecia. Quando ela notou minha existência, ela mostrou a língua pra mim.


Que insolência! Eu morava naquelas redondezas desde quando eu nasci, e vem essa pentelha mostrar a língua pra mim? O garotinho fofinho que todos os vizinhos amavam. Não sei o que fiz, se chorei, se gritei, se briguei, só sei que depois disso, ao invés daquela louca se afastar, veio se aproximando da nossa família.


Era todo santo dia que ela vinha lá em casa, seja pra um churrasco, seja pro meu aniversário (que eu nunca a convidava, mas por algum poder do além, vinha em todos). Até que um pouco mais crescidos, nos dávamos bem. Tínhamos nossas discussões, afinal, quem vai gostar de sertanejo universitário além dos caipiras? E rock para informação dela, não era do diabo. Do diabo era aquela droga de mp4 dela. É, ela me batia toda vez que eu falava fatos da vida.


Depois de um tempo, eu soube que ela ia se mudar. Desculpe o palavrão, mas fiquei muito puto, por que afinal, a gente era muito próximo naquela época. Sabe o Timão e o Pumba? A gente não era assim. Era quase isso, sempre estávamos conversando.



Isso foi lá pelos 12 anos de idade. Ah, que saudades dos tempos que a gente não fazia porcaria nenhuma e reclamávamos ainda. Depois de passar o colegial em branco, figurativamente, por que toda porcaria que via era caderno e borracha branca.


Ingressei numa faculdade qualquer que não me lembro o nome, ela era boa até, mas tinha muitos poucos cursos. Resolvi fazer o que era a minha cara, Luteria, é, você provavelmente não tem ideia o que seja, mas seria montagem e manutenção de instrumentos.


Foi procurando a minha sala, que me trombei com uma idiota. É, ela era bem abobada, vou ser bem sincero. Ela era bem bonita, mas nada que chamasse de modelo. Ela era imperfeitamente perfeita. Mas fui me levantando devagar, e quando ela se levantou, me xingou e disse pra mim olhar pra onde anda.


Que guria idiota! Acha que manda nessa droga de faculdade. Se você percebeu, sou bem orgulhoso, odeio gente que pisa em mim. Enfim, depois desse incidente, fui pras minhas aulas, todo empolgado, pensando, uau! vai ser muito divertido as aulas!. Divertido é meu cachorro. Entrei naquela droga e vi um monte de zumbis com moscas rodeando a sala, nenhum "normal".


Mas quando eu sentei na carteira, vi a porta se abrindo, uma voz não-desconhecida, era ela.
- Não acredito!

Continua...

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