quinta-feira, 28 de junho de 2012

Como Todos Os Outros



"Não sou perfeito
Sou mais um em um milhão
Adolescente estranho
E fora do padrão" (Forfun - Terra Do Nunca)

Foto tirada do blog: Gah... Top of Mind!


Não, não sou nenhum Paulo Coelho e também não sou um músico prodígio e muito menos um modelo. Sou apenas um garoto como outro qualquer, que canta as músicas que gosta e escreve para se libertar de suas dores. Sou apenas um qualquer, como dizem por aí.


Eu só tenho ideais diferentes, com métodos de vida diferentes, e minha consulta no hospital parece que não sou eu o doente. Todos me olham secos, como se eu fosse atingir alguém com algo, como se eu fosse atacar com meus propósitos.


Me sinto entorpecido ao criar uma vida que não tenho, ao criar amigos que eu sei que perdi, ao criar histórias que nunca pensei em vivê-las. Sou só um grande mentiroso. Deitar na minha cama está cada vez mais duro, e o travesseiro parece uma pedra.


Não é como se eu ligasse em dizer que sou "um nerd" ou então pros que me conhecem bem "um nerd", mas rótulos me transformam numa garrafa de cerveja. Sou só um pouco de sangue e carne. E água. Não sou nada demais.


Então por que implicam tanto comigo? Por que essa fixação em minha prótese de vida estúpida? Por que me fazem me sentir tão amaldiçoado? São perguntas com respostas retardantes. Eu estou cada vez mais quebrando um pedacinho do galho que me segura pra não cair no abismo.


Eu não tenho talentos, nem qualidades. Meus defeitos parecem intermináveis para você, não é? Sou um ser infestado de marcas de derrotas, e minhas vitórias parecem nunca terem valido. Quem eu sou pra você? Aqueles cobaias que só acontece experiências erradas?


Talvez eu seja só um errante caminhando numa estrada solitária, cantando uma música de poucas notas. Aquela música que ninguém escuta, aquela que você critica tanto. Eu não me importo. Não levo em conta se você acha a música uma grande merda, se você a acha emo. Dane-se.


É errado eu dizer que eu sou um romantista? É errado aceitar o fato de que gosto do brega, das coisas antigas e de coisas do tipo? Deve ser. Por que parece que o resto do mundo adora zombar da minha cara, com lábios desconhecidos se tocando, com corpos se sentindo sem ao menos se saberem os nomes, com litros e litros de bebidas que parecem substituir o sangue.


Parece que cada vez que digo que não bebo, as pessoas costumam me julgar, como se eu fosse um criminoso. As peças do meu quebra-cabeça estão constantemente sendo roubadas por ladrões que me amam. E eu nem sei se devo prendê-los.


Deixar as lágrimas saírem é um sacrifício, quem me conhece sabe que eu não choro fácil. Eu sou humano, mas não consigo as deixar rolar perto dos demais. Eu só queria que esse meu lado sentimental fosse levado em conta nesse seu julgamento crítico, que quer julgar minhas músicas, textos, histórias, memórias, poemas e até o que eu faço na internet!


Mesmo que eu feche meus olhos para você e para todos, parece que suas vozes costumam ecoar em minha cabeça. Suas palavras de baixo nível me consomem naquela rua que te eu vi, como se eu tivesse te conhecido ontem.


Trocar os lençóis da minha vida não tira as manchas, e também lavá-las só irá esparramar mais ainda. É melhor deixar quieto, e dormir por que a noite costuma ser mais fria nessa época do ano. Eu não quero mais ficar acordado em pleno Junho, sozinho, sem ter ninguém pra me abraçar.


Eu sou só um solitário sendo intensamente um alvo, uma piada. É isso que sou, apenas uma piada que não tem mais graça. E por que ainda insiste em contá-la? Quem vai rir? Quem vai dar os sorrisos pra tentar espalhar as manchas?


Deixe-me quieto em Junho, pois é um mês morto. Como todos os outros que vivi. Como todos os outros que eu doei para o resto das pessoas.

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