quarta-feira, 9 de maio de 2012

Era Apenas Um Sonho

"Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace" (John Lennon - Imagine)


Foto retirada do site Loucura Mental (é um site humorístico)


Ah, hoje tarde eu peguei um cochilo. Na verdade, um sono meio profundo, tanto que eu quis não ter acordado de tão bom. No sonho, estava eu e você, andando num jardim com flores de cemitério, mas não importava, eram lindas de qualquer maneira. Eu às vezes falava alguma besteira e você brigava comigo, mas no final da discussão tudo havia ficado bem. Cantávamos canções, todas erradas e desafinadas, mas tudo estava bem.


Lembro que de repente a noite acobertou o céu, e as estrelas serviram como lâmpadas naturais. Eu lembro que aquela vez foi uma das raras vezes que eu sorri de verdade. Lembro que aquela vez foi uma das raras vezes que senti seus lábios tocarem os meus, e não achar que isso seria um sonho.


O celular tocou. Eram aqueles idiotas de sempre, é, aqueles idiotas que tanto amo. Claro que não poderei falar isso pra eles, senão irão me zoar. Mas enfim, me ligaram perguntando se eu ia fazer alguma coisa hoje, e quando eu ia dizer que ia, você não estava mais ali. Merda mesmo.


Eu disse que não ia fazer nada, que era pra virem me buscar. Eles saíram do nada, no meio daquelas folhagens esquisitas. Falaram algumas bobagens e de repente, o cenário mudou. Era aquela lanchonete famosa da cidade, que íamos direto. Ficamos conversando por um tempo, idiotices do passado e o que eles andavam fazendo depois de tudo o que rolou.


E aquele cenário meio monótono, chato e sem sentido, mudou de novo. Quando vi, estava no meio da sala de aula com outros ali. Quando de repente vi você, falei alguma coisa que eu fiz antes, mas ao contrário de sorrir e me dar um selinho, ficou assustada com minha ação. Eu te perguntei se você não se lembra de mim, e você respondeu o que eu mais temia, um "Não".



Escorreram lágrimas, e o aperto do peito era forte pra caramba. Saí correndo da sala, dizendo que só iria voltar quando tivesse a verdadeira você de volta. Eu não quis ver o que estava acontecendo ao meu redor, eu só queria ver você de novo.


E a droga do cenário muda, dessa vez eu estou sentado em uma montanha, solitário e o ar rarefeito me atacava intensamente. Olhei para baixo, e vi que era aquela floresta que caminhei com você antes. Por um momento eu sorri, mas quando vi, havia uns tratores e coisas assim.


Quando notei, eles estavam destruindo as árvores, as plantas e os animais que haviam estado ali. Estavam destruindo minhas únicas lembranças que tive da verdadeira você. Destruindo todos os passos que dei com você.


Comecei a chorar e gritei para que alguém me ouvisse. Nada deu efeito. Os homens dentro daquelas coisas estavam com uma face inflexível, sem mover uma sobrancelha. Eu dizia que eram malditos os homens, rosnava para o governo e declarei uma revolta contra o governo.


Mas eu não pude fazer nada. Sou apenas um homem no meio deste vazio. Não tinha mais você pra me apoiar, não tinha meus amigos pra me apoiar, não tinha nada que me fizesse me sentir forte. Quando senti mãos suaves tocando meus ombros, uma voz suave dizer "Eu estou com você". Eu sabia que conhecia essa voz, quando o coração começou a acelerar, o peito começou a dar vertigem, quando fui saber quem era...eu me lembrei. Era apenas um sonho.


Fica a dica. Nada se pode fazer sozinho. Seja pra cozinhar algo ou pra fazer um protesto contra algo ou alguém. Todos nós somos dependentes demais pra se criar algo com suas próprios braços. Todos nós precisamos de alguém.

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