terça-feira, 26 de abril de 2011

O Dia Em Que A Esperança Morreu

"Daylight dies
Blackout the sky
Does anyone care?
Is anybody there?"  (Give Me A Sign - Breaking Benjamin)

' "A esperança é a última que morre". Uma frase que insiste em me atormentar todos os dias de minha vida. E ela não se cansa de me deixar louco, ela insiste em me dizer para eu acreditar nessa maldita esperança. E se eu morrer antes? Ela simplesmente largará minhas mãos e agarrará em outra. A esperança é uma maldita traidora isso sim.
Ela quer tentar nos redimir, nos deixar um pouco feliz. Ela quer nos levantar nos dias em que caímos no chão escuro, cinza e duro. Ela segue a linha das dores e do horror, da alma e do calor. Ela é uma perfeita ilusão nos corações.
Hoje mesmo caí. Caí feio. Estou deitado ainda neste pedaço escuro da vida. E cade ela agora? Onde está a minha esperança? Sinto que ela está bem longe de mim. Preciso de ajuda. Estou esperando ela segurar meus braços suados.
Onde estou? Por que estou aqui? É quente e escuro. Eu acreditei em mentiras que poderiam ser verdades. Eu acreditei em verdades que poderiam ser mentiras. E o que sobrou? O que sobrou além de cacos? Já não consigo dizer adeus.
Eu queria pelo menos ver o som da felicidade. Eu queria aprender vários instrumentos. Eu queria criar uma família, uma vida sem começo e fim. Eu queria me casar, ter vários filhos e viver o resto de minha vida com ela.
Só quis algo que perdi entre meus olhos. Meus desejos, meus sonhos se partiram quando o sangue rasgou todo o meu peito. A minha camisa se rasgava em milhões de pedaços. Meu coração morria. Os olhos se limpavam com lágrimas.
Pouco a pouco vou perdendo minha respiração. Os meus braços tentam se mexer. Não sinto mais nada. Quando você tentar me proteger, já estarei me perdendo nos braços do ceifador. Se você lutar, você vai perder. Aceite o fato.
Então eu vou morrendo, perdendo seus olhos que eram tão lindos até os meus se fecharem. Abaixe a cabeça, chore até nunca mais. Já é tarde demais para eu te dizer o que penso. Quando eu caí, você não tentou me levantar. Você caiu junto.
Fui se perdendo sozinho em meu corpo, estilhaçado. E o seu se abrindo á luz, machucado pela dor da minh'alma. Não sei mais o que devo dizer. Vá embora e me deixe no obscuro da sua raiva. Me deixe só. Como sempre fui.
Deixe-me sozinho perto do jardim de novembro. Eu quero fugir desta tortura, eu não consigo enxergar nada além de pó e mais pó. E é isso que a humanidade é. Pó. E a esperança é o corpo que pisa e espalha toda essa sujeira.
Alguém me dê um sinal. Não consigo respirar sozinho. Estou sem fôlego. Vou me deixando ao relento da própria estrela negra. Aquela sem luz, sem mar, sem céu e sem luar. Adeus, meu único lugar. Até agora...'

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