sábado, 7 de maio de 2011

Aos Poucos



Quem sabe toda essa merda não vá pro espaço logo? Quem sabe toda essa sujeira desembasse nossos olhos que se destroem entre si? E o meu mundo, meus sentimentos, meu sorriso, minhas lágrimas, tudo vai se escorrendo pelo meus dedos.

Não digo isso por ser um moleque de 14 anos. Sempre, desde criança, busquei o caminho pela felicidade. Foram os dias sofridos que me fizeram sorrir hoje, foram os dias de lágrimas que levantaram e acalmaram a minha alma, foram os dias de suor que me fizeram descansar hoje.

Não aguento mais. Sou incapaz de carregar este peso sozinho. Preciso de alguém pra compartilhar as minhas lágrimas, alguém para compartilhar  meus sorrisos, alguém. Estou sozinho e destruído, meu corpo já se estilhaça nos cacos do chão.

Lutei demais. Me esforcei demais e esse foi meu maior erro. Se esforçar pelo inalcançável, lutar pelo impossível. Já cansei de ver sangue jorrar pelos olhos humanos e morri de susto por já estar morto por dentro. Saiba,caro leitor, que sou um idiota.

O idiota que tem um palco minúsculo. Não tem papel para este teatro ridículo, e nem face para olhar olhos humanos. As cortinas não se abrem mais para mim. Cansei de tentar abrí-las pela quinquagésima vez. Ás vezes, canso até de escrever.

Uma vez meu pai me disse que poderia ser quem eu quisesse, desde que eu fosse o melhor de todos. E sou ninguém. Eu sou um ninguém perdedor e sou o melhor em tudo o que vejo. Queir poder soltar esse peso que carrego e deixar no meio do caminho.

Queria carregar ela ao invés do meu passado. Queria beijá-la ao invés do meu sofrimento. Queria sorrir pra ela ao invés de rostos falsos que atuam como um esquema. Queria que ela fosse meu espelho ao invés do reflexo de mim mesmo.

Uma vez aprendi o que eu nunca quis aprender. Responder sorrisos com outros falsos. Resumindo, mentir. Aprendi a mentir para sobreviver. Mas quem quis isso? Meus pais, parentes? Deus? Claro que não. Não vou culpar ninguém pois estaria mentindo.

A mentira vai sugando tudo o que tenho, e tudo o que eu vou perder a partir que a criei. Sinto que vou morrer logo, e não digo como se esse logo fosse perto. Queria que os anos passassem tão rápido para eeu ficar no meio de tudo.

Vou ficando no silêncio da madrugada, que vai roubando a minha amada. Aos poucos.

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