sexta-feira, 29 de abril de 2011

Se afogando...

"Now I will tell you what I've done for you
Fifty thousand tears I've cried
Screaming deceiving and bleeding for you
And you still won't hear me
I'm going under" (Evanescence - Going Under)

O que sente uma pessoa quando resolve sumir do seu próprio mapa? O que sente quando vai se afogando em seu próprio ar? Vão se perdendo aos poucos como se fosse a última vez que tivesse feito algo normal e preciso. Eu quero seguir meu caminho, mas em você vou desaparecendo e me perdendo todos os segundos da minha vida. Vou me afogando na sua respiração, vou me cegando em seus olhos.

Eu quero ser somente mais uma pessoa normal. Quero sentir o sangue do meu próprio ser escorrer em meu corpo, se banhando em minhas lágrimas sem cessar. Quero sorrir entre águas do rio eterno. Não estenda sua mão, eu quero ir sozinho. Desta vez.

Me deixe afundar pouco a pouco, com o passado pesado preso em minhas pernas, grudando meu corpo no fundo do poço. Não adianta mais te ver daqui. Saber que você não entende que sou mais um querendo passar por caminhos de espinhos.

Enquanto águias me querem me matar vivo, vou fechando meus olhos com esperança de morrer logo. A respiração vai ficando mais fraca, o corpo vai se desesperando e brigando com meu cérebro e minha alma. O meu cérebro grita, o meu corpo suplica e minha alma canta.

Canta músicas relaxantes, quer acalmar meu coração que já está se sobrecarregando. O nada vai segurando meu braço para baixo, o passado vai me deixando no mesmo lugar, e eu vou chorando entre águas de oceano.

Todo esse tempo pensei em estar enganando a mim mesmo, pensando que eu dizia frases que ninguém jamais diria. E vou ficando louco, morrendo aos poucos. As aves assustadoras já me abandonaram no meio do nada. Meu corpo se estremece ao meio do calor.

Estou deitando em uma pedra afiada, cortando meus órgãos ao meio que se apodreceram nas minhas entranhas. Não, eu não sei o que está acontecendo. Só sei que vou gritar de dor, meu corpo vai perdendo o auto-calor, e a alma vai se deitando na tranquilidade.

Já estou só. Sozinho vou me afogando nos meus passos. Na escuridão das águas vou fechando meus olhos, vou deixando elas me levarem para o mundo. Queria aparecer e ser famoso. Vou ser conhecido pelo mundo todo. Vai aparecer órgãos meus nos oceanos, pessoas irão de encontrar. Serei o que sempre sonhei. Este relato nada valerá se quem estiver lendo não parar pra pensar "E se o mundo acabasse agora, depois que terminassse de ler este texto?"

1 comentários:

Anônimo disse...

Eu iria lutar...Fazer o que né sou boa parte, esperança!

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