sábado, 4 de junho de 2011

Mais Umas Letras, Mais Algumas Lágrimas

 "Muitas vezes estou sozinho
Posso estar errado
Em um lugar escuro
Num buraco sujo e frio
Não quero mais sofrer
Minha vida fica vazia
O sentimento existe
As piadas já não tem graça
Transparentes em você" (O Último Inverno De Nossas Vidas - Glória)



Ás vezes me perco no mundo da fantasia, que sempre me dizia, pra acordar. Ás vezes quero exorcisar esse mundo inteiro, esses sorrisos falsos, esses corações partidos, esses pássaros com asas quebradas. Não posso mais deixar tudo em branco.

Nunca saberei dizer adeus. Qualquer dia desses vou procurá-la, mesmo não querendo ir, pedir pra ela me escutar. Sou apenas um miserável ao máximo, uma simples gravura de sangue em uma carteira qualquer. Códigos que me reiventam, são os mesmos que me destroem.

Acorde-me quando meus dias quiserem abraçar a noite. As lutas incansáveis que lutei, as dores que senti como chicotes me flagelando pelas costas, são hoje o que me acolhem depois dos dias sem cor. Eu não sei, mas, acho que errei em nascer.

Eu sei, sou um perdedor e preciso de ajuda. Mais umas letras, mais algumas lágrimas. Qual a razão de escrever toda essa baboseira e se nem vivo? Perco a razão ao ver esse céu azul enquanto sofro neste chão que me queima.

Se algum dia alguém me procurar, diga para ela que eu estou dormindo. E não quero acordar. Pois eu ligaria para ela caso eu precisasse dela. Não posso negar que eu preciso viver, mesmo que eu queira partir. Meus sonhos, minhas metas, minhas dores, tudo vira uma bola gigante que vai me engolindo.

Comunidades, redes sociais, chats, tudo isso é uma grande merda. Mas faço parte disso, pois eu sou um nada. Queria poder abraçar o vento e sentir o calor que poderia sair do corpo dela caso eu a tivesse para mim.

Talvez eu possa ser um poeta revolucionário no futuro, talvez eu escreva bem como tem gente que diz. Mas não sou um bom poeta, se fosse, eu não falaria. Eu não teria voz, eu apenas escreveria, seria apenas um cara simples sem cordas vocais.

Mas não, eu insisto em fingir, falar o que penso, ou o que não penso, ou o que eu não crio. Nada que eu tente vai fazer minhas lágrimas adicionarem vapor. Para me queimar, para me torturar, para eu chorar mais e mais, e para que isso nunca vá cessar.

Quando eu estava chorando, quando eu fiquei no meio fio pensando em desistir da minha vida, ninguém quis me consolar. Me olhavam espantados, com medo. Mas eu tenho que escutar todos, seus desabafos, seus erros e acertos. Eu desabafo quase todas as vezes para algumas pessoas, e aprendi que elas se cansam.

Ou seja, eu também quero descansar. Eu já sou tão fraco, e estou velho e cansado, e agora que estou sozinho com a paz, por favor, me deixe sozinho. Na verdade, já é meio tarde para escrever, então vou descansar um pouco mais. Até mais.

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