"Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor" (Fernando Anitelli - Eu não sei na verdade quem eu sou)
Caminhando sem rumo
Seus passos procuravam respirar
As pessoas o avistavam no escuro
Chorando sem parar
Deitado em seu próprio submundo
Ele escolhia como iria colocar um ponto em sua história
E no relógio, as horas pediam por um segundo
De sua memória
Os carros passeavam sem estradas
As pessoas passavam apressadas
Ele abria e fechava madrugadas
E fugia de suas pegadas
Ele jurava aos céus que nunca iria sorrir
Por algo tão comum e substantivo
Ele não poderia partir
De seu caderno ilustrativo
Ele procurava, dentre as suas várias faces
Aquela que poderia fazê-lo um personagem
E estava ali
Aquela que o faria ter uma viagem
Recortou, pintou e desenhou
Estava feita a sua sabedoria
Mas o que ele nunca esperou
Era que a face repetia
"Largue-me, solte-me
Não desejo estar contigo
Se não soltar-me
Estarás em grande perigo"
Ele soltou-a e começou a chorar
As nuvens evaporavam compaixão
Ele se perguntava o que havia deixado escapar
Ele havia esquecido de recortar o coração
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