sábado, 26 de novembro de 2011

Mochila De Lembranças

"Here lay to rest is a ove ever long
With truth on the shores of confession
Yo seem to take privilege to all of these souls" (Coheed And Cambria - Welcome Home)




A noite se esvaziava como corações partidos. Aquele vento em sua cara fazia com que os olhos se fechassem e os seus pés subiam e desciam sem destino. Ele poderia jurar que tinha um lugar pra respirar e para poder descansar. Ele poderia ter certeza que um dia ele iria chegar em casa e sua mulher iria recebê-lo.

Mas ele não tinha nada disso. Onde ele estava era um lugar morto e vazio, com apenas poeiras o abraçando como se fosse sua mãe. Ele caminhava mais e mais, e mais e mais sentia mais peso em sua mochila. Sua mochila estava cheia de lembranças inúteis e abraços que ele considerava falsos.

Caminhou mais um pouco até que avistou uma mochila naquele lugar vazio. A mochila era uma das mais lindas que ele já tinha visto, ele tinha visto mas não era capaz de tê-la para si. Ele abriu a mochila e viu que havia muitas lembranças perfeitas e abraços que ele considerava verdadeiros. Ele resolvera carregar as duas, já que uma delas ele poderia usar e ajudar em sua viagem.

Ele caminhou mais um pouco e viu mais uma mochila. Esta mochila não tinha nada de especial, estava desgastada e não tinha praticamente nenhuma cor. Ele vira que nesta não havia nada dentro, nem uma simples lembrança ou um sorriso.

Ele estava morto de cansaço e não queria mais carregar nenhuma mochila. E também não dava pra carregar três mochilas de uma vez só. Ele então deixou as duas que havia nas suas costas e pegou a vazia, e a levou consigo.

Foi caminhando e encontrou uma mulher, que precisava de ajuda para carregar sua mochila e ele ignorou, pois a sua mochila estava negligenciando as lembranças que ele poderia ter com ela. Ele poderia ter filhos, se casar com ela, mas ele ignorou.

Ele caminhou mais um pouco e vira uma montanha de ouro a espera dele. Ele ignorou, por algum motivo banal, e caminhou adiante. A mochila novamente cortou a chance de ficar rico e ter tudo o que sempre quis. Ele caminhou até o final do caminho e encontrou apenas as duas mochilas que ele abandonou, todas feitas do melhor tecido.

A que ele carregava era toda esfarrapada, porém,as lembranças eram sinceras e os abraços eram confortantes. A que ele encontrara era de um outro viajante, que tinha lembranças perfeitas, porém, eram vazias e mortas.

O viajante tinha conseguido uma esposa, ser rico e ter filhos. Mas era morto por dentro, por causa que ele jogou sua mochila esfarrapada num riacho, que boiou até encontrar nosso personagem. E a que o nosso personagem encontrou, foi a mochila que o viajante deixou antes de morrer.

E o nosso personagem andava triste,abalado e vazio. Perdera as chances de ser feliz com a mochila errada. Deitara-se naquelas areias perdidas, rezando para que Deus o ajudasse. Ele até tinha tentado pegar a sua mochila esfarrapada, mas ela havia despencado na cachoeira ao fundo,para que outro viajante fizesse a mesma coisa e completasse o ciclo.

0 comentários:

.