De um filme que eu não vi, de uma aula que eu faltei
Por mais que eu tente eu nunca chego no horário
Eu perco tudo que eu ponho no armário" (Leoni - Conspiração Internacional)
Estou estressado, com nervos à flor da pele, espreitando mentiras para ver encontro verdades. Conduzo-me em caminhos estranhos, tento encontrar algum lugar para se esquentar nesta noite fria e modesta, que me motiva a ficar emotivo. Os gritos que faço parecem estar sendo impedidos por uma janela, fazendo com que eles fiquem abafados e ninguém os ouça, e as lágrimas parecem estar sendo impedidas por uma cortina, fazendo com que elas sejam apenas traços do escuro e do silêncio. Estou preso num quarto escuro, e às vezes eu realmente queria nunca mais mais sair daqui.
Com peles rasgadas, minhas vestes raladas e meu ar sendo apenas secundário neste teatro mal feito cheio de retalhos, com atores e atrizes faltando, outros esquecendo suas falas e cenários destruídos. É sempre assim, as pessoas vem e vão, e elas costumam me matar às vezes, dizem que é divertido e serve para matar o tédio. Condene minhas lembranças, jogue na minha cara que elas são idiotas e estúpidas, finja que sou apenas um detalhe num mundo retardado e viril. Fiz marcas em mim, bebi veneno como se fosse vinho e deixei que cada olhar fosse dar um tiro.
Está me matando essa dor, é duvidoso fingir ser forte. Eu quero conversar, sem citar nomes. Eu quero reclamar, sem ter algum motivo aparente. Eu quero atirar toda essa droga de memória pro inferno, quero tomar calmantes para que a essência de meus sonhos se purifiquem. Eu só quero dormir, e nunca mais acordar. Eu quero me tratar com um beijo sincero, e dizer pro mundo que eu o espero. É injusto ser justo, é uma festa perante a um honesto. Eu só tenho dezesseis, e já perdi toda e qualquer vontade de acreditar nas pessoas. Não tenho mais ninguém em mente, quero apenas chorar trancado no banheiro, escutando músicas deprimentes e deixar que me esqueçam.
Eu nunca vou conseguir existir de fato, nunca vou conseguir dizer algo sem que zombem da minha cara, nunca vou conseguir sorrir sem que atirem pedras em mim. Ao contrário de muitos, nem a bebida me acompanha, é só eu e meu violão. Eu não me decidi se devo tomar aspirina ou cocaína, para mim efeitos não me importam, assim como minha vida, não me interessa que consequência dará, quero apenas sentir sem reclamar. Mas nem isso me dão. Ninguém quer que eu sinta, ninguém quer que eu repita que eu estou feliz. Estão felizes com isso agora,caralho?
Como eu supostamente deveria fingir como estou? Que estado eu deveria parecer, de acordo com você? Na verdade, de acordo com todo mundo, para quem eu deveria fingir primeiro? Atirem pedras na minha janela quem acha que minha vida é perfeita. Posso parecer o diabo, posso ser o playboy que finge ser simpático e tal, mas não. Eu sou só quem é educado com todo mundo, fui criado assim, e valorizo a honestidade e ética, e porque diabos me condenaram com essa sentença tão pesada das pessoas atirarem na minha cara dizendo que a vida deles é pior, mas pior vida é aquela que escuta tudo isso, tendo que costurar uma face feliz e dizer que está tudo bem apesar de tudo.
Ligo o rádio, bagunço todas as estações. Parece meu estado emocional, está tudo tão anormal. Talvez eu finalmente tenha entendido a parte de que o mundo não gira no umbigo da gente, e que o sol nasce para todos,mesmo quando alguns não consegue perceber os raios. Talvez nessa cidade, eu seja a parte solitária que vai ficar escrevendo nas paredes motivos para me esquecer. Nem sinto mais frio, não me pergunte o porque de estar escrevendo besteira em plena meia-noite. O que mais posso dizer neste post melancólico, cantando músicas que não fazem sentido pra mim.
Deus,pode me ouvir esta noite? Tenho estado melancólico demais. Queria que minhas preces fossem mais que preces, fossem profecias que me levem adiante, e não que fosse completamente oposto do que eu disse antes. Queria pensar menos, queria ser mais impulsivo e apenas agir do nada. Queria ser tudo o que essas pessoas supostamente são, ou apenas, bom seria melhor, eu apenas ir embora. Talvez eu deva por mesmo o violão nas costas, e sair viajar, apagar todo mundo da minha memória, inventar uma nova história longe de tudo e de todos que um dia quebraram meu coração.
Eu supostamente deveria chorar, por tudo que vem estando acontecendo e dando tudo errado comigo? Eu supostamente deveria aceitar, cada erro feito em cima de minha vida, essas ultrapassagens e me levando ao inferno? Como eu deveria fazer, e por onde começar? Feito que você vai embora, eu também vou, em direção oposta, e tudo é a mesma bosta. Eu não sou mais o mesmo, e eu não acredito em você. Bem, eu não acredito nem mais em mim, como eu supostamente deveria acreditar, em quem um dia já pode me matar? Como supostamente eu deveria dizer "saia daqui"? Supostamente, eu serei um otário pra sempre.
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