I was careful and cool
But they tore me apart, like a hurricane
A handful of moments
I wished I could change
But I was carried away" (All Time Low- Therapy)
Eu até tentei ser legal com todo mundo, ser amigável e tudo. Eu vigiei pessoas aprisionadas pela maioria das pessoas, só para ter o agrado de outros. Eu tinha medo escorrendo entre os dedos, de mostrar minha própria face neste mundo assustador.
Tentei muitas vezes dar pedacinhos do meu coração para que pudesse se chamar de lembranças, e também em vão confiei palavras em pessoas que eu sei que não deveria. Ah, também tentei ser alguém que não sou, para que pudessem me elogiar.
Tentativas estúpidas em vão. E assim foi sumindo os pedaços do coração, como farelos sendo caçados por mãos. Mas, por algum motivo, eu ainda guardo algum resto no meu peito. Então, pegue e fique com eles, não sei se é de uma utilidade, mas talvez um dia vai servir.
Sabe por que lhe conto essas coisas? Isso é por que eu estou dando pedaços que eu sabia desde o começo que não servem pra merda nenhuma. De que vale um coração tão cicatrizado e cortado, quebrado e moído como uma coisa idiota qualquer?
Mas, eu sei que vai cuidar dele melhor que eu. Eu sei que você vai mais sorrir do que chorar, como eu sempre fiz, e vai mais se divertir do que sofrer. Você sabe mesmo como cuidar de um coração. Não se preocupe se o deixar cair, ele está acostumado.
Um dia ainda esses pedacinhos que eu entreguei, vai voltar a ser grande e forte. Mas isso acontecerá, claro,na sua mão. Por que eu sei que não sou capaz de carregar um coração sem derrubá-lo ou machucá-lo. É, eu sou um irresponsável, um idiota muito irresponsável.
Eu estou tentando te ligar faz uns dias já, pra avisar que fiz minhas malas e que tô deixando minhas canções e minhas palavras pra trás. Até mesmo tô deixando esse blog pra trás, afinal, essa bosta é só mais um motivo pra eu me cortar no meio deste jardim.
É, o famoso jardim dos "amores". Nessa bosta que eu estou como jardineiro há tanto tempo, que eu estou sempre regando e bem no fim, ou as minhas rosas murcham, ou elas encontram cravos para ajudá-las. É a mesma coisa que eu estou dizendo há anos, mas é a simples verdade.
Enfim, eu, solenemente, vou "puxando o carro" e mandado tudo à puta que pariu. Essa minha reação ao deixar esses cacos que estavam em minha pele, e esses malditos que me machucaram por tanto tempo. Eu estou aqui com um minúsculo caco, e sabe pra quem eu vou dá-lo? Para eu mesmo.
Como já dizia uma canção, "talvez não seja meu fim de semana, mas pode ser meu ano". Eu vou indo em frente, sem perder esse pedacinho de vista. Eu preciso desta vez ser um pouco mais responsável com a vida e com as pessoas ao redor.
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