sábado, 1 de março de 2014

Sou Só

"I'm slowing down and I don't think that I can fight,
I know some how you'll find a way to live your life,
Remember just to live every day like it's your last,
And hold me now, 'cause I think it's time for me to pass." (Sum 41 - Crash)



Estas músicas psicodélicas ainda vão me matar. Este quarto obscuro é meio que uma válvula de escape pra que eu não escape do mundo. As notas que minha garganta alcança estão viajando longe, distante, em metros quadrados, num outro mundo, num universo afastado. Cravando minhas mãos em algo novo, em algo incrível que eu queria mesmo descobrir, não faz meu tipo ver um pacote de presente e não abrir. Eu merecia alguns socos talvez. Minhas atitudes são deprimentes, meus passos seguem um compasso bem demente. As pessoas são estúpidas, incrível como eu consigo superar. Era pra ser assim, assim que tu planejou, Deus? Nada a questionar, só queria saber se sou imbecil o suficiente.


Minhas lágrimas não me permitem machucar as pessoas, não me permitem eu tratá-las da mesma maneira que sou tratado. Então me diz, aonde eu devo ir, me mostre alguma maneira, me mostre alguma via, a rodovia, a ferrovia ou a via láctea? É tão esquisito assim eu tentar fazer o certo? É tão ruim querer ser feliz de vez em quando? Não sou um usurpador, não sou um cretino. Não que eu saiba. Amanhã é um dia como outro qualquer, e eu me sinto como se fosse um idiota qualquer. Não saberei jamais o motivo desse sentimento estranho, jamais saberei por que existem humanos. Ah, merda, eu sabia que eu não devia escrever hoje, vai sair só coisas melancólicas.


Eu até consigo ver um pouco da personalidade de Renato, jamais entenderei a humanidade, que por mais que esteja cheia de humanos, é desumana. Somos ouro enrolado em papel de bala, tratados como fora da validade. Será que só porque eu sigo de maneira contrária, eu estou fadado à ser infeliz, à deixar que pessoas se aproveitem? Sou só pó estelar, cravado na Terra por causa da teoria da gravidade. Nada mais, tentei ser algo a mais, mas acho que não sou útil nisso. Deixe que meu corpo usurpe da procrastinação, deixe que minha mente se ocupe de alguma besteira qualquer.


Talvez eu seja só exigente demais, eu só queira as coisas da minha maneira e bagunce tudo como sempre fiz. Ah, merda, da próxima vez vou deixar que me afoguem em coisas fúteis, nestas garotas superficiais, nestas pessoas que só pensam coisas inúteis. Vou deixar de pensar, vou deixar minha voz se calar, vou deixar minhas notas pararem de soar, deixar que minha vontade de viver morra, deixar que eu me esqueça de respirar. Acho que as minhas memórias se tornaram todas um retrato jogado no meu quarto, todas as fotografias em preto e branco, morto como meus olhares.


Este texto é bem menor que outros que costumo fazer, mas acredito que seria imprudente de minha parte fazer texto grande apenas para seguir padrões, eu apenas vou enrolar nos próximos parágrafos, então que assim seja. Minhas peças não saberei aonde perdi, minhas lágrimas coloquei pra secar, usar mais tarde. Eu só queria poder entender as coisas, por mais desentendido que sou. Sou mero cálculo sem solução, sou canção sem nota ou refrão. Sou só, uma nota, uma lágrima, sou só, como ninguém talvez foi. Sou só.

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