segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Só Eu

"I know that passion became my flash
And the nature was uncharged of perfection
The most beautiful stars from heaven
Would guild me forever" (Silent Scream - Silent Cry)



Dedos doloridos, sorrisos destruídos. Passei a tarde inteira desacreditando no ânimo, na auto-estima, e todas aquelas merdas que dizem em programas de TV. Deixo o som do violão se silenciar, para ver se a canção da lágrima começa a tocar.

Ela tocou por duas horas mais ou menos, tanto que já acho que engoli meu próprio veneno. Canções alegres não me animam mais, sonos profundos não cessam mais minhas lágrimas. Sou apenas eu e meu mundinho vazio e escuro, um lugar com apenas destroços.

Passo dias tentando dormir, e quando vejo já é hora de acordar. As noites que eu passo, são todas tão mortas que me fazem vomitar minha própria alma. Disseram-me que a vida é única e divina. Divina é o caralho, sabe quantas vezes eu passei acordado preocupado com algo, ou com alguém?

Eu acho que eu devia me jogar de um precipício, de preferência tão alto quanto a Lua é do nosso planeta, pra deixar o vento vir em meu rosto e me rasgar como patas de algum tigre. Se as minhas provas de vida são apenas lembranças, prefiro não tê-las.

Será que eu pelo menos, não terei uma namorada, um alguém que me faça feliz, como eu sempre jurei que um dia eu teria. Como os dias podem ser tão ruins em apenas em instantes? Como meus braços podem se cansar tão rápido de carregar o peso da solidão?

Eu me jogo ao céu cinza para pintá-lo de negro, durmo no meu sono interno para que meu sonho velho se torne realidade, e abraço meu travesseiro para que seja o meu conformo nestes dias chuvosos e vazios como uma chama.

Será que ninguém pode me entender? Que eu sou contra esse meu egoísmo, contra eu mesmo, e contra o meu coração. Os conselhos que vivem me dando parecem que não fazem mais efeito, e parece que mandar uma bala no meu peito não é meu direito.

Eu queria esquecer que estou vivo, neste chão tórrido, nestes dias chuvosos que parecem me queimar, nestes dias de solidão. Queria que minhas últimas dores recentes não fossem relacionadas à tudo que eu tento fugir.

Quem será que poderia me mostrar um céu mais colorido? Quem será que poderia me chamar de "Amor", dizer que me ama e que nunca irá me abandonar? De fato eu não sei. Da onde este devasto dia começou a me devastar?

Canções melancólicas começam a agradar meus ouvidos. Palavras agressivas começam a controlar meus dedos, e o meu cérebro começa a girar de ângulos diferentes. Enquanto há pessoas sorrindo e ouvindo palavras que eu adoraria ouvir, estou aqui engolindo cacos.

Quando choro em silêncio, na verdade estou tentando não enxergar esse mundo lixo que eu vejo todos os dias. Mas quanto mais eu tento, mais ele me machuca. Mas ele me machuca, só eu, só eu, especialmente eu. Só eu.

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