sábado, 9 de março de 2013

Eu Mudei.

"I'm six feet from the edge and I'm thinking
Maybe six feet
Ain't so far down" (Creed - One Last Breath)



Faz um tempo que não escrevo nada nesse quadro de marcações. Marcas de luta, marcas de histórias, marcas de lágrimas,marcas de memórias. Nem parece que eu tenho apenas dezesseis, com tanta coisa que eu passsei e aprendi. Dias atrás, não chovia. Dias atrás, não tinha água que escorria. E nesses dias,mesmo com um sol escaldante estranhamente estranho nessa época do ano, me senti espancado. Machucado com palavras,machucado com ações, machucado de decepções. Pessoas que eu considerei, hoje em dia, já nem sei quem são. As desconheço.


Eu estou cansado de me decepcionar. Cansado de ser alguém autêntico, que se importa com ideais e princípios, que acredita no amor, apesar de não querer se envolver por medo dele. Eu estou precisando de um pouco de água nessa viagem pelo deserto. Mas apesar de tudo isso, fico feliz. Fico feliz por ver o epílogo dessa história, fico feliz que apesar de tudo, eu sabia que coisas assim acontecem. Pessoas se vão sem perceber. Eu estou contente por saber que eu vou sozinho pro precipício.


E agora, me vejo caindo. Caindo como se meu último desejo fosse chegar ao fim desse precipício. Mas não chega. Estou inconstantemente constante nessa história de voar, então eu vou caindo,caindo sem chegar á um fim. Eu grito, mas minha voz se perde no eco. Eu chamo nomes, mas os nomes são trocados constantemente. Eu penso, mas pensamentos são imitações de quem um dia já pensou. Então apenas insisto, em seguir com esse fim, enfim.


As promessas já quebradas já não sabem mesmo se entender. As lágrimas derramadas não param de me surpreender. E tudo o que eu posso fazer, é observar tudo indo embora. Não leve a mal não, isso não é como se eu sentisse falta. Eu sinto falta apenas da minha alma, da determinação de guardar pra mim tudo o que eu consegui, mas parece que eu aprendi a lei do desapego. Eu me desapeguei, deixei as coisas fluirem naturalmente, e assim vivo inconsequentemente.


Mas acredite, mesmo que se eu pudesse voltar no tempo, eu voltaria e faria tudo errado de novo. Eu cagaria em tudo novamente, como um idiota que não presta atenção no que faz,não consegue notar no que é capaz. Sobretudo, eu criaria mais 90 canções falando de amor, de tudo o que eu dou valor, pra gritar pro mundo que eu existo. Admito, sou um sucesso no fracasso, tenho pureza na impureza, e me completo com o incompleto. Sou um contra no contraditório.


E,sábias palavras não me descreverão, pessoas nunca me entenderão por completo. Eu continuarei aqui, escrevendo tudo o que não consigo falar, cantando tudo o que não consigo expressar, continuarei me contradizendo, falando como se eu fosse uma grande pessoa. Eis-me aqui, solidão. Sentiu saudades desse idiota? Pois é. Aparentemente tu gosta de dançar comigo, e por que não? A garota dos meus sonhos me deixou esperando no baile, quem sabe tu a substitua.


Lembra de mim? Eu sou aquele idiota que riu de você quando encontrou uma garota, você chorou. Pena que a vida dá voltas e aqui estou de novo. Me concede esta dança,solidão? A canção que toca é nossa. É aquela que diz onde estou,pra onde vou e quando irei. Escolhi essa canção pra compromissar contigo, pegue a minha mão, e me dê meu coração de volta. Aquele lixo que eu deixei contigo, vou pegá-lo, um dia será útil. Só não quero deixar nas suas mãos.


E faço rascunhos, desenhos e sonhos obscuros. Considerando o fato que sou inseguro, hoje em dia escuto canções de solidão e de amor. Tento respirar o ar, mas não consigo. Parece que não faz mesmo parte o meu com o das pessoas, parece que respiro tóxico. Eu já não sou mais o idiota que conheceram a alguns anos atrás. Mudei. Quem eu sou, agora já não faço ideia. Criei meus fantoches pra me entender. E com essas palavras, vou caindo. Espero que tenha um oceano lá no fundo.

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