quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Quem Posso Ser

"Desperta em nós
nova aurora ao coração!
E ensina a perder... medo!
Alcança a voz!
Acordar de prontidão!
Anunciar!
Milagres acontecem quando a gente vai à luta!" (O Teatro Mágico - Transição)



O céu em um estado esquisito e indomável, voando subitamente com realmente nada à mente, transforma-se num descabimento transparente, e se considera um dia de chuva, e é assim que me vejo. Apreciando rabiscos de minhas fraquezas, talvez sou mais forte por apenas arrancá-las de lá, vejo-me transitando por sentimentos e habitações, momentos e refrões. Como já diz um poeta, eu sinto que sei que sou um tanto bem maior. E eu já sinto que Sou um tanto bem maior, com um s bem maiúsculo na porta de casa.


Semeio minhas meias horas, como se juntando todas elas se tornassem uma hora, uma hora em que eu bato no peito e digo, com brilho nos olhos e força na mente, de que eu sou mera junção de situações, e na de que estou, não tenho reclamações. É um ano novo, é uma vida nova, concedendo guerras para buscar paz, e que a fúria silencie a alma, reprimimo-nos, como meros bonecos de pano seguradores de porta, somos um bando de gente que não se importa.


Sinto-me revigorado, com um acúmulo de estreias para estrear, mas o que me trouxe até aqui, nada mais é que mero retrovisor, enxergando de maneira inexata coisas que não se pode corrigir, apenas lembrar, como se por insegurança ter que pegar um retorno pra buscar algo que esqueceu. Não podemos, estamos numa via de mão única, de mão única para o futuro, uma cidade incerta que não se sabe quanto tempo irá levar para chegar.


Meus textos tem ficado menos esquisitos, atendendo a todos os pedidos de minha alma, que gritava com sonhos loucos encaixados nos meus acordes. Estou lento num alento, meus dons estão enterrados numa canção de amor. Alguém pode me dizer que tipo de louco eu sou? Talvez meus sonhos tantos, fica de tal modo, um espanto, que já não me pertenço mais a alguém como eu. Sou vento, sou um drama sem término, sou uma eterna indecisão, em um véu em vão.


Ruas embaçadas com minhas histórias mal-contadas, eu vou distribuindo pedaços de coração por aí, será que alguém um dia vai roubar todo ele e nunca admitir? Meus sorrisos encaixam num soneto feito pra queimar, meus abraços são feitos para "desabraçar", e meus lábios foram feitos para apenas enfeite para que minha voz saia, estrondosa e vociferando versos meio loucos e maníacos. Mas eu sei o quanto eu aprendi até hoje, ah, isso eu sei.


Aprendi que sonhar não é justo, mas é mais injusto sonhar e não batalhar por ele. Aprendi que minhas lágrimas são consequências de "cebolas" muitas vezes atiradas propositalmente, e que meus sorrisos não vem com motivo aparente, são apenas sorrisos. Somos tão simples, pra que complicar? Que complique pra gente errada, pra gente imbecil que se aproveita de pessoas, pra gente que vive sobre a ganância, pra gente que machuca os outros.


Eu posso rir, como posso chorar, sou tão humano que se eu quiser posso voar. Sou uma tela, esperando alguma artista resolver pintar meu mundo apenas branco. Mas ao mesmo tempo, posso ser tudo, posso ser o que eu quiser ser e na minha cabeça eu posso criar um vento que encaixe completamente nas notas esquisitas do meu violão, eu posso criar um sorriso pra chamar de meu, eu posso criar um alguém que leia as poesias futuras que ninguém leu.


A única coisa que eu tenho certeza é que não sou um solitário abandonado, sou um solitário pra algum lado. Se perguntarem aonde eu vou,direi que é pro céu. Se perguntarem quando eu vou, direi que quando der. Eu só poderei responder aonde eu estou, que é no meu mundo, na minha casa, seja em cidade,seja em país diferente. Porque a casa que sempre esteve aberta para mim, foi somente a pureza da minha alma e meus paradigmas complementados com meus ideais. O que eu sei, que me deixar sangrar, nunca mais.

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