segunda-feira, 4 de junho de 2012

Meu Céu Castanho Preferido (Parte 2 e Epílogo)

"Do you remember the days
We built these paper mountains
And sat and watched them burn
I think I found my place (...)" (Foo Fighters - Walk)

Imagem retirada do blog: Mistérios Épicos


- Você!! - eu e ela falamos em uníssono
Cara, não acredito. Tanta sala pra ela ir, quer dizer, nem tanto assim, mas que porcaria, tinha outros cursos. Por que logo na minha sala, no meu curso, ela resolve ficar? O professor, divorciado, não-realizado na vida, percebeu que a gente não se dava bem, mandou ela se sentar perto de mim.


Professor, não fode com minhas ideias. Enfim, não citarei o nome dela nem o meu, afinal, não é tão necessário. Ela se apresentou pra sala, que estavam 90% dormindo, 5% perdendo tempo, 4% perdido (no caso, eu e mais uns idiotas) e 1% prestando atenção (no caso, ela e mais alguns caras de taxo).


Depois das primeiras aulas, fui fazer minha janta. Como a faculdade era à noite, nada mais justo do que se alimentar direito. Ah, como eu amo a existência dos x-saladas! Foi quando apareceu ela. ELA. De novo, dessa vez, pedindo comida, parecida com uma mendiga.


Eu, como sou bondoso, dei um pedaço. E a desgraçada comeu 85% do meu x-salada. Não foi um pedaço, foram vários pedaços. Tipo cachorro arregaçando a carne. Ela comia que nem louca, como se não tivesse onde comer mais. Ela era realmente bizarra.


Depois de comer quase toda minha janta inteira, sorriu com um rosto angelical, dizendo "obrigada". Eu fiquei bem no estilo "oi? o que aconteceu?" e olhando pro meu x-salada comido. Tô tentando ser breve, cacete, por isso os eventos estão ficando vagos! Ainda tem as partes principais. Pensando bem, eu poderia até escrever uma novela com minha história.


Enfim, depois de ela ter feito pela primeira vez comer a janta alheia, fiquei próximo dela. Viramos o que chamam de "amigos". Ela fazia os trabalhos comigo, e a gente voltava na mesma rua. É, a faculdade fez com que eu morasse sozinho num apartamento da cidade, já que minha cidade foi pro beleléu nas minhas memórias.


E, quando vi, já era aqueles programas que escutam problemas amorosos e dão conselhos. Caras, nunca entrem nessa bosta, não é legal. Sabe o que é tocar o celular às  3 da manhã pedindo conselhos por que o namorado da sua amiga terminou com ela e ela não sabe o que fazer? Eu sei. É uma droga.


Passei um tempão assim. O companheiro fiel, como um cão e sua dona. Estava sempre às ordens, sempre à estar lutando por ela. Lembro que era semana de Natal, eu tinha me deitado na cama cedo, por que afinal, estava chovendo, e além de eu não poder vê-la, de não ter a droga do sinal, além de tudo.... Eu estava pensando demais. Eu estava pensando muito nela.


Pensando como ela estava, onde ela estava, com quem ela estava, o que ela pensava e sentia. Precisava esquecer aquelas ideias, eu não podia estragar nossa amizade como um vírus que se instala no computador. Precisava esquecê-la. Passei a madrugada na insônia, pensando um modo de esquecer ela. Será que era isso que chamavam de estar apaixonado?


Me decidi, logo na véspera, que iria vê-la e contar essa história de estar pensando nela o tempo todo. Realmente iria chover a semana inteira. Estava uma chuva forte, nem me importei. Me agasalhei e fui atrás dela. Precisava desabafar.


Bati na porta da casa e ela atendeu. Realmente, como ela conseguia ficar linda de pijama e pantufas? Espera, o que eu estou pensando? Ô porcaria chamada amor. Ela estava sozinha na véspera? Perguntei isso à ela. Ela respondeu que os pais dela viriam só no Natal.


Depois de assuntos banais, ela me serviu um pouco de chocolate quente, e ela perguntou o que de tão importante fez eu me esforçar a sair de casa nessa chuva e vir até na casa dela. Então soltei tudo o que eu pensei nas luzes do abajur em plena madrugada.

- Eu amo você!

Lembra do início? Pois é. Exatamente onde parei. Aqui vai o resto do texto:
Depois de toda essa baboseira cafona que eu falei, olhei pro chão. Eu queria mesmo evitar que os nossos olhares se encontrassem.


Ela começou com um risinho, e depois uma grande gargalhada. Ela falou que eu imitava a declaração do ex dela muito bem. Fiquei realmente puto dessa vez, como assim? Teu ex? Ah, por favor, me esforcei pra te contar tudo isso e ela vem falar de ex? Depois os homens fazem cagada.


Suspirei, e um barulho de trovão, naquele segundo, a abracei. Ela teria que entender que meu coração estava se esgotando de escutar aquelas histórias dela. Ele queria viver histórias com ela. Era a vez dela suspirar, e dizer, "Então você não estava brincando?".


Não,não, sou o Patati e vim brincar com você. Claro que não! E de relance, ela começou a chorar. Eu fiquei pensando que ela tinha batido em algo ou algo do tipo, e perguntou se eu a podia perdoar, isso repetidamente umas 3 vezes. Eu fiquei desesperado perguntando pelo quê, que ela não tinha feito nada de errado,...quando me calei, quer dizer, ela me calou, disse "Por isso" e me deu um beijo doce mas sensual.


Agradeço por aquela noite todos os dias. Foi realmente uma noite quente, se é que me entende. Você deve estar se perguntando como está as nossas vidas agora. Ela está feliz, noiva de um cara legal da faculdade. Eu? Estou ótimo trabalhando sem parar, pra sustentar minha namorada que está grávida. Olha que alegria, vou ser pai, CARALHO!


Antes de terminar o texto, é, ela era realmente a garotinha vizinha. Aquela abobada. Temos breves contatos, afinal, temos que trabalhar, mas ainda conversamos brevemente por msn e outros meios graças a tecnologia.



Você deve estar se perguntando, por que não estamos juntos? Talvez por que algumas vezes o melhor final não é aquele que o mocinho e a mocinha ficam juntos. O melhor final é aquele que os personagens amadurecem juntos.


**História meramente fictícia

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